Capítulo 1

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Hello, Phoenix!

Era mesmo outro tipo de aura. Seth, Mark e Luna já estavam com óculos escuros em seus rostos, dado a calor do meio de uma tarde em Phoenix. Seth dirigia, e seus agora longos cabelos estavam presos em um coque, para que o vento da estrada não o atrapalhasse.

Luna mantinha-se no banco de trás cantarolando as músicas mórbidas que o rádio de seu carro tocava. O mustang dela nunca teve tanto a ver com Forks desde que ela estivera lá. A cor preta do carro, o cheiro de orvalho dentro dele, e até a playlist que parecia ter sido escolhida pela Julienne, a garçonete meio gótica da cafeteria da cidade que deixavam.

E enquanto cantarolava Iron & Wine na música Cinder and Smoke, de forma baixinha, quase sussurrada, o Sol de Phoenix refletia em seu rosto, enaltecendo o tom castanho avermelhado de sua pele. Ela observava as ruas da cidade como alguém que estava de volta à sua casa. Embora, não estivesse se sentindo exatamente de tal forma.

Mark afundado no banco do carona, sem dúvidas, era o mais incomodado de todos. Muita luz. Muito Sol. Muita cor. As pessoas em Phoenix eram extremamente felizes e pareciam extrovertidas, fora que as casas e construções tinham certa suntuosidade sutil. Contraditório, mas era aquilo: casas de classe média que pareciam mansões comparadas à Forks. Nada de cabanas, casebres esquisitos em bairros suspeitos, casas de vidro no meio da floresta; ou castelos horripilantes como na Bélgica. Aquele era o lugar perfeito para se parecer normal.

Mark se encolhia no banco cada vez mais, e de repente começou a sentir algo absurdamente novo: calor. Ele murmurou um resmungo, soltando o cinto e retirando a jaqueta. Luna e Seth já estavam sem as suas desde que deixaram Forks. Os dois entreolharam-se pelo retrovisor achando graça.

— Que inferno! — Mark reclamou.

— Vai ser engraçado isso... — Seth sorriu largo e olhou para Mark de rabo de olho, o vendo se abanar com a própria camiseta — Ver um vampiro sentir a inferioridade de um humano...

— Achei que nós já tínhamos superado a inimizade das espécies, lobinho.

— Ei, vocês dois! — Luna repreendeu: — Não existe mais isso. Combinamos de não ficar tocando no assunto... Além do mais, agora vocês são apenas dois mortais inúteis como eu e a maioria do mundo.

Os rapazes a olharam ofendidos. Seth pelo retrovisor e Mark virando-se para ela. Observaram uma expressão jocosa de Luna por finalmente, poder zombar de eles serem apenas humanos. Quantas vezes não fora ela, a piada?

— Seth. Pare ali naquele mercado.

Luna indicou e o rapaz fez o que precisava.

— É sério! Eu ' queimando aqui! — Mark reclamou — Não é possível que vocês estejam suportando bem... É a pior sensação que eu já tive!

— Pior do que a sede? — Luna zombou referindo-se à sede de sangue.

— Bem pior. A sede era fácil solucionar. — Ele ainda tinha aquele sorriso amedrontador e sedutor, com caninos afiados, mas não tão protuberantes como antes. — Era só morder uns pescocinhos, gatinha.

Luna revirou os olhos rindo. Se a perguntassem quando estaria em um carro com Seth e Mark, recém-chegados à Phoenix e a caminho de fazerem compras pra sua nova casa, ela poderia jurar que isso nunca aconteceria.

Lobo Perdido [Entre Lobos e Homens]Onde histórias criam vida. Descubra agora