🔹Capítulo IV🔹

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𓁧 Ísis 𓁧

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𓁧 Ísis 𓁧

"Sua víbora peçonhenta."

"Eu a sentencio ao confinamento."

"Não merece a liberdade e nem os poderes que tem."

Aquelas palavras ainda rondam a minha mente, o peso da agonia ao tentar romper a barreira do feitiço de Rá ainda pesa em meu peito de uma forma que faz o ar mal entrar em meus pulmões.

— Tem uma deusa na minha casa... — ouço um sussurro baixo e aterrorizado. E lá vamos nós para mais um surto medroso do Guilherme.

Pelas águas sagradas do Nilo, o que é que a alma do Jahi viu nesse pobre coitado com alma de idoso e mais medroso que uma galinha? Ele é inteligente, corajoso e tem um bom coração, mas o que eu vou fazer com um avatar que pode cair duro no chão se ver um demônio do submundo? Acho que vou fazer um ritual para Anúbis e tentar conversar com Jahi. Aquele moleque vai ter que me explicar porque escolheu esse paspalho e...

— Ai! — um cutucão forte é desferido em meu braço. — Qual o seu problema?

— Meu Deus, tem uma deusa na minha casa! Meu Deus! Meu Deus!

— O que você esperava, gênio? Você por acaso é... — a ficha então cai. Devagar levanto do chão onde estou deitada, meu corpo está sólido, um pouco menor e mais frágil do que era antes. Deu certo, a maldição foi quebrada! — Pela sagrada terra do Egito, eu estou livre!

Eu estou livre, ainda sentindo meus poderes contidos demais e com energias sombrias estranhas nesse mundo, mas ainda assim livre. Guilherme em choque começa a caminhar de um lado para o outro. Tudo parece ter evoluído bastante desde o meu tempo de liberdade e dá para constatar apenas observando ao redor da casa do humano que me libertou. Todo o ambiente é decorado em cores neutras, é bonito, mas nada comparado com a morada dos deuses no paraíso dos juncos.

— Ai meu Deus, você está mesmo aqui — ele diz atônito. — Ótimo, já ajudei a ser libertada, agora cumpra o combinado e suma de uma vez.

— Calma, humano, não é assim que a banda toca.

— Não, senhora, é assim que toca. Nós tínhamos um acordo

— Não pode me expulsar.

— Posso sim e vou!

— Se quer ficar à mercê dos prováveis monstros que podem ser enviados para te matar por ter me libertado, tudo bem, vá em frente, me expulse — jogo ao vento a pequena questão que ocultei do loiro e ele me encara.

— O que? Você disse que me protegeria!

— Eu te protegi! Não me ouviu gritar no meio do ritual para controlar a magia para não te matar? Agora que estou liberta, a coisa é outra.

— Eu não acredito que fui idiota de acreditar em uma deusa — ele põe a mão nos cabelos irritado. — Os livros de fantasia estavam certos. Como eu pude ser tão burro?

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