Uma ilusão chamada
DEUS
Carlos Alberto Costa
Introdução
É impossível acreditar em um cara que está assentado nas nuvens rodeado de anjos, e
contemplando o sofrimento do povo, a miserabilidade, e as injustiças sociais no planeta
Terra. Houve uma fase da minha vida, que também acreditei em Papai Noel, Coelhinho
da Páscoa, e até na Fada Madrinha. Apesar da incoerência existente no ser que se
intitula “O Todo Poderoso”, é grande o número de pessoas atoladas nessa crença e no
fanatismo religioso. A religião “infantiliza” as pessoas; sabemos que o universo infantil,
é puro e fraternal, e também repleto de sentimentos ingênuos e incondicionais. A
conversão de uma pessoa a uma seita leva-a de encontro com seus sentimentos mais
puros e singelos. Passa a reviver um tempo em que ainda não havia a maldade, o medo,
a revolta, o rancor, nem a preocupação com a sobrevivência. Este estado de espírito,
Freud chama de “Sentimento Oceânico”. Uma vez dentro deste sentimento, a pessoa
quer permanecer para sempre. Não tendo conhecimento que despertaram os próprios
sentimentos infantis, atribuem a Deus ou outras entidades, a paz que encontraram. É aí
que a religião entra sutilmente no terreno das emoções do ser humano, impondo suas
doutrinas e paradigmas alienantes para “ganhar” mais uma ovelha para seu rebanho.
Todos os seres humanos já viveram um dia esse estado de graça, felicidade plena e
perfeita harmonia com o Universo. No entanto, as intempéries da vida, as pedras no
caminho, as frustrações e enganos, apaga dentro nós essa alegria de viver. A própria
vida destrói nosso mundo mágico, repleto de sonhos. Essa alegria pura, inocente e
verdadeira, existe em todos os seres viventes, a partir do momento que “despertam”
para a vida. Podemos notar essa pureza também nos animais. Um filhotinho de tigre,
que ainda não tem noção do que ele é realmente, enquanto filhote; é meigo, dócil, e
carinhoso. O mesmo acontece com cães, filhotes de leões, etc. A personalidade desses
animais, sofrerá alterações de comportamento à medida que experimenta a crueldade do
reino animal, e sua luta pela sobrevivência. Com o ser humano não é diferente. Quando
vivenciamos os primeiros sinais de ameaça, esses sinais despertam o medo. Buscamos
refúgio na figura do pai, que é a nossa referência de “proteção”. Para uma criança, o pai
é sempre um herói. Na falta do pai, a referência passa a ser a mãe, o tio, o avô etc.
A vida nos impõe barreiras e lutamos contra elas à medida que crescemos. Na
adolescência, praticamente já não existe mais nenhum traço da criança feliz, nem do
universo infantil. Até porque, outros sentimentos começam a aparecer como: o ódio, a
vingança, a sensualidade e a rebeldia. Se não houver apoio por parte da família, a busca