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Era cristã, ano; 2059, provincia de Hermán Busch América Latina). Mato seco, animais escassos, estiagem. Pelos intervalos das montanhas do maciço do Urucum sobreviventes espalhados pelo que eram as cidades Puerto Quijarro, Puerto Suarez, Corumbá, Ladário se escondem em troncos de árvores, grutas, construções abandonadas. Trilhas de vaca e cabras substituem ruas, avenidas. Para os humanos suas fontes de água são principalmente calcadas no orvalho (cada vez mais raro depois de iniciada a seca), pois as de fonte naturais são agora colonias de inimigos microscópicos. Os outros animais seguem a vida sem se afetarem com o problema "Homo Sapiencio", não ficaram décadas treinando as bactérias com os mais fortes antibióticos e ainda descartando-os nas fontes da natureza.
Por uma das trilhas; velha moto, preta-desbotada, 600 c. é acelerada. O "zumpiloto" Xiño (59 anos) manobra entre galhos, buracos, pedras, chega ao seu esconderijo. Nu, porte atlético, barba crescida assimétrica na cara, bolhas e escamas pelo corpo, tatuado nas costas; um frei em perfil segurando uma foice de colheita.
Antes da crise com as bactérias ele foi lutador, serviu a marinha, trabalhou na mina e hoje afetado por um patógeno murmura com o queixo desalinhado e gruge sons parecidos à palavras em latim. Era carismático e feliz. De um fio transversado no tórax ele retira das costas orgãos, joga-os para seus cães sarnentos, deformados por radiação, emitindo sons distoridos de felicidade abanam as caudas. Xiño gruda num pedaço do órgão, puxa e este arrebenta. Ele morde, mastiga, mete o pequeno pedaço entre as partes do motor tinindo de quente no fim de tarde abafado. O órgão queima, fumaceia, apreciado o aroma, do mais absoluto nada zumbi-Xiño grita estridente, assusta aos pets e estes correm para o esconderijo. Ele ao som da queima do petisco ouve também delicado e distante som de avião militar (muito lento no céu), grande e pressagio de mal. Passa e aumenta sua velocidade de cruzeiro, o zumbificado encosta nas peças quentes, se assusta, mete a mão entre elas e tira o petisco, come. Se sente feliz com sua cara velha, suja, demente e cicatrizada. Tinha sido alertado mas perturbado no sistema nervoso pelos parasitas não consegue nem lembrar nem compreender.
No alto céu um brilho, um ponto de luz inóx refletindo os últimos raios do crepusculo, objeto lentamente descendo seguro por paraqueda, o sobrevivente rí psicóticamente e abafa ainda mais a tarde com seu asqueroso aspecto porém também de dar pena. Clarão repentino o assusta vindo de sobre sua cabeça, na alta atmosfera, o parasitado arranca em fuga mas tromba com a moto e cai, ao se levantar ouve a própria carne fritar ao que cai de bruço tremulento. Toda a seca vegetação queima e vira cinza num instante, o corpo para de tremer. Fumaçando atrai os cães deformados, gostam do cheiro de chamuscado, começam comer, arrastam o cadaver, uivam.
Os Iluminatis sobrevividos estavam pedindo aos russos que erradicassem populações de deformados e cidades fantasmas sobre planices. Mas alí tão longe de Moscou improvavel serem eles. As cidades entre montanhas passaram para a categoria de preferidas dos sobreviventes miseraveis. No entanto os dizimadores começaram queimar o céu com bolas de fogo quilotonicas