One shots | Billie Eilish

Ocean eyes

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Sorrindo 'pra mim, tudo que eu queria era que me beijasse. Eu sei que não é um futuro possível, mas talvez em alguma outra realidade nós duas ficamos juntas. Ela sempre teve àqueles lindos olhos oceânicos cujas emoções se destacavam muito contrastadas com sua personalidade curiosa e gentil. Eu nunca me esqueceria daquele cabelo com cheiro de shampoo doce e sua voz com toque de canela e mel em meus tímpanos, acariciando gentilmente o meu sono. Dói mais do que eu gostaria de admitir, mas é difícil quando ela ama outra pessoa, deseja outra pessoa e permanece com esta pessoa.
 
— Lauren? — Me encara.
— Hm? — respondo, olhando para cima.

  Pode parecer horrivelmente dolorido, mas eu continuaria observando aqueles olhos de oceano por muito tempo. Talvez até o fim da nossa amizade, já que ela nunca me deu uma bandeira de ter interesse em mulheres, mas mesmo assim… há algo ali que me faz querer acreditar. Tenho tanto medo, tanto medo…
  Ela não sabe que me fez chorar ocenaos por ela, e nem precisa saber, acho que somente a sua amizade é o suficiente para que eu me sinta melhor.

— Podemos ir? — me pergunta e então eu realmente presto atenção.
— Eu 'tô gostando daqui. — respondo simples, bebendo mais do meu gin.
— Você 'tá bem? — me pergunta, ficando avermelhada.
— 'Tô… — Minha voz começa a ficar embargada.
— Meu amor, se você quiser, a gente pode ir.
— Eu não quero, Billie Eilish. — Respondo grosseiramente — Eu já falei que eu 'to bem.
— 'Cê 'tá brava comigo? — Ela fecha a cara.
— Não, eu não 'to. Vamos logo embora…

  Billie segura o meu ombro, apertando com o polegar e eu levanto o copo até a boca, mas ela segura meu pulso.

— Não, acabou. Me dá isso. — Me encara com seus olhos tão bonitos e morde os lábios, atraindo-me para eles.
— Você nao manda em mim, me dá essa merda. — Sustento seu olhar, sentindo meu rosto queimar pelo álcool.
— Lauren, eu mandei me entregar.

  Eu sei que ela só está preocupada. Te entrego o copo e vou até meu carro, abrindo e sentando no banco do passageiro. Assim que ela joga o copo fora, vejo ela se aproximando do carro e lá vamos nós novamente: vamos voltar para a minha casa, ela vai cuidar de mim e vamos fingir que nada aconteceu, até porque nada aconteceu, certo? Eu sei que não. Eu sei que não… vou dormir sentindo seu cheiro doce e suas mãos na minha cintura, mas nada vai acontecer, nada aconteceu e nada nunca vai realmente acontecer.

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