𝖼𝖺𝗆𝖾́𝗋𝖺 𝖻𝖺𝗂𝗌𝖾𝗋.

camroll.

Talvez, só talvez, Hyunjin gostasse de observar Minho. O nariz pontiagudo e perfeitamente alinhado, sorriso encantador, porte levemente musculoso. Ah, aquele homem era lindo demais. E inalcançável demais. O Hwang cursava fotografia, era dois anos mais novo e se pegou obcecado pela beleza do Lee assim que pôs os pés naquele campus.

Em certo dia, estava descansando sob uma árvore, encostado no tronco e deliciando-se da sombra, e quando menos esperou, aconteceu. Minho sentou em sua frente, não muito longe, parecia estar absorto em uma leitura e aquela visão era tão bonita que o Hwang não poderia simplesmente ignorar. Click. E a primeira de muitas fotos fora tirada. Sentia-se um stalker, mas ele não perseguia o Lee, apenas o fotografava quando ocorria a coincidência de estarem no mesmo lugar, situação que passou acontecer com uma frequência estranha, mas jamais reclamaria.

Nesse exato momento Hyunjin encontrava-se sozinho na sala de aula, o sino já havia ressonado e posteriormente todos os alunos deixaram a classe em rumo à vossas casas. Revisava algumas fotos que tinha tirado naquela tarde, praguejando baixinho por se achar tão... Ruim, deletando maior parte. Talvez fosse incapaz de enxergar o quão bom era com uma câmera em mãos. Suspirou, desligando o aparelho.

— Droga...

— Tá com problemas? — Hyunjin pulou na cadeira, não tinha percebido a presença de outra pessoa no cômodo. Ergueu o olhar até a porta, sentindo os batimentos cardíacos acelerando ao vislumbrar da imagem de Lee Minho, despreocupadamente olhando para si enquanto permanecia relaxado, completamente diferente de si. Aquilo já era coincidência demais.

— Hm...? Nã-Não... Eu só não curti umas fotos, nada demais. — respondeu tentando passar tranquilidade, desviando o olhar. Minho apenas respondeu com um "hmmm..." prolongado, deixando que o silêncio caísse sobre ambos. Curioso, o Hwang guardou seu material, indo até onde o mais velho estava, consequentemente a saída da sala. Tentava agir como se não ligasse diante do seu primeiro diálogo com o Lee. — Tá precisando de alguma coisa?

— Na verdade, sim. — o menor respondeu, arrumando a postura e ficando frente a frente com o Hwang, que ainda o encarava em confusão. Segurou um riso, colocando as mãos nos bolsos do próprio uniforme. — Quero que você tire umas fotos minhas.

A cabeça do mais novo pareceu pesar ao raciocinar o que lhe fora dito, piscando os olhos repetidas vezes a fim de ter certeza do que ouviu. Ao ver o estado nervoso do outro, Minho sorriu, apontando para a câmera nas mãos do garoto.

— Eu curto seu trabalho, meu melhor amigo já falou muito bem sobre você. Han Jisung, conhece? Namorado daquele seu amigo, Félix... — Ah, claro que ele conhecia o Han, impossível esquecer da figura baixinha e extrovertida que atormentava seu melhor amigo. — E aí... Hwang, Hwang Hyunjin, certo? Você topa?

— Sim.

[...]

Para Hyunjin, a ideia da sua paixonite universitária saber seu nome e elogiar suas fotografias era de fato apenas um sonho, mas acabou de se tornar realidade. Minho o convidou para sua casa após o diálogo que tiveram, explicando que não era nada demais, apenas curtia a ideia de servir como modelo. Hwang evitou a todo custo transparecer que já sabia os melhores ângulos do Lee, que seu cartão de memória era cheio do rosto tão angelical, mas era bom em fingir normalidade. Ou quase isso, afinal, Lee Minho de regata branca não era lá um calmante.

— Vamos dar uma pausa, beleza? — o Lee ditou, observando o garoto concordar e repousar o objeto fotográfico. Aproximou-se da figura maior, estendendo a mão. — Posso ver?

Hyunjin tensionou, era fácil demais para o Lee descobrir que tinha um admirador secreto se seu pedido fosse atendido. Acabou vacilando, dando um passo para trás e engolindo em seco quando as sobrancelhas alheias se ergueram em contraposição.

— Uhm... Tem umas... Fotos pessoais aqui. — ditou, dando de ombros, desviando os olhos e achando a decoração daquela sala-de-estar mil vezes mais interessante do que o rumo daquela conversa.

— Fotos pessoais? — voltou a se aproximar, dessa vez com um sorrisinho astuto. O maior concordou silencioso, evitando a aproximação dos corpos, não queria que Minho pegasse a câmera. — Você gosta de se fotografar, então? Achei que seu lance era outro... Sabe, outras pessoas.

O coração do moreno acelerou, rapidamente erguendo o olhar assustado em direção ao menor, que ainda o encarava com diversão. Minho estava mesmo insinuando algo ou a mente pervertida de Hyunjin estava o sabotando?

— Não! Não tiro fotos... minhas. E do que você tá falando? Só fotografo paisagens.

— Eu sou uma delas? — Puta merda. — Qual é, Hwang... Você não pode ser tão ingênuo, achou mesmo que eu nunca notei? —Aquele joguinho já estava indo longe demais, Hyunjin estava a milímetros da parede enquanto Minho permanecia o cercando. Sentia-se idiota e envergonhado, não sabia como agir ao descobrir que o Lee tinha noção de tudo.

— Desculpa...? E-Eu só... — gaguejou, buscando palavras convenientes que não entregassem sua atração pelo menor, mesmo sabendo que aquilo era óbvio. — Se você sabia, por que me chamou aqui? — questionou, mudando o tom de voz para algo semelhante a indignação.

Minho não notou de primeira, é óbvio. Soube que Hyunjin o fotografava quando percebeu a presença do calouro bonitinho na universidade, com um arzinho de petulância e uma pintinha bonita abaixo do olho. Passou a inventar cenários e situações apenas para estar no mesmo lugar que o Hwang, como um garotinho de sete anos apaixonado, e só então descobriu que o interesse era recíproco. A sensação de ser admirado enquanto o admirava era deliciosa demais para o Lee, então apenas prolongou até querer dar um basta e se aproximar devidamente do Hwang. Minho já havia tentado investir com encaradas nada discretas, mas o garoto apenas ruborizava e ignorava sua existência, envergonhado. Já não aguentava mais aquela situação sufocante, então chamou o Hwang para o que mais gostava de fazer: tirar fotos suas.

— Por que? — retrucou, levando os dígitos até o objeto nas mãos do mais novo, delicadamente colocando em uma cômoda ao lado. — Se eu não reclamei até agora é porquê gosto de ideia de você ser tão... obcecado por mim, assim como eu sou por você.

Hyunjin abriu a boca, mas não tinha palavras conexas para responder o Lee. E, honestamente, sequer foi necessário. Minho não pensou duas vezes antes de selar os lábios, puxando o corpo maior para perto enquanto sentia-o trêmulo abaixo de si. Acariciou as costas magras, sorrindo quando foi retribuído e transformando em um beijo íntimo. Entraram em uma bolha unicamente deles, onde todo o desejo acumulado estava sendo agraciado pelos toques pesados e a quentura entre os corpos que tornavam-se cada vez mais próximos.

Não demorou muito para transformarem o ósculo em algo mais pecaminoso, provando dos sabores e líquidos que os corpos suados eram capazes de usufruir entre gemidos e lamurias. O porte do Lee tinha marcas avermelhadas pelas unhas curtas do mais novo enquanto este
choramingava abaixo de si, pedindo por mais. O que era para ser apenas uma sessão de fotos acabou se tornando em uma foda no sofá. Eram constantes, as testas coladas enquanto chegavam ao ápice juntos, unificados pela bagunça sexual e a atração reprimida sendo substituída por estocadas firmes.

Apenas restaram as respirações pesadas e os sorrisos cansados e cúmplices. Minho ergueu o tronco até alcançar a câmera fotográfica, tendo suas ações acompanhadas pelos olhos felinos. Afastou minimamente os corpos, o suficiente para encontrar uma posição perfeita, posicionando o objeto rente ao rosto e fotografando o exato momento em que sua extensão abandonou o interior úmido do mais novo, expelindo o líquido morno e esbranquiçado. Caralho. Pensou ao vislumbrar daquele cenário, abandonando a câmera apenas para voltar sua atenção ao garoto envergonhado e coberto com sua porra.

— Da próxima vez que quiser tirar fotos minhas é só chamar.