85| De voltar ao lar

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Dennis

Um mês e alguns dias haviam se passado.

Eu estava voltando de uma viagem de trabalho, a qual eu havia adiado por um tempo para não ter que me afastar de Pen. Estávamos aproveitando o máximo cada tempo juntos, e claro, embora meu tempo fosse sempre apertado, eu havia decidido mudar assim que pisasse os pés naquela cidade novamente.

Odiava o fato do trabalho ocupar oitenta por cento do meu tempo, sendo que a coisa que eu mais amo fica com a menor parte. Olhei o relógio em meu pulso, vendo que ainda faltavam algumas horas até chegar em Brityan.

Suspirei, encostando minha cabeça no encosto do banco.

ㅡ Pare de ser tão impaciente, Dennis.ㅡ escutei a voz de Júlia, como sempre me repreendendo.

Ela era mais parecida com a minha mãe do que imaginava, mesmo sendo anos mais nova, tinha o espírito de mandona.

A ignorei, olhando para o céu lá fora. O jatinho estava voando à noite, que era o que eu mais gostava. Viajar à noite era como ser invadido por uma paz imensa, mas no momento, eu só queria que isso acabasse e eu pudesse dar um abraço em Penelope.

Quanto mais eu pensava na minha garota, mais a saudade aumentava.

ㅡ Acho que quero sair da cidade.ㅡ comentei sem a olhar.

ㅡ Como?

ㅡ Quando Penelope se formar. Quero sair daquele lugar que tanto nos lembra coisas ruins.

Júlia não respondeu de imediado. Após alguns segundos, falou:

ㅡ E sua família?

ㅡ Minha mãe vai aproveitar o restante da vida da forma que quiser, e eu sei que é viajando para os ligares que ela mais ama, já que Tales não a levava. Ela sempre terá o meu apoio. ㅡ respondi.ㅡ E Day... Ela já é uma mulher. Não vou abandoná-la, óbvio, mas é ela quem faz as escolhas dela e eu as minhas.

Suspirei. E uma coisa que Júlia não sabia, era que Day havia mudado um pouco. Ela ainda digeria a morte do pai. Eu fazia o que podia, lhe dando apoio e o que quer que pedisse para tratamento ou algo do tipo.

Tive uma conversa séria com ela, fui sincero e disse que sempre estaria de braços aberto para ela. Day ainda falava comigo, o que a irritava, era o fato de eu ainda estar com Penelope. Ela havia adquirido uma indiferença grande por Pen, a qual não me agradava, mas eu preferia não pensar muito nisso.

Nossa mãe sabia de todo o ocorrido, disse que eram ciúmes de irmã mas eu sabia que não era só isso.
Enfim, o que eu pudesse fazer para ajudá-la, eu faria, e ela sabia disso.

Mas cada um segue a sua vida da maneira que quiser.

ㅡ Acho bom pra vocês.ㅡ comentou.ㅡ Só pense antes de deixar o cabeção do Lucas aqui.

Segurei a risada.

ㅡ Vocês vão comigo, não se preocupe, Júlia.ㅡ a olhei, sorrindo docemente, o que a irritava.ㅡ Como vou sobreviver sem vocês?

Júlia revirou os olhos, fazendo uma careta, mas dava para ver que segurava o sorriso.
Júlia e Lucas eram como a minha família, era interessante como havíamos desenvolvido essa relação.

Me virei para frente, fechando os olhos para descansar um pouco e talvez diminuir o tempo de viagem.

~~

A primeira coisa que fiz antes de ir direto para casa, foi falar com Lucas e ir direto para lá.

Estacionei o carro na garagem, pegando minhas coisas e andando em direção à porta. Os seguranças acenaram com a cabeça pra mim, e eu retribuí o gesto, levando a mão até a campainha.

A porta logo foi aperto por Pen, que pulou em meu braços enquanto Laika latia animada.
A ergui do chão, enchendo seu pescoço de beijo, já que ela havia enfiado o rosto no meu.

ㅡ Ah, finalmente! ㅡ me olhou, sorrindo de orelha à orelha.ㅡ Por que não me avisou?

ㅡ Queria fazer surpresa.ㅡ lhe roubei um selinho, e depois outro, e depois mais outro.

Olhei para o chão, ainda vendo Laika latir e rodar.
Desci Pen, e fui dar atenção à cadela, que mais parecia um ser pensante de tão inteligente.

Me agachei, passando as mãos em seu pelo macio, e fazendo com que Laika se derretesse no chão.

Eu havia convencido Pen de vir pra cá durante os dias em que eu estivesse de viagem, por segurança... Mas mal sabiam que eu não pretendia deixar elas voltarem.

Acabei sorrindo sozinho e levantei, vendo Pen trazer a mala para dentro e fechar a porta.

ㅡ Demorei para me acostumar com o tamanho da casa. ㅡ falou, se aproximando de mim.ㅡ Por que isso tudo se é apenas uma pessoa?

ㅡ Agora são duas e uma filha de quatro patas.ㅡ levantei.

Ela sorriu ao me ouvir se referir à Laika assim, eu sabia o quanto a cadela era importante pra ela, e, de certa forma, havia se tornado para mim também.

A puxei pela cintura, enfiando uma mão em sua nuca e lhe beijando logo em seguida.
Penelope usava com short muito curto e fino, o qual estava mexendo com a minha mente, e um top branco. Ela ficava atraente pra caralho.

Meu desejo por ele só aumentava, cada dia mais. Mesmo que eu tivesse Penelope cem por cento, nunca seria suficiente. Eu a queria todos os dias com uma intensidade maior, que chegava à ser sufocante.

O beijo estava começando à ir para outras intenções, quando escutamos sua barriga roncar, e ela se afastar rindo.

Acabei rindo também.

ㅡ Desculpe, eu ia fazer algo para comer agora.ㅡ me deu um selinho.ㅡ Vou preparar alguma coisa enquanto você toma banho, certo?

Assenti, lhe roubando mais alguns beijos antes de subir, contrariado, e ir banhar.

Isso era o que eu queria.
Essa era a vida que eu mais almejava, e havia conseguido.

Eu estava de volta ao meu lar, que era Pen;
E com ela aqui, eu não precisava de mais nada.

~~

🌟❤

Um Acordo ( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora