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Depois de tanto chorar, eu finalmente consigo me acalmar e sair do cantinho onde eu estava encolhida, chorando como uma garotinha de 5 anos. Vou em direção a pia do banheiro, jogo água no rosto e ao me olhar no espelho, vejo meus olhos um pouco inchados e vermelhos, mas não dou muita importância para aquilo, já estava acostumada.
Olho a hora em meu celular e vejo que são 13:11.

- droga. - resmungo comigo mesmo - o horário de almoço termina 13:00 e já são 13:11.

Seco meu rosto e saio do banheiro, indo em direção ao escritório do Jeon. Ao chegar em frente a sua porta, eu bato 3 vezes e escuto um entre.

- com licença e desculpe pela demora.- entro e faço referência ao mesmo que me olhava com raiva. Será que ele não almoçou?

- eu disse para não se repetir! - ele diz me olhando com o cenho franzido.

- desculpe senhor.- disse abaixando a cabeça.

- sorte a sua que eu estou de bom humor, então sente-se e faça suas coisas antes que eu me irrite.- nossa, imagina se ele ficasse de tpm.

Sem responder nada, eu apenas viro e vou até a minha mesa me sentando e fazendo meu trabalho, até que chega 18:30. Finalmente eu iria embora. Arrumo minhas coisas e pego a minha bolsa pronta para sair, mas olho na direção do Jeon e vejo que ele não moveu nem sequer um músculo para guardar suas coisas para ir embora.

- Senhor, já são 18:30.- falo olhando para ele

- ah, tudo bem, pode ir, eu ficaria aqui por mais um tempo.- disse olhando na minha direção. Acho que era a primeira vez que ele me olhou normal durante o dia todo.

- está bem. Tenha uma boa noite e até amanhã.- se eu não morrer até lá, é claro.

- para você também Alissa.

Sai de sua sala e caminhei até o elevador para o andar de baixo, para eu ir embora, mas assim que viro a curva do corredor eu esbarro em alguém, me fazendo ir de costas no chão e bater a cabeça.

- ai.- foi tudo o que eu consegui dizer antes de tudo ficar escuro.

(...)

Acordo com uma dor de cabeça enorme e começo a abrir os olhos de pouco em pouco, sentindo minha cabeça latejar e a minha visão meio embaça.

- ah, você acordou!- escuto uma voz conhecida falar animado.

- onde eu tô? - pergunto para aquela voz que se aproximava, até que eu pude ver seu rosto e tentar me lembrar de onde eu o conhecia. Ah! O garoto do café.- o que eu tô fazendo aqui?- perguntei olhando ao redor e vendo alguns fios transparentes em meus braços.- O QUE É ISSO? - gritei enquanto olhava aqueles negócios sugar meu sangue.- são sanguessugas... SÃO SANGUESSUGAS TRANSPARENTES, TIRA ISSO DE MIM!- gritei apavorada enquanto via aquilo sugar meu sangue lentamente, mas quando olhei para cara do garoto ele estava roxo, sim, ele estava roxo de tanto rir da minha desgraça.

- para de rir e tira isso de mim!- falei nervosa já.

- eu não posso mexer nisso, apenas os médicos e as enfermeiras.- disse ele entre risos, enquanto se acalmava.

- então chame um deles até aqui para tirar essas cobras sugadoras de mim garoto!- disse olhando para ele, que me olhava tentando segurar a risada.

- não será preciso, já irei retirar essas "sanguessugas" de você.- disse a enfermeira que brotou do além, segurando a risada também.

- senhor, eu gostaria de avisar que a sua namorada pode dizer ou agir de forma imprevisível, pois o remédio que ela tomou para dor de cabeça , é muito forte, então ela pode ter leves delírios.- disse a enfermeira para o garoto de cabelos castanhos. Mas espera, ela disse namorada?

- como é que é a história aí tia? Perguntei encarando a enfermeira.

- Alissa...- o menino me chamou tentando me fazer ficar quieta.

- você tá namorando com quem Kim Taehyung?- perguntei olhando agora para o garoto, era esse mesmo seu nome? Ou será que não?

- com você meu amorzinho, agora vamos embora tá bom?- pediu ele enquanto me fazia caminhar para fora do quarto e depois do hospital com as nossas mãos entrelaçados.

- eu não sou sua namorada.- disse olhando para ele, enquanto soltava minha mão da dele com delicadeza e posso jurar que vi suas bochechas corar.

- eu sei, me desculpe por isso. - disse olhando para nossas mãos e depois para os seus sapatos, que pareciam estar mais interessantes do que qualquer outra coisa.

- está tudo bem.- disse soltando um suspiro.- obrigada por me levar ao hospital e desculpe pelo escândalo.- falei tentando encontrar seu olhar.

- eu que peço desculpas por não olhar para onde estava andando e esbarrar em você.- disse agora erguendo sua cabeça e olhando em meus olhos, e então eu me lembrei de que eu não tinha perguntado se ele estava bem.

- mas e você, se machucou?- perguntei

- não se preocupe, eu apenas arranhei o nariz, eu estou bem.- e foi aí que eu percebi que ele estava com o nariz aranhado, e realmente não era nada de mais , mas para não parecer ingrata, eu me lembrei que eu tinha alguns band-aid na minha bolsa.

- espere um pouquinho.- pedi pegando um curativo para colocar no nariz do garoto.

- o que você vai fazer?- perguntou ele, enquanto olhava meus movimentos.

Eu não disse nada, apenas me aproximei dele e pedi permissão para tocar seu rosto. Como ele era alto, tive que me esticar um pouco para alcançar seu nariz, mas percebendo isso, ele se abaixou um pouco, o que facilitou. Quando nós dois já estávamos da mesma altura, nossos olhos se encontram, e por incrível que parece, eu não consegui desviar por alguns segundos, mas logos sai do meu transe e coloquei delicadamente o band-aid no nariz do mesmo, que ainda me olhava, e quando eu passei meus dedos por cima do band-aid para conferir se tinha colado, ele fechou os olhos com o meu toque, e eu aproveitei para admirar o quanto seu rosto era lindo, e quando eu abriu os olhos eu levei um leve susto e retirei minhas mãos de seu rosto.

- desculpa por assusta-la.- disse ele me olhando com um pequeno sorriso nos lábios.

- não foi nada.- disse olhando em seu rosto, que agora estava com um band-aid azul, com pequenos ursinhos marrons.

- bom eu já vou indo. Obrigada mais uma vez.- disse acenando para ele enquanto me distância.

- não quer carona?- perguntou ele.

- mamãe disse para não aceitar ofertas de desconhecidos, obrigada.- disse dando um sorrisinho, acenando uma última vez e voltei a olhar para frente, enquanto caminhava até minha casa, que não ficava muito longe do hospital.

- isso não será um problema Alissa, podemos nos conhecer.- escutei ele falar um tanto alto, pelo fato de eu já estar distante dele. Aquilo me deu arrepios e apenas fingi que não escutei.

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⏰ Última atualização: Feb 22, 2023 ⏰

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De pernas pro ar - (Jjk)Onde histórias criam vida. Descubra agora