o chefe é meu vizinho

Capítulo 2

Madrugada

Voltei para a cama para dormir depois de ter resolvido o probleminha de antes. Eu que não iria dormir na porcaria do chão na minha própria casa.

Vi que o Sr. Liam estava na pontinha da cama, quase caindo, então me senti seguro para dormir no outro canto. Sim, eu tenho medo de expulsar ele e ele me demitir no dia seguinte. Não sei quando peguei no sono, mas dormi.

MANHÃ

Acordei do mesmo jeito de sempre, puto. Não queria sair da minha cama, mas lembrar das contas na  mesa da sala, me fez abrir os olhos. Foi assim que lembrei o que tinha rolado ontem, quando olhei na direção de onde ele estava, vi que já tinha ido em bora. Não quero me atrasar para o trabalho, então fui na direção do banheiro onde me arrumei.

Botei meu terno de gostoso e fui para o elevador. Espero não o encontrar hoje, talvez ele esteja de ressaca e se atrase alguns minutos, seria ótimo.

Entrei no elevado, estava quase comemorando, quando escuto uma voz grossa

- Segura o elevador, por favor.- Era o Sr. Liam, ele estava de um jeito que nunca havia visto antes... desarrumado.

Ele estava tentando dar o nó na gravata e falhando miseravelmente.

-O Sr. quer ajuda?- perguntei me arrependendo na hora.

- Claro, quero sim.- disse ele corado.

Me aproximei dele o que o fez corar ainda mais por um motivo que desconheço. Talvez ele ainda está com vergonha do papel que ele pagou ontem.

Coloquei minhas mãos apoiadas em seu peito, puxei a gravata e dei o nó com muita facilidade.

-Obrigado- disse ele mantendo contato visual- Estava precisando muito de ajuda.

Dei uma passo um tanto grande para trás. Acho que ele reparou, mas não disse nada em relação a isso.

-Não foi nada- disse depois de um tempo de silencio

-Você aceita uma carona?

-Acho que não posso, isso vai acabar virando um costume, não quero te dar trabalho também.- Eu queria sim aquela carona, mas ainda estava com vergonha de ter batido uma pensando nele e não tô muito afim de lidar com isso hoje.

- Por favor, é o mínimo que posso fazer. Estou em dívida com você- disse isso levantando a maldita daquela gravata.

Aceitei. A viajem foi um silencio não tão constrangedor. A música que tocava era bem amenizante. Acho que ele percebeu que eu estava encarando o rádio, por que ele disse:

- Se quiser trocar de música... fique a vontade para escolher.

-Não está está ótima.- disse, mesmo se quisesse trocar de música, não me atreveria a mexer, vai que eu estrago, não teria como pagar de volta...

- Ok- o silencio se permaneceu por um tempo até ele continuar- Eu estava querendo perguntar uma coisa para você.

Olhei em sua direção

- Então, como eu fui parar na sua casa?- Disse sem mais nem menos.

- Se me permite dizer, o Sr. estava aparentemente bêbado quando bate na minha porta, quer dizer, o Sr. estava fazendo de tudo para entrar dentro da minha casa.- Disse isso preocupado, meu emprego está em risco aqui

- Ok, mas por que você simplesmente não me pôs na minha porta?

- Bom, eu tentei, mas você começou a entrar, tirar os sapatos, até que você alcançou o meu sofá e não acordava por nada, apenas desisti de tentar te tirar de lá e fui dormir.

- Isso explica... hum o-obrigado. E peço desculpas pelo trabalho que lhe causei- disse ele com o rosto pensativo, mas ao mesmo tempo aliviado.

Eu optei por não contar a parte onde ele foi até a minha cama, me abraçou e gemeu o meu nome, achei que ele não fosse gostar muito de saber disso. Fomos em silencio até chegarmos

Na empresa, parecia que ela estava um pouco mais cheia do que de costume. Demorei a lembrar o motivo, tinha esquecido completamente. Hoje era o dia em que todos da equipe A se juntavam e programavam coisas novas para a empresa. Eles fazem isso todo final de semestre, ideia do Sr. Liam para fazer com que a empresa evolua cada vez mais.

Também quer dizer que eu não precisava ir trabalhar hoje, eles sempre usam as mesas da minha equipe , o que significa que não tem onde eu trabalhar, logo eu não precisava ter ido. 

Me lembrei que tinha muita coisa que precisava fazer hoje, amanhã vou ter o triplo de trabalho, me virei para ir em bora, mas o Sr. Liam, antes que eu percebesse segurava o meu braço.

Pelo visto ele tinha tido os mesmos pensamentos que eu.

- Já que veio até aqui, por que não fica no meu escritório? Lá tem uma segunda mesa, então não se preocupe. Pegue sua coisas e me encontre lá.

Tem vários motivos para eu não querer, eu poder escolher entre ir para casa ou ir trabalhar no escritório do chefe... a escolha era obvia, minha cama me chamava de longe.

Mas eu sei que iria me arrepender de deixar tudo para depois, então eu aceitei.

- Já arrumei a mesa para você, tudo o que você for acabando pode deixar ai que revisarei mais tarde.

TARDE/NOITE

Depois disso, trabalhei como nunca trabalhei antes, fiquei um tanto ansioso trabalhando com o chefe bem na minha frente, tentei ser o mais produtivo que podia. Quando estava quase dando o meu horário de sair, notei a pilha que havia se formado na minha mesa e parei para descansar os olhos, estava exausto.

Arrumei a mesa como estava antes, me levantei sentindo o olhar do Sr. Liam sobre mim. Deixei a pilha em sua mesa, tentando não atrapalhar seu trabalho. 

-Eu já vou indo Sr. Liam. Tem algo a mais de que precise?- disse perto da porta, mas sabia que ele estava me observando desde o momento em que tinha me sentado naquela mesa.

- Não, infelizmente não poderei te dar carona hoje, tenho muita coisa para resolver ainda, vai me levar a noite inteira.

-Não tem problema, bem, se não precisa de mais nada eu já vou indo- estava quase tocando a porta quando ele me chama. Faltava tão pouco.

-Theo, na verdade já que ofereceu, eu aceitos uma ajuda. Não se preocupe vai estar ganhando por hora extra. É claro que não posso te forçar a ficar...

Aceite na mesma hora. Sim eu gosto de dinheiro e como eu não vou fazer nada de útil essa noite mesmo, por que não ficar, mais um pouco e receber carona com ar-condicionado.

-Bem, então sente-se ao meu lado. Vamos começar.

Não tinha me tocado que ficarei mais umas meia hora do seu lado, só que mais perto ainda. Corei um pouco, mas peguei minha cadeira e fiz o que ele falou, coloquei minha cadeira um tanto distante, mas ele me puxou para mais perto, as rodinhas da cadeira deixaram mais fácil.

- Assim está melhor.- disse ele com seu rosto perto do meu, deu para ver ele corando um pouco, mas ele se virou tão rápido  que quase não  vi. Porém suas orelhas estava bem vermelhas. 

Será que está com febre? Que outro motivo o faria ficar assim?