Espinhos e Pétalas (Cynonari)

Há quanto tempo não te vejo.

Notas iniciais: Bom dia!

Hoje a tia resolveu pegar vocês de surpresa adiantando a postagem dessa fic aqui antes da capa ficar pronta mesmo (depois que eu terminar a capa eu atualizo aqui).
Essa fic é da série de pedidos que eu abri e foi solicitada pelo @Willian_Moriarty, seguidor da tia pelo Wattpad.
Foi um desafio, pois fazia tempo que não escrevia nada mais pesado realmente, e tive que exercitar um pouco do meu ládo que gosta de causar sofrimento para isso, acabei sofrendo 3x mais por isso, mas faz parte.
Ele queria temas pesados, então tocamos neles, mas sem romantização. Essa fic é um tipo de Hurt/Comfort, onde um personagem foi muito machucado por um terceiro, mas recebe ajuda para superar o trauma e seguir em frente, o que não tira o peso dos acontecimentos pelos quais ele passou, de forma alguma, por isso deixo MAIS UMA VEZ o aviso:

CONTÉM TEMAS PESADOS, DEAD DOVE: DO NOT EAT!
SE NÃO GOSTA NÃO LEIA!
CONTÉM GATILHOS DE SUICÍDIO, AUTOMUTILAÇÃO, ABUSO SEXUAL E DEPRESSÃO.

Se vocês denunciarem essa fic apenas pq vcs não gostam desses temas e não gostam que se fale neles, mesmo quando é de uma forma não romantizada, vocês apenas provam que não estão prontos para encarar o mundo real, nem muito menos para lidar com uma pessoa que passa por uma situação dessas, por que essas coisas acontecem no mundo real. É horrível, é doloroso, mas fingir que essas coisas não acontecem não vai fazer com que elas parem de acontecer. Sejam conscientes e críticos.
Não gosta, não leia.

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"Há quanto tempo não te vejo!

Me perdoe pela ausência, amigo, mas esse ano foi uma completa loucura na minha vida. Trabalho novo, muitas horas extras, mas pelo menos consegui comprar aquele negócio que tinha te falado.

Esse mês estarei de férias, se não for um problema, eu poderia ir te visitar? Sinto falta das nossas conversas.

Estou te mandando por e-mail, porque perdi meu celular na semana passada e acabei perdendo seu número, e, como sabe, eu não uso redes sociais.

Enfim, se vir meu e-mail, por favor me responda. Se não o vir, já deixo avisado que vou te visitar no dia 3. Se você estiver em casa, ótimo! Se não estiver, vou ficar triste, mas vou entender que não deve ter visto essa mensagem.

De todo modo, te vejo em breve.

Att,

Cyno."

Como será que ele está... — Cyno se preocupava com aquele garoto mais do que com qualquer pessoa no mundo e, claro, tudo tinha motivo.

Tighnari.

Cyno e Tighnari cresceram na mesma rua desde que Cyno se mudou para lá aos 8 anos. Foram melhores amigos, absolutamente inseparáveis durante toda a época da escola. Infância, adolescência, os dois estavam sempre grudados como unha e carne.

Lembrava-se do garoto raposa de orelhas longas e macias, de cauda felpuda adorável, de voz suave e gostosa, de sorriso gentil. Ah! O coração chegava a doer só de pensar.

Tinha sido há mais de um ano, antes da última vez que se viram, mas Cyno se lembrava bem da sensação de estar apaixonado por ele em segredo. De admirá-lo à distância. De sonhar sonhos inapropriados quando dormia na casa dele e morrer de vergonha para se esgueirar até o banheiro sem acordá-lo... Um sorriso sempre brotava em seu rosto quando ele se lembrava desses detalhes que agora eram engraçados e já não incomodavam tanto assim.

Amou Tighnari por anos, mas jamais teve a coragem de dizer qualquer coisa a ele. Como poderia? Eram amigos há tantos anos! Jamais poderia estragar aquela amizade se declarando para seu adorável Tighnari, que por sinal odiava ser chamado de adorável. Jamais poderia dizer a ele que o motivo pelo qual queria tanto dormir na casa dele era pra usar as roupas de cama com o cheiro dele. Que não era friorento, só pegava o agasalho do feneco pra sentir o cheiro dele pertinho. Como poderia dizer todas aquelas verdades vergonhosas para ele?