12 | Por um Bem Maior

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Não falei mais com Dabi. Só descemos e então, Shinsou me guiou até o seu carro, para me levar embora. Bom, ele me trouxe, eu acho isso bem justo.

Ele me guiou pelo prédio em silêncio, e eu também não fiz questão de quebrar ele. Quando chegamos no carro, entramos e ele deu partida, andando pelas ruas escuras daquele bairro fodido.

E é claro que eu notei que ele está fazendo o caminho mais longo.

Só espero em Deus que ele não tente me matar. Porque se ele tentar, tenham certeza que o sangue que vai cair aqui não vai ser o meu.

— O que decidiram na minha ausência? — Decido perguntar, somente para ficar a par da situação.

— Shigaraki ordenou que Eri seja vigiada 24 horas. — Ele fungou o nariz, andando devagar pelas ruas vazias. Parecia querer prolongar o momento. — O Yams vai se infiltrar na escola dela como algum funcionário, enquanto a Toga e o Dabi a vigiam fora dela.

— Botaram o bêbado do Yamaguchi para vigiar a Eri dentro de uma escola? — Soei inconformado. — Esse maluco é capaz de oferecer vinho para os alunos, porra!

— Se ele foi escalado, significa que tem capacidade. — Sua tentativa de defendê-lo não resultou em muita coisa, porque eu ainda não concordo com isso. Mas enfim. — Eu fiquei responsável por outra coisa. Tudo e qualquer informação a respeito da droga que você conseguir, irá ser passada para mim.

— Quê?! — Dou um pequeno pulo no carro. É sério que eu vou ter que ver esse vampiro mais vezes do que eu pretendia? Jura?

— Shigaraki quer evitar ao máximo contato com você, então sim, eu serei o "pombo mensageiro" que liga vocês dois. — Passamos pelo semáforo vermelho, já que as ruas estavam desertas e o horário muito alto. Continuou dirigindo normalmente. — A decisão foi tomada a partir do momento que ele entendeu que eu sou o mais próximo de você.

— Não somos próximos. — O corto rapidamente. Ele ficou em silêncio. — Não somos nada. Eu só te conheço.

— O que é relevante para você, é irrelevante para ele. — Fico emburrado com essa resposta. Filho da puta! — Olha…

Ele faz uma pausa, o que me faz encará-lo de soslaio. Eu sei que ele quer me dizer alguma coisa, é nítido. Mas eu não vou incentivar ninguém. Não quero falar mais do que o necessário.

Shinsou respira fundo, como se estivesse se preparando para falar comigo sobre algo. Eu não falo nada, só espero para ver no que dá.

— Eu queria estabelecer um acordo pessoal. — Virou outra rua. Não olhava para mim.

— Que tipo de acordo? — Questiono um pouco desconfiado. Não quero me envolver mais do que o necessário, cacete. É tão difícil assim?

— Eu quero oferecer paz. — Ok, isso me faz rir. E muito. Acho que até gargalhei, mas me engasguei em seguida. Que piada é essa?

— Isso é algum tipo de piada? — Ainda fico meio incrédulo, mas as expressões sérias até demais dele me fazem ficar em silêncio. — Porra, Shinsou.

— Deveríamos nos manter tranquilos, sem brigas, como uma parceria.

— Já temos uma parceria. — Argumento, cruzando os braços e revirando os olhos.

— Você tem uma parceria com a Liga, não comigo. — Solto uma risada sarcástica, olhando pela janela.

— E você faz parte de quem? — Ele suspirou, como se aquilo fosse a coisa mais estúpida do mundo. E realmente era. — Para de tentar inventar moda, cara.

Purplish Vampire IIOnde histórias criam vida. Descubra agora