A GAROTA DO CEO

Capítulo 20

                                          Guilhermo

Já faz duas horas que estamos esperando notícias de Nena, pelo que Haylley me disse quando chegou depois de ter ido avisar a família dela, Nena caiu da escada enquanto limpava o basculante do banheiro. Sabia que era perigoso, estava planejando comprar uma nova escada pois a nossa não estava em perfeito estado, que burrice a minha. Se eu tivesse tirado um tempo da minha rotina, isso não estaria acontecendo.

- Acompanhantes da senhora Nena Garcia de Oliveira? - a voz do médico ressoou pela sala de espera.

- Estamos aqui - acenei dando um pulo da cadeira e indo até ele.

- Ela acabou de sair do centro cirúrgico - o rapaz iniciou.

- Cirurgia? porque ela precisou fazer uma cirurgia, e melhor, por que só estamos sabendo disso agora? - falei interrompendo-o.

- Foi tudo muito rápido, o coração dela arriscou uma parada cardíaca, não podíamos perder tempo ou ela realmente entraria em um quadro mais grave do que o atual, mas, o que importa é que agora, ela está bem e se recuperando. Ela vai precisar de repouso e fazer exames de rotinas mensalmente e se o quadro dela piorar, reduziremos para uma vez por semana para vermos como ela está. A paciente estava no estágio III de câncer terminal, não sei por que ela demorou tanto para procurar um médico, mas em parte, vou dizer que essa queda de hoje foi interessante, pois, se ela não tivesse vindo hoje, não sei por quanto tempo mais ela aguentaria - finalizou.

- Como que isso está acontecendo? ela só caiu da escada ...... - disse com lagrimas descendo descontroladamente pelo meu rosto.

- É importante ressaltar que a queda não foi a causadora, ela já estava lutando uma batalha internamente, ela só não percebeu. Não ajudará se culpar, ela precisa de assistência para viver o resto do tempo que ainda tem - murmurou.

Nem percebi quando Maya me deu mais um dos abraços gostosos que ela tem, foi reconfortante saber que eu não estava sozinho naquele momento.

Se ela não tivesse aqui...
provavelmente já teria ido atrás de alguém na rua para esmurrar.

- Eu estava planejando voltar para Nova York nesse final de semana, mas com a mudança da situação, irei ficar aqui. Posso trabalhar online e no geral, adoro o Brasil, por mais que as circunstâncias sejam tristes, não será de todo mal ficar por mais alguns meses - Halley disse.

-Podemos ver ela, doutor? - perguntei.

Eu não estava sabendo que ela planejava ir embora tão cedo, ela não me falou nada. Mas, terei que ignorar este fato por hora, agora minha atenção deve e vai, ser toda de Nena.

- Sim, podem! Mas, não irão ficar mais que meia hora, pois ela precisa descansar - respondeu o rapaz.

Avancei nele dando um abraço e murmurando agradecimentos. Em seguida, ele nos levou até o quarto de Nena, que estava dormindo como se o mundo dela não estivesse desabando.

Algumas horas depois, sai do hospital para deixar Maya em casa, Haylley também foi para casa e a filha de Nena foi passar a noite com ela.

Estava quase na rua de Maya, quando de repente, dei a volta e segui a caminho da minha própria casa. Dane-se, preciso dela comigo esta noite.

- Não, não. Você deu a volta? você é maluco? - Maya berrou um grito.

- Tem um lugar melhor para irmos - falei.

- Não quero lugar melhor, se é que existe lugar melhor que minha casa ou o meu quarto - ela disse.

- É o seguinte, eu posso voltar e te deixar em casa, depois sair pelas ruas como um psicopata e sair esmurrando qualquer pessoa que cruzar meu caminho, ou, posso supostamente te sequestrar e te arrastar para minha casa, evitando assim, uma série de maluquices que eu com certeza faria se ficasse sozinho agora, e sinceramente? Sou mais a segunda opção - retruquei em um tom meio eufórico e perturbador.