◽CAPITOLO DICIOTTO

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◽ Violleta Moretti

  Tenho que admitir que embora esse noivado não seja da minha vontade, Nádia fez um ótimo trabalho. Tudo parece ter sido feito para mim e Joe.

Os membros da máfia já estão presente, inclusive o capo da Ndrangheta, Marcus Portella.

Sua presença não me agrada nem um pouco.

— E então, me diga se gostou!

Nádia aparece por trás de mim, me despertando do meu pequeno mundo.

— Está lindo, Nádia... tudo perfeito. Eu amei.

— Não fiz nada além do meu trabalho, Joe me pagou caro por tudo.

Dou risada, vendo ele conversando com alguns subordinados, rindo tranquilamente.

— Espero que tudo dê certo com vocês.

Dou de ombros, virando minha décima taça de martíni.

— Me concede uma dança, senhorita Salvatore? — Mattia oferece a mão para Nádia e eu empurro ela.

— Claro, senhor Ferrari.

E eles seguem até a pista de dança, me deixando sozinha com meus piores pensamentos.

Não consigo pensar na minha irmã envolvida com alguém como o Marcus, simplesmente me sinto enjoada,  chega a ser repugnante.

Sinto suas mãos na minha cintura, olho para trás e vejo Joe encarando a pista de dança.

Ele fica sério.

— Não acha essa proximidade intrigante? — pergunta.

— Não acho. Eles formam um belo casal.

Ele revira os olhos. Joe Salvatore com ciúme da irmã é algo novo, algo estupidamente engraçado.

— Gino já apareceu?

— Acabou de se pronunciar aos membros e veio acompanhando.

Me viro e encaro ele.

— Como assim, acompanhado?

A música volta a tocar após uma pequena pausa.

E então, diante do salão e perante a todos do jantar, meu amado pai dança com sua acompanhante; Beatrice Conti.

— Venha.

Meu noivo me estende a mão, sorrindo para mim.

— Vamos mostrar a eles o que é dançar. — Olho para a pista de dança  — Somos o centro da atenção essa noite, querida.

Seguro sua mão e seguimos até a pista.

— Consegue sentir?

— Sentir o que? — pergunto, segurando na sua mão, sinto a suas no meu quadril, me girando pelo salão com sua dança elegante. — Suas mãos em lugares sugestivos?

Ele sorri, o sorriso cafajeste mais lindo que já vi.

— Posso tocar em lugares ainda mais sugestivos.

— Não será a primeira vez, senhor Salvatore.

Joe arqueou a sobrancelha, me inclinando de repente, sua boca fica a centímetros da minha.

— Isso é um convite, senhorita Moretti?

— Quem sabe, podemos tentar improvisar. — sorrio de lado quando ele me pega no colo, me girando pelo salão. — O senhor é sempre tão imprevisível.

Coloco a mão no rosto dele, quando ele me inclina, chamando atenção de todos, que agora admiram os noivos e anfitriões da noite.

—  Violleta. — ele me inclina, passo as mãos nas minha pernas, indo até os meus seios e subindo até terminar o movimento no topo da cabeça, Joe segue meus movimentos com suas mãos precisas.

Mais uma vez, me surpreendi por ele dançar tão bem.

— Você está tão sexy assim. — sussurra na minha orelha. — Não faz ideia do que faria agora se estivéssemos a sós.

Os aplausos me despertam, sinto ele me colocando de pé, no exato momento que o garçom passa servindo champanhe, vou até ele e pego duas taças.

Quando retorno, meu noivo já está ocupado demais para mim.

Vou na direção de Lorenzo e entrego uma das taças a ele.

— Admirando a felicidade alheia? — pergunto, quando noto seu olhar em Nádia e Mattia, que não se desgrudaram desde a primeira dança.

— Não consigo entender o que ela viu nele. — ele bebe a champanhe.

Dou de ombros, virando a taça e pegando outra.

— Ele é um gostoso. — Digo, calma. — Mas isso não vem ao caso. — Se está incomodado devia chamar ela para dançar, no mínimo.

Lorenzo abre a boca.

— Por que não o tira de lá? — aponta para Joe, dançando com a vagabunda da Conti.

— Senhorita Moretti, me concede a honra?  — Vito Lombardi surge no meio das pessoas, me oferecendo sua mão. — Se não interromper algo.

Olho para Lorenzo e ele fuzila Vito com os olhos, mas o mesmo finge não ver quando me guia pelo salão.

— Sempre nos lugares mais apropriados  não é mesmo, senhor Lombardi? — ele dá uma risada abafada, colocando a mão na minha cintura.

— Eu estava aguardando a oportunidade perfeita para lhe desejar os parabéns.

— É mesmo? Que educado da sua parte, devia lhe agradecer por tamanha gentileza?

Ele faz bico, depois da de ombros.

— Na verdade, devia. O horrível ter que te ver com outro homem e fingir nunca foi das minhas coisas favoritas. 

— Para alguém que atuou durante anos, você está bem enferrujado.

— Preciso falar com você. — ele diz, e então entendo o porquê está rodando e se afastando tanto das pessoas.

Ele continua a rodopiar comigo pelo salão, até que nos afastamos de vez da multidão, indo até a porta nas laterais da casa. Chegamos  ao corredor principal.

— Então, porque não me diz o que quer dessa vez? — pergunto, seguindo até a extremidade do espaço.

Vito vem na minha direção.

— Precisava ter um minuto com você, pelo menos hoje, já que no dia do casamento estarei longe. Queria mais um momento assim.

— Pois então, me diga. — Olho no relógio da parede e depois o encaro. — Você tem dez minutos.

Ele não diz nada de imediato, caminha na minha direção, me afasto automaticamente.

—  Russo está atrás do Joe, quer tentar atingir ele e vai tentar fazer isso através de você.

— Russo não está em Roma.

— Mas Gino está. — Pisco, sem entender. — Gino e Russo estão se unindo com um único propósito: acabar com os Salvatore.

Tento assimilar a informação.
Se isso for de fato verdade, as possibilidades de Joe sobreviver são mínimas.

Me viro.

— Para onde você vai?

— Vou embora, Lombardi. — ele segura meus braços. — Será que além de idiota você é surdo?

— Eu preciso de você. — sussurrou, seu hálito me causando um arrepio na espinha. — Eu preciso.

Tento puxar minhas mãos, mas é em vão, ele já está me beijando à força.

Começo a ter as mesmas sensações que tinha a tempos atrás por ele.

Qual é a sensação?

Um nó se forma na minha garganta.

Nojo.

LA MÁFIA [VOL.1 OBSESSÕES] Onde histórias criam vida. Descubra agora