48. COMO DESTRUIR ANJOS

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Não há tempo para ponderar sobre o que fazer quando Antonella pode realmente estar correndo risco de vida, então eu apenas a enrolo melhor com o cobertor e a pego nos braços para levá-la ao hospital

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Não há tempo para ponderar sobre o que fazer quando Antonella pode realmente estar correndo risco de vida, então eu apenas a enrolo melhor com o cobertor e a pego nos braços para levá-la ao hospital.

"Você vai ficar bem", não sei se falo isso para acalmá-la ou para me acalmar. Afinal, no estado em que ela está, tenho minhas dúvidas de que esteja me ouvindo.

A Princesa parece mole em meus braços e pálida feito cera de vela, com suor brilhando na testa e uma respiração irregular, como se não conseguisse captar ar suficiente para os pulmões. Isso me deixa ainda mais maluco.

Jet filho da puta... mesmo que consigam reverter o que ele causou, o que espero que consigam, eu ainda vou querer matá-lo com as minhas próprias mãos por causa disso.

Seguro Antonella com firmeza contra o peito, onde ela pende sem forças enquanto murmura coisas impossíveis de entender, como se estivesse delirando. Exatamente como o maldito disse que aconteceria.

"O que o senhor pensa que está fazendo?!" A voz de gralha de Gina me alcança assim que apareço na escada, soando completamente alarmada.

"Preciso levá-la imediatamente ao hospital".

"Mas do que é que está falando agora?" É Renald quem acaba perguntando, tão confuso quanto a governanta. Ele se apressa em me encontrar na base da escada com uma feição crítica. "Disse que precisava falar com a Antonella, mas agora quer levá-la ao hospital do nada? E porquê...", a voz dele se perde, provavelmente porque percebe o corpo inerte que carrego, o qual continua resfolegando em meio a múrmuros.

"A sua irmã não está nada bem", falo o óbvio. "Se não for para o hospital agora mesmo, pode morrer".

"Que diabos...".

Volto-me para Gina, olhando-a com o máximo de seriedade que consigo ter.

"Foram os chocolates. Estavam envenenados".

Assisto a governanta perder toda a cor enquanto uma expressão boquiaberta toma suas feições.

"Você envenenou a minha menina?".

Quase reviro os olhos. Tenha santa paciência.

"É claro que não. Já disse que não mandei os chocolates, apesar da pessoa ter usado o meu nome para isso".

"Então como sabe que foram envenenados?".

"Porque eu sei quem envenenou, e por saber quem fez isso, também sei que preciso levar a Antonella imediatamente ao hospital".

"Você não pode simplesmente chegar aqui, alegar que alguém envenenou uma membro da família real em seu nome e então levá-la direto para mais um grande escândalo dando entrada em um hospital!".

"Então você prefere que ela morra só para manter a reputação imaculada?" Quase grito, de repente extremamente irritado por estar perdendo tempo com baboseiras enquanto Antonella sofre em meus braços. "Se não a levar ao hospital agora, vamos perder tempo com um atendimento a domicílio que, no final das contas, precisará do antídoto que só hospitais dispõem", estendo o meu apelo entre a governanta e o irmão caçula, soando tão urgente quanto me sinto.

SOBRE A REALEZA E PAIXÕES ACIDENTAIS - ATO I Onde histórias criam vida. Descubra agora