Segundo a segundo o contador chegava mais perto de zero, seu brilho vermelho parecia adequado para a situação pelo ponto de vista de Kyo. Faltava apenas poucos minutos até tudo começar.
Ele soltou sua mão que estava segurando o cigarro na sua boca e cuspiu o mesmo para o outro lado da sala. Apertando sua luva de couro preta, que cobria até pouco menos do que o limite do pulso.
Nem mesmo ele sabia se isso era um sinal de empolgação ou de nervosismo, mas já era um pouco tarde para se sentir assim. O contador marcava 10 segundos e diminuindo.
— Como será que vão se sair? — Sussurrou para si mesmo olhando o tempo se esgotar.
Marcando zero o alarme disparou com um som alto e estridente, percorrendo por toda sala. Lembrava vagamente o som do sinal tocado em algumas escolas. Modificado para o gosto pessoal do homem.
Enquanto os recém chegados "alunos", acordavam sonolentamente do chão frio de metal. Kyo alisava uma última vez seu cabelo preto que tombava para direita até seu ombro.
— Bem vindos ao segundo círculo do inferno. Meus queridos alunos, espero que tenhamos bons momentos juntos até a graduação de vocês.
E foi naquele momento onde tudo começou, uma série de assassinatos que foram meticulosamente planejados, apenas para um proposito. Apenas um assassino poderia sair vivo daquele lugar.
Algumas vozes começaram a murmurar antes mesmo dos ali presente começarem a ter força para sair do chão graças ao forte anestésico. O primeiro de fato a se manifestar foi o mais parrudo.
— Que porra que está acontecendo? — Ele era bem alto, cerca de um metro e noventa. A primeira impressão que qualquer um poderia ter dele, seria delinquente. Com 19 anos ele ainda estava no ensino médio, e sem previsão para sair dele.
Apesar do seu jeito folgado e personalidade ameaçadora, ele mantinha um estilo rigoroso nas suas roupas. Combinando um uniforme escolar com um estilo mais hipster, ou talvez membro da Yakuza.
Mas ele não era o único japonês. Com um estilo mais formal, do tipo colete beje e uma gravata vermelha por cima da camiseta branca. Algo um pouco requintado para um rapaz de apenas 17 anos.
— Como eu vim parar aqui? — Não é que ele não tenha um olhar tão afiado quanto o cara mencionado antes, porém esse garoto lembrava os justiceiros que entravam em qualquer briga para ajudar uma pessoa desconhecida, além de ser emocional e pouco racional nestas situações.
Entre todo aquele amontoado de adolescentes, um garoto com certeza chamava atenção entre os demais. Não só por causa do seu cabelo loiro, ou pelas ataduras que cobriam partes do seu corpo. Dentre todos ali aquele pequeno garoto era uma verdadeira criança em comparação.
Ainda estava no ensino fundamental antes de tudo acontecer, apesar de ser um verdadeiro gênio para os assuntos que lhe interessavam. Além disso, de todos ali, ele foi o primeiro a conseguir ficar de pé, não havia nem sinais que ele ainda estava dopado.
O olhar de Kyo demorou para sair da aquele cabelo loiro. Com tudo voltou a tender pra tela logo atrás de si, exibindo uma lista com todos os alunos atribuídos a um número de identificação.
— Pergunta! — O loirinho levantou a mão chamando atenção de Kyo, digno de um verdadeiro aluno do fundamental.
— Diga. — Disse Kyo deixando seu queixo ao encosto do seu dedo indicador, com um olhar levemente levantado.
— A onde a gente está? Eu tenho certeza que estava em um lugar diferente agorinha...
— É claro. Me deixa explicar a situação. Vocês todos foram convocados para um jogo, mais precisamente para o Killing Game. A onde vocês ficaram trancados nesse edifício sem poder sair, com direito a comida, bebida e uma vida eternamente luxuosa. Apenas com um pequeno detalhe, vocês não podem sair ou se comunicar com o mundo exterior.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Killing Game
Mystery / ThrillerSinopse " O que você faria se... Fosse levado para um jogo de vida ou morte contra sua vontade? E uma piada é claro, você nunca teve escolha aqui. 16 participantes entram no jogo da morte, aquele que matar sem ser descoberto, ou aquele que sobreviv...