Capítulo único

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Essa pequena história é respost de um desabafo de tempos atrás em que estava lidando com a dor da perda. Neal aqui representa alguém que foi muito importante na minha vida e nunca pude dizer adeus. Desculpem o devaneio de uma madrugada! 

PS: Henry representa a parte dele que ainda vive em mim, em nós.

🍀🍀🍀

(Jessie J - Nobody's Perfect ♪)

Tem coisas que são como são, às vezes não importa o choro, o medo ou dor porque nada fará com que isso mude, mas sim como você lida
com isso todos os dias. Isso será o que fará diferença, e lhe dará a força necessária para seguir em frente.

Escuridão.

Vejo-me afogada, em um mar dela. Será que em meio a essa tempestade encontrarei um porto seguro.

Tristeza.

Tem dias que ela é tão profunda, que penso se vale a pena continuar vivendo. Só resta isso. É um sentimento que te desgasta, e que quase nunca se sabe como começou.

 Dor.

Ela não é física, ela está contida no espírito e na minha alma. Ela me consome tanto, que a sinto em cada um dos meus ossos.

Vazio.

Sinto que minha alma é invadida cada dia mais por um vazio que consome tudo de mim de dentro pra fora, e tudo à minha volta.

— Emma você tem que reagir, eu não aguento mais te ver assim. — Ouço a voz de Regina lamentar um dia mais.

Queria responde-la e dizer que as coisas irão melhorar, queria abraça-la e dizer que vou conseguir seguir em frente, mas como fazer isso se cada dia que passa é uma tortura a mais. Eu não quero viver, porque na verdade eu deixei de viver no dia que parte de mim se foi. Hoje apenas existo, por insistência total do meu corpo, que ainda respira. E do coração vazio em meu peito que ainda bate. E nem mesmo as lembranças têm diminuído a minha vontade de ir e encontrar a parte que perdi e nunca mais vão voltar.

— Mãe você está grávida?  — Neal perguntou animado, a Ingrid.

— Sim, meu amor. E você gosta da ideia?

— Eu gosto sim, mas eu só queria uma coisa. — O garoto respondeu ainda empolgado com a notícia.

— E o que seria filho?

— Eu quero que seja uma menina mãe. Chega de homens nessa família eu, David e James são suficientes.

Ingrid sorriu para o filho, aliviada, pois não sabia como o seu filho do meio reagiria à ideia de ter mais um irmão.

— Meu amor, eu fico tão feliz em te ouvir dizer isso. E deixa mamãe te contar um segredo, eu também quero que seja uma menina.

Meu irmão Neal era o mais carinhoso dos filhos e no auge de seus dez anos de idade o mais esperto entre meus irmãos. Embora David e James fossem bons filhos, a ligação entre Neal e minha mãe era mais profunda. E meu irmão me dizia que quando ela estava grávida de mim tudo se aprofundou mais.

🍀🍀🍀

— Ela comeu alguma coisa hoje? — Ouço uma voz familiar. Era minha cunhada, de certo veio tentar me animar.

— Não Lucy, ela parece estar em um mundo paralelo, tudo o que faz é ver vídeos do Neal e fotos. — Ouço minha namorada responder a minha cunhada.

— Ela está sofrendo Regina.

— Eu sei disso, porque eu sofro com ela todos os dias, eu amava o Neal também. Só que ele se foi e ela se nega a lidar com a perda, ele não ia querer ver ela assim.

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