Capítulo 31

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Vendo que já era tarde e que seus esforços eram em vão, a morena desabafou com a única pessoa que ela sabia que a entenderia.

Dulce María
Amor, tá aí?

Dulce María
Acho que acabei com a vida do Guga

Dulce María
Ele não gostou da creche, não fica de jeito nenhum. Eu estou desde as 8h tentando uma adaptação com ele e nada... NADA. Ele odeia tudo.

Dulce María
Meu Deus, eu não sei o que fazer sem você aqui. Quero chorar.

Mirou o filho outra vez e o menino acenou para a mãe, sorrindo ao perceber que ela continuava ali.

Sentiu o peito apertado, quando deu por si, os dedos já haviam discado o número do marido.

Christopher= Oi, amor.

Dulce= Oi, vida. – disse com a voz embargada. – Onde você está?

Christopher= Na rua. Que voz é essa? O que houve, amor?

Dulce= Guga não fica na creche. – arfou. – Ai, Christopher, não sei mais o que fazer com ele! Estou aqui há horas e ele não cede.

Christopher= O que ele está fazendo?

Dulce= Chorando. – deu de ombros. – Ele fica com a professora, ele se diverte, mas se eu ameaço sair de perto, ele chora. Não quis fazer amizade com nenhuma criança.

Christopher= Amor...

Dulce= Eu acabei com a vida dele. – exalou pesadamente. – Ele não é assim, você sabe.

Christopher= Amor, é só o primeiro dia. – acalmou-a. – Ele nunca viu essas pessoas, não está acostumado com o idioma ao redor. É tudo novidade e é normal que ele se assuste.

Dulce= Eu sei, eu entendo, mas não consigo lidar. Tenho reunião às duas, na realidade, ela era de manhã e Cynthia já teve que desmarcar.

Christopher= Amor, pare de pensar demais. Respire fundo. – pediu e escutou a respiração dela do outro lado da linha. – Eles te chamaram sabendo como era a sua vida pessoal. Se hoje não der, você faz a reunião amanhã. Eles te querem exatamente como você é. Não se force a nada.

Dulce= Sim, mas...

Christopher= Exatamente como você é, amor. Com o Guga e com todas as dificuldades e facilidades que a maternidade exige. Assim de simples.

Dulce= Sim. Sim. – respirou fundo outra vez. – Sim, obrigada.

Christopher= Não permita que ninguém mude quem você é, porque te garanto que você é incrível! – sorriu bobo e ela não disse nada. – Hey... te amo.

Dulce= Te amo. – disse baixo. – Obrigada. Acho que estou nervosa e ansiosa, e isso acaba passando para ele também.

Christopher= O que é normal, ok? Nervosismo e ansiedade diante de um trabalho novo, em um lugar novo... é tudo normal. Mas não se esqueça que você foi chamada para estar aí, eles te observaram, viram quem você era e decidiram ter você. Não tenha medo de ser você. – sorriu de lado. – Você nunca teve, vida.

Dulce= Sim... eu nunca tive. – exalou pesadamente. – Que diferença faz ter você por perto! Obrigada por me acalmar.

Christopher= Posso não estar aí ainda, mas nunca deixarei de te apoiar. E isso é válido para qualquer país, vida.

A Sósia - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora