Capítulo Único

390 58 54
                                    

Já passava das 18h, e Katsuki sabia disso por causa do relógio de patinho pendurado na parede. Ele era o mais inteligente de sua turma, então ele sabia ver a hora em relógio de ponteiro. Suas orelhas estavam abaixadas em chateação. Olhando pela enorme janela de vidro, estava chovendo – e ele odiava chuva, seu rabo era muito ruim de secar – e sua mamãe estava atrasada para buscá-lo na creche BANBAN.

Ele já havia gastado todo seu tempo livre – na área de recreação – desenhando com giz de cera. Katsuki fez todos os desenhos bonitos que daria para sua mamãe e seu papai. Ele gastou todo o giz amarelo em si mesmo e em sua mamãe, a mesma tendo um rabo de lobo muito mais longo e peludo que o seu. Era confortável e fofinho, e era a parte que mais gostava em sua mamãe. A parte que menos gostava era as presas e garras. Ela sempre o ameaçava com elas quando ele desobedecia. Era irritante. Contudo, o ponto agora era: ele não tinha nada para fazer enquanto esperava por sua mamãe.

Seus outros amigos carnívoros já haviam ido embora, e os únicos que sobraram eram os poucos herbívoros de sua turma, que praticamente manipulavam a piscina de bolinhas com suas brincadeiras idiotas. Ele pediu para brincar com eles, mas seu pedido educado foi ignorado maldosamente.

– Hey, seus comedores de capim, me deixa brincar! – o pequeno lobinho cruzou os braços com autoridade. Ele era um carnívoro, afinal.

– N-Não, Katsuki. Você machuca. – um deles respondeu, ele tinha um longo pescoço. Katsuki deduziu que era do clã das Girafas.

– Suas garras doem. – outro, que Katsuki conhecia ser do clã dos Pandas, acrescentou. Suas orelhas escuras abaixadas em medo que seu comentário, irrita-se o lobo.

– E você morde! – a única que Katsuki conhecia o nome: Cara Redonda, completou séria e mandona. Ela era do clã dos Esquilos, e ficou irritada depois que Katsuki comentou sobre suas bochechas gordas.

– Tsc. Grande merda... – ele resmungou, arrancando suspiros surpresos por sua boca suja – Vocês que estão perdendo. Idiotas comedores de capim! – ele se virou e foi embora.

E aqui estava ele, arrumando seus desenhos em uma pilha para guardar em sua mochila. Ele poderia lidar com eles, poderiam vencê-los em uma briga. Contudo, se o gato preto Aizawa soubesse, ele receberia o castigo do cantinho da vergonha, e Katsuki não quer ficar no cantinho da vergonha como o... Deku!

Seus olhos vermelhos e curiosos se desviaram para o coelho esverdeado. Ele estava sozinho, brincando de alguma coisa na casinha de madeira ao longe. Ele tinha cabelos cacheados fofos e selvagens – mas ele era um híbrido, então era estranho para Katsuki.

Ele também tinha longas orelhas verdes e felpudas que viviam abaixadas porque ele não conseguia mantê-las em pé. Havia também um pequeno rabo fofo que todos do clã Coelho tem e, uma coisa especial de sua família em particular: sardas nas bochechas. Katsuki achou que fosse sujeira ou sementes, mas descobriu que fazia parte do menino depois que tentou limpar suas bochechas à força.

Deku era um coelho desastrado e bobo. Ele sempre parava no cantinho da vergonha por coisas idiotas. Ele derrubava tinta e sujava tudo, ele não fazia os deveres corretamente, ele fazia bagunça quando comia, ele falava demais, e sempre estava tropeçando por aí e derrubando os outros, além de fazer perguntas estranhas para o cuidador Aizawa. Fala sério, que tipo de pessoa pergunta de onde vêm os bebês? Não é óbvio que o clã das Cegonhas cuida disso? É um idiota!

Creche BANBANOnde histórias criam vida. Descubra agora