46. TODA CORAGEM QUE PUDER

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Quando deslizo pelo banco de couro após entrar no carro e colocar o cinto de segurança, ainda estou me sentindo frustrada pela maneira como Aiden pareceu fugir de mim quando tentei tocar no tal assunto urgente que ele tinha para conversar comigo

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Quando deslizo pelo banco de couro após entrar no carro e colocar o cinto de segurança, ainda estou me sentindo frustrada pela maneira como Aiden pareceu fugir de mim quando tentei tocar no tal assunto urgente que ele tinha para conversar comigo.

"Se era tão urgente, por que agora ele não quer mais me falar o que é?".

A parte mais difícil é que eu não consigo especular nada que teria um significado urgente entre nós, a não ser que envolvesse ele querer voltar com Mary Ann ou algo assim, já que foi o plano que nos aproximou.

"Ele teria que ser muito burro, se fosse o caso...".

"Ele quem, alteza?" Xavier acaba me ouvindo ao ocupar o seu lugar no banco do motorista.

Balanço a cabeça em negação, oferecendo-lhe um sorriso de desculpas.

"Ninguém, Xavier".

Ele certamente sabe que eu estou mentindo, mas não tenta me contrariar por não querer compartilhar e apenas acena em concordância, ligando o carro.

"Vamos direto para casa? A tarde foi bem longa e suponho que a senhorita esteja cansada".

"Supôs corretamente", eu olho para o gramado da ONG, onde agora uma equipe desmonta os toldos após o encerramento da feira. Definitivamente, uma tarde longa e terrível com tantas câmeras sobre mim, mas satisfatória pela adoção de todos os filhotes e também do meu amado Dom Quixote. E daí que Aiden seja frustrante? Ao menos ele também é um ótimo amigo, algo que tenho que reconhecer. "Mas preciso ir à um lugar antes de ir para casa", noto que o meu motorista me observa pelo espelho-retrovisor, curioso com o tal lugar. "Eu quero ir ao palácio, Xavier".

Sua curiosidade se torna surpresa, mas meu motorista não deixa isso transparecer através de palavras. Ele nunca foi do tipo metido ou inconveniente. Faz mais o tipo que assiste em silêncio e cumpre ordens.

"Certo, Milady. Nós chegaremos lá em meia hora".

"Obrigada".

Enquanto ele manobra o carro para sair da vaga, eu me obrigo a parar de pensar na aparição surpresa de Aiden na ONG ou no tal assunto urgente. Há coisas mais desesperadoras no momento, como o significado da carta que tenho em mãos e a decisão que tomei e que pode mudar todo o rumo da minha vida, principalmente em se tratando da Huang Jin Mi.

Embora eu não faça ideia do valor histórico da carta que encontrei quanto ao significado de seu conteúdo sobre haver mais um possível ramo da árvore genealógica Greenhunter em Orion, pareceu óbvio que eu não poderia guardar isso apenas para mim. Ainda mais quando pretendo usar a informação no meu livro.

Por isso, resolvi arriscar tudo.

Apesar de saber que eu poderia só falar para a minha mãe sobre a carta, já que a encontrei no palacete, tenho certeza de que ela não entenderia o significado da mesma forma que eu. Afinal, ela não se importa com o passado tanto quanto com o presente ou o futuro, ainda mais um passado onde ela nem sequer sonhava em existir.

SOBRE A REALEZA E PAIXÕES ACIDENTAIS - ATO I Onde histórias criam vida. Descubra agora