Stella Marin
Terminei de colocar as minhas roupas na minha parte do guarda-roupa.
— Teve alguma notícia deles?— Perguntei para o Henrique que está fazendo o mesmo que eu, arrumando as suas coisas.
— Nenhuma, e não vamos ter, o Marco não quer arriscar estragar o nosso disfarce, por isso o Domenico e a Beatrice estão nos monitorando o tempo inteiro, assim não precisamos nos preocupar.— Ele disse e eu Assenti.
Sendo sincera, eu fiquei tentada a dizer um "oi" para o Dom e a Bea apenas para fazer graça, mas resolvi ficar quieta.
— Eu ainda não entendi o que nós estamos fazendo aqui.— Confessei me sentindo uma grande boba.
Eu sei que é uma missão muito importante, mas eu ainda não entendi muito bem o motivo de ser importante nós dois estarmos aqui.
— Precisamos descobrir se o cartel está de alguma forma ajudando o Jean, se estiverem o Marco não vai oferecer o acordo, e também temos que tentar identificar se o Jean tem mais apoiadores que possam estar ajudando ele a se esconder.— Henrique explicou ainda de costas para mim, guardando em uma das gavetas as suas calças.
Confirmei com a cabeça finalmente começando a compreender todo o plano.
Se o chefe do Cartel não estiver envolvido com o Jean então o Rael vai acabar saindo dessa com uma prometida, pobrezinho.
— Entendi, e como vamos fazer eles confiarem em nós?— Questionei franzindo a testa e me jogando de costas na cama.
— Vamos começar amanhã, se fossemos hoje seria muito suspeito já que tecnicamente estamos fugindo a dias, é de se esperar que estejamos casados demais para qualquer coisa. Mas amanhã mesmo eu vou treinar com alguns dos soldados, eles sempre sabem de bastante coisa então acho que vão se abrir com mais facilidade sobre o que souberem. E você pode tentar fazer amizade com algumas mulheres aqui, de preferencia a secretária, tenho a suspeita que se alguma mulher sabe de alguma coisa, vai ser ela.— Ele disse e eu não me atrevi a debater.
O Henrique antes de ser nomeado o chefe da segurança quando o Marco se tornou o chefe da famiglia, era um soldado muito competente e nunca fracassou em nenhuma de suas missões, e pelo que eu fiquei sabendo, nenhuma dessas missões foram de padrões simples.
Então se ele diz que aquela secretária pode saber de alguma coisa, então ele com certeza tem razão.
— Vamos dormir um pouco? Já é tarde e eu estou mesmo com sono.— Falei tirando o sapato me questionando se eu devo trocar de roupa ou não.
Acho que não me sentiria muito bem de dormir de short dividindo a cama com ele.
— Eu posso improvisar uma cama para mim no chão, não precisamos dividir a cama.— Ele disse prontamente e não parecendo nem um pouco chateado por ter que ser ele a dormir no chão.
Eu poderia concordar com isso facilmente se não achasse extremamente desnecessário.
Tudo bem que nós nunca conversamos mais que duas palavras desde que nos conhecemos, somos completos estranhos, no entanto somos parceiros nessa missão e eu não sou tão egoísta ao ponto de querer dormir na cama macia sozinha enquanto ele precisa se contentar com o chão duro.
— O chão é duro demais para dormir assim, vão acordar dolorido.— Comentei tentando dar a entender que ele pode dormir na cama.
Henrique deu um sorriso como se eu estivesse falando alguma besteira.
— Stella, eu já dormir em uma floresta, no chão puro sem nada para me cobrir ou me proteger, acredite, um endredom aqui vai ficar mais do que o suficiente.— Eu sei que ele está querendo ser respeitoso comigo, mas nem de longe um chão coberto de edredom vai ser tão confortável quanto uma cama.
Me levantei e peguei a cama improvisada que ele já estava começando a fazer para si no chão e coloquei em cima da cama novamente.
— não tem discussão, a cama é grande o bastante para nós dois.— Falei me valendo da postura de mulher mandona que as mulheres da família me ensinaram a ter, essa expressão não deixa espaço para questionamentos.
Funcionou perfeitamente, o Henrique deu um suspiro pesado se dando por vencido caminhando para o outro lado da cama.
— Você sabe que o Domenico vai querer me matar, não é?— Ele disse colocando o edredom no meio de nós dois, formando praticamente uma parede.
Senti o meu sangue gelar nas veias.
Quantas pessoas dessas família sabem sobre o nosso envolvimento?
— Você sabe sobre isso?— Perguntei engolindo em seco algumas vezes.
— Sei, mas ninguém mais sabe, pode ficar tranquila.— Ele retrucou deitando na cama.
Eu tive a leve impressão de ter escutado os seus ossos estalarem.
— Tudo bem então, mas tira esse muro improvisado daqui, alguém pode entrar aqui pela manhã e não vai pegar bem um casal dormindo assim.— Respondi afastando o edredom do nosso meio, sem me aproximar muito dele por que estamos apenas nós dois, não há necessidade de disfarçar.
Uma parte de mim, a mais maldosa possível, que eu nem sabia que existia, ficou com muita vontade de deitar no peito do Henrique com apenas um único propósito: irritar o Domenico.
Eu já estou mais calma com tudo o que aconteceu, mas mesmo assim essa parte de mim sente vontade de fazer ele sentir um pouco do que eu senti.
Deixei a ideia de lado, não seria justo usar o Henrique dessa forma, ainda mais a Bea tendo confiado em mim para contar o que aconteceu entre eles, eu não posso fazer algo assim com ela. Não seria certo, e mesmo que ela diga que se decepcionou muito com ele, eu tenho certeza absoluta que ainda existe algum sentimento.
— Eu vou tentar conectar o celular da assistente no meu amanhã, acho que vai ser mais fácil descobrir alguma coisa assim.— Comentei olhando para o teto.
— Faça como achar melhor, mas tenha cuidado, não se coloque em risco desnecessário, ainda mais por que eu vou passar o dia fora.— Ele disse e eu não Retruquei.
Não vou me arriscar, mas não vou ficar parada.
Isso me faz recordar que um outro detalhe precisa ser discutido entre nós dois.
— Mulheres tendem a ter curiosidade sobre os relacionamentos, posso ser criativa sobre os detalhes do nosso ou tem algo que você prefere que eu não diga?— Perguntei me forçando a permanecer acordada para me lembrar bem dessa conversa amanhã.
Dio, eu estou morta de sono por não ter conseguido dormir nada na noite passada.
— Por mim não tem problema, mas depois vai ter que me contar tudo para não entrarmos em contradição.— Henrique disse dando de ombros já fechando os olhos.
Notei que ele também está se esforçando para permanecer acordado para não ser rude e dormir antes de mim.
Admirei o cuidado é claro, e não vou mantê-lo acordado por muito mais tempo.
— Dorme bem, Henrique.— Falei jogando um beijinho em sua direção.
Ele sorriu se acomodando na ponta da cama.
— Você também, Stella.
Amores, perdão o capítulo não estar bom, mas eu precisava postar um antes que vocês desistissem de mimmmmmm. Não esqueçam de votar e comentar MUITO viu ♥️
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O Príncipe Monstro - Livro 2 da série: Família Fontenelle
RomanceDois anos após o ocorrido Domenico ainda é atormentado por pensamentos e lembranças terriveis e principalmente pela culpa. Uma das poucas fontes de alegria e paz que ele possui além da sua família, é a relação de familiaridade que foi construída com...