6° Capítulo

0 0 0
                                    

Lucas

Completar 16 anos por aqui já significa muita coisa, e foi nessa idade que eu me tornei um adulto cheio de responsabilidades.

Eu queria? Não.

Tenho escolha? Também não.

É uma obrigação de família e agora estou voltando para a cidade que nasci para tomar de conta desses "assuntos". Não lembro de quase nada ou de alguém, tirando os meus pais e meu irmão mais novo.

A floresta continua densa e o clima nublado de sempre, isso faz os meus instintos se aguçarem e um enorme sorriso de satisfação pintar no meu rosto.

Vejo uma luz neon em meio a neblina que logo revela ser uma placa de uma lanchonete.

Esse lugar é familiar...

Claro!

Esse era o meu lugar favorito da cidade.

Além da floresta.

Passo pela porta e não tem ninguém na loja. Será que o senhor Vil... Não consegui terminar a frase na minha cabeça pois ela foi preenchida por vazio quando uma garota de cabelo rosa aparece.
Ela não me era diferente... e eu tinha certeza disso. Que outro motivo uma garota faria o meu coração acelerar tanto? É o cheiro... o cheiro dela é tão bom que me deixou em êxtase.

Só desperto quando ela pergunta o que eu queria. Assim como eu, a garota também parecia ter ficado em êxtase ao me ver.

-Um Black Tea, por favor. - Ela anota com as mãos trêmulas e volta minutos depois com o meu pedido. - Obrigada.

Um toque. Foi necessário um toque para espalhar uma enorme onde de energia por todo o meu corpo. Uma vez, e parece que todo esse toque de fogo vai queimar a minha pele.

Dei uma última olhada antes de sair daquele lugar.

Mas que merda?

Quem é essa garota e por que o seu toque quase queimou a minha alma?

Eu estava tão confuso, só queria chegar em casa logo.

Fui o mais rápido possível e sou bombardeado de beijos e abraços assim que passo pela porta.

-Acho que ele tá ficando vermelho... - Avisa o Francis.

-Obrigada, maninho.

-Meu bebê está de volta! - Fala arrumando o meu cabelo que ela mesmo bagunçou. - Que saudades!

-Acho que ele não é mais um bebê. - Protesta o meu pai indo para o lado do Francis.

-Não pai, eu não sou mais um bebê.

-Não importa! Pra mim você ainda é um bebê.

Depois de mais beijos e abraços da minha mãe, vejo o Francis me olhando com os braços cruzados.

-Quer ficar como eu? - Ele levanta uma sobrancelha. - Gostoso.

-Ah, me desculpa Lucas. Esqueci que você é a pessoa mais bonita do mundo e todos querem ser como você. - Ironiza.

-Não posso evitar ser tão popular.

Ele balança a cabeça.

-Vem cá. - Puxo ele para um abraço.

É bom estar de volta.

(...)

Não é bom estar de volta.

Não quando você está andando calmamente para a entrada da escola e todos os olhares estão voltados para você.

Eu sou tão bonito assim?

ZoeOnde histórias criam vida. Descubra agora