Purrfect Neighbor's - Yeonbin

Me, Neighbor and Oliver

Soobin esperava ansiosamente o elevador chegar em seu andar e este pudesse ir, por fim, para seu apartamento. Depois de um dia cansativo e corrido o rapaz não via a hora de ver sua bolinha de pelos. 

A bola de pelos, vulgo Oliver, por sua vez, era um gato completamente carente e chorão, queria atenção a cada segundo do dia e com certeza era difícil para ele passar metade do dia sozinho no apartamento de seu dono. 

O elevador finalmente abriu, Soobin andou apressadamente para o numero 312 e antes mesmo de abrir a porta, podia ouvir o miado desesperado do seu gato. 

Sorriu ao ouvir que seu amigo também estava sentindo saudades e se apressou para destravar a porta e antes que pudesse raciocinar, abaixou-se no chão e pegou o gato gordinho em seu colo. 

 — Olha só se não é o gatinho mais lindo do papai!  — Falou manhoso encostando seu nariz no nariz de Oliver.  — Eu estava com saudade também meu xuxuzinho.  — Choi beijou a cabeça do gatinho e o colocou no chão delicadamente. Fechou a porta atrás de si e tirou seus sapatos.

Como de costume, pegou alguns petiscos na bancada da cozinha e se sentou no chão da sala com Oliver o rondando. 

— Hoje meu dia foi muito difícil... — Esticou a mão com um petisco para o gato enquanto falava. — Meu chefe foi extremamente rude comigo e tudo o que ele fez o dia todo foi brigar, reclamar e gritar. Mas o papai precisa continuar trabalhando lá para bancar seus petiscos caros, sua ração cara e sua areia chique. — O felino miou para seu dono esperando outro petisco e arrastou as bochechas na mão de Soobin. — Eu sei que você quer comer o pote inteiro de petiscos, mas se fizer isso, além de ficar doente ainda vai me falir. Então se contente com apenas três por dia. 

Choi acariciou mais uma vez seu "filhinho" antes de se levantar e começar a preparar seu jantar.

 APARTAMENTO 314 

"Chegou o louco, zé ruela que fica falando com a porcaria de um gato. Esse cara é doente." — Pensou Yeonjun ao ouvir seu vizinho forçando a voz como se fosse uma criança para falar com seu gato.

Yeonjun se sentou no sofá e estava prestes a ligar a televisão, quando ouviu o cara do 312 desabafando sobre seu dia com um animal de estimação. Quando ouviu que o gato miava de volta para o dono ficou ainda mais irritado, que loucura.

— Eu não acredito que tem realmente um doido mais solitário que eu que fala mesmo com a droga de um gato. — Resmungou impaciente e ligou a televisão em um canal de noticias.

Yeonjun nunca gostou muito de bichos de estimação, quando era criança uma certa vez até queria um cachorro, mas ficou traumatizado com seus pais (que não eram nada abusivos) o dizendo que se arrumasse um cachorro, dormiria no quintal com o pobre coitado. 

Essa memória vagou pela cabeça do rapaz enquanto ele lambia em câmera lenta sua colher de nutella. Sua infância não tinha lembranças agradáveis. 

Choi Yeonjun, além de estressado, era um jovem retraído, vergonhoso e tímido. Não tinha amigos para comentar sobre suas magoas e passava seus dias no trabalho home office e vendo algum filme. Não se interessava em sair e nunca esteve afim, na verdade.

Porém, após o senhor Song se mudar para outro apartamento e seu novo vizinho ser um cara manhoso e irritante, com um gato mais manhoso do que ele, Yeonjun está pensando seriamente em sair de casa durante a noite ou então sumir do mapa para uma área isolada e solitária no meio do mato.

— Eu vou embora desse lugar... — Resmungou novamente. — Eu vou embora ou eu vou endoidar. — Bufou irritado ao ouvir o gato soltar um miado alto o suficiente para, no seu ponto de vista, ser ouvido na lua.