Nove

211 12 33
                                    

Cheguei em casa e continuei bebendo.

Tinham uma boa quantidade de garrafas secas, mas nem uma foi capaz de me derrubar.

Conforme fui tomando o vinho, uma mistura foi se transformando dentro de mim, e não era a bebida.

Nesso tempo todo só conseguia pensar em uma coisa. As " reuniões" de Johnny e Camille.

Eu não podia mais esconder de mim mesma que o que eu sentia pelo meu amigo não era somente amizade.
- Á quem eu tô querendo enganar? - digo em voz alta e olhando pra garrafa que eu tinha na mão. - Olha ... eu juro... juro mesmo que lá no início era só amizade, mas depois... depois eu comecei a gostar da companhia dele e tive um sentimento quando ele saia, mesmo que pra reuniões ou até falava da grandiosa advogada CAMILLE VASQUEZ. - revirou os olhos quando pronuncio o nome dela. Pessoal eu tô conversando com uma garrafa! UMA GAR RA FA!
- Eu não queria acreditar mas agora... agora eu sei que era ciúme. ERA não, é! Você me entende não é garrafa? - franzo o cenho ainda olhando o objeto e dou uma risada alta. - eu tô num nível elevado de bêbadadisse. Falando com uma garrafa Thaís, você já foi melhor. - digo a mim mesma tentando levantar.

- Seja lá o que você falou ,acho que ela entendeu. - ouço uma voz masculina atrás de mim.
- Johnny? - me viro e sim é ele.
- Deixa eu te ajudar sua maluca. - ele vai na minha direção agarrando minha cintura evitado que eu me desmonte todinha no chão.
- Ta aí desde que horas? - eu pergunto.
- Não se preocupe, não ouvi o seu desabafo com ela.
- Ah que bom. Que horas são? - ele olha o relógio de pulso .
- 11 horas. - ele me senta no sofá, já que eu estava sentada no chão e arruma a bagunça que eu fiz.
- Você tá arrumada ainda, mas com um outro vestido. Saiu de casa?
- Não!
- Uhmm.

A sala já estava arrumanda e Johnny sentou ao meu lado.
- Que tal se você ir tomar um banho?
- É uma boa ideia. - levanto e vou cambaleando até meu quarto. Ele me ofereceu ajuda, mas como uma boa bêbada eu recusei.

Tomei o meu banho, tirei a minha make maravilhosa e vesti meu roupão. Ainda estava tonta mas já estava bem melhor.

Johnny

Eu disse à Thaís que não ouviu seu desabafo para aquela garrafa, mas na verdade eu ouvi sim.

Então quer dizer que sempre que ela ficava chateada era por eu desmarcar com ela não era POR eu desmarcar com ela e sim por eu ir sair com minha advogada.

Como eu pude ser tão burro?

E agora? O que que eu devo fazer? Falar com ela sobre? Deixar pra lá?

Não, eu não posso deixar pra lá já que a intensidade do meu sentimento por Thaís aumenta cada vez mais. Sim eu gosto dela também e assim como ela achei que fosse amizade, mas depois que ouvi ela falar primeiro, mesmo que tenha sido pro vinho, eu me dei conta de que é o mesmo sentimento.

Mas entre isso tudo, tem um porém. O fato de que eu não consigo me relacionar com alguém de novo, eu tenho traumas.

Thaís

Desço as escadas e encontro Johnny ainda no sofá.


Será que ele não ouviu mesmo?
- Ainda tá aqui?
- Esperando você!
- Como foi a reunião? - perguntei pra não da espaço de ele falar sobre o ocorrido.
- Ah, foi tranquila, já tem data marcada, mas ainda não sabemos qual é.
- Ah sim!
- Thaís... - ah droga ele vai falar.
- O que? - meu Deus, ele vai falar.
- É.... me desculpe por hoje. Por ter desmarcando nosso jantar. - ufa, que alíviôô.
- Ah, tá tudo bem, sua reunião era importante, eu entendo.
- Eu trouxe comida pra gente, amburguer. A noite ainda não acabou. - ele levanta e vai pegar o lanche pra gente.
- Aqui, toma o seu. - ele me entrega.

Johnny ainda está de terno. Tão bonito. E eu aqui de roupão, sem maquiagem. Orrenda.

Se eu soubesse que iríamos fazer isso eu não teria bebido. Teria ficado aqui bem arrumadinha esperando ele chegar.

Terminamos de comer e decidimos assistir um filme. Nós ficamos abraços o filme inteiro e no final eu me encontrava em prantos.
- Quê? Mas por que diabos você tá chorando Thaís?
- Como assim por que? O seu personagem morre no final. - assistimos Inimigos Públicos.
- Hahaha é só um personagem criatura.
- Não fala assim John. - ele me olhou rápido.
- John? Você não me chama assim. Oww, entendi?
- Entendeu o que? - me fiz de sonsa. Se Camille pode chamar ele assim, porque eu não posso?
- Camille me chama assim.
- Só ela que pode?
- Bom, não. - eu não devia ter chamado ele assim. Agora tá super na cara que estou com ciúmes.

Johnny e eu continuamos abraçados depois do filme. Eu não queria sair dali e aparentemente ele também não. O silêncio que invadia a sala foi quebrado.
- Thaís eu tô com medo.
- Medo do que Johnny?
- A última audiência está próxima e se eu for condenado? - ele me olha triste.
- A sua advogada não disse que as suas chances são grandes? Então?
- É mas nunca sabemos o que se passa na cabeça daquela juíza.
- Vai dar tudo certo, tenta relaxar, você tem milhões de pessoas ao seu lado, você tem a mim. Eu te.... eu também tô do seu lado. - Quaseee.
- Obrigada. Você é a melhor amiga que eu poderia ter. - encaro ele fixamente e do nada um beijo.

Observação, eu também achei que fosse eu que iria ter a iniciativa de dar um beijo em Johnny, mas não, ele quem me beijou.

O primeiro beijo foi rápido, nós nos afastamos um pouco.
- Johnny... o que foi isso?
- Thaísinha, cala a boquinha cala.- ele voltou a me beijar e dessa vez foi demorado, lento mas com vontade. Eu estava tão feliz, meu coração estava batendo em uma velocidade que jamais imaginei que fosse possível .

Não falamos nada sobre isso, apenas dormimos ali, no sofá e abraços




 Uma Em Um Milhão 😧Onde histórias criam vida. Descubra agora