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~ Comandos~





Depois que o loiro terminou de tomar café, se levantou, guardou o que tinha pegado e limpou o que tinha sujado e foi para o banheiro de seu quarto sendo seguido pelo grifo, que apenar de ter bastante agilidade, teve uma pequena dificuldade para subir as escadas.

— Tem que ter disposição para me seguir. — O loiro disse convencido e se deitou na cama olhando o animal se segurar nas cobertas na tentativa de subir na cama junto ao loiro — Não sai daqui, eu já volto. — Ele colocou o grifo encima de sua cama e saiu do quarto descendo as escadas e indo direto para a lavanderia, tinha se lembrado que tinha que colocar sua roupa pra lavar.

O grifo ficou e esperou, olhou o quarto, nunca tinha visto algo do tipo, já que durante seus dezenove anos viveu dentro de uma bolsa que sua mãe tinha, como os cangurus.

A raça dela só evolui quando os filhotes saem das bolsas maternas, mas enquanto estão acompanhados de suas mães eles ficam na sua forma de filhote, o certo era o pequeno se separar de sua mãe aos cinquenta anos para poder crescer, mas houve um pequeno acidente com a mãe dele, ela foi caçada e morta durante uma migração por caçadores de animais exóticos e raros, mas pra sorte dele foi que eles não sabiam que o grande grifo tinha um filhote em sua bolsa.

Ela foi acertada por uma rede que foi disparada no ar a acertando a fazendo cair um pouco afastado deles o dando a chance de fugir, o filhote ficou apenas dois dias na rua antes de subir em uma árvore tentando caçar o gato da vizinha de Katsuki e logo escorregando e caindo na cara do loiro.

A raça também podia se transformar em humanos, para sua própria sobrevivência e se misturar entre eles para que não sejam caçados e mortos com facilidade, e como ser meio animal virou uma normalidade ficou mais fácil para eles, diga-se de passagem, um dos policiais locais é metade humano e metade gato, mas o coitado não sabia fazer isso ainda.

— Voltei — O loiro o tirou de seus pensamentos — Hm, se você vai ficar, é melhor te dar um nome... Mas... — O loiro pegou o animal nas mãos e o levantou para ver se conseguia identificar o gênero do bixin mas antes que o fizesse, o pequeno grifo pulou de suas mãos e se escondeu nos travesseiros do loiro. — O que foi? Quer saber!? — Ele pegou o celular e começou a digitar enquanto dizia o que estava digitando — Como identificar o gênero de um grifo... Não preciso de você pra saber se você tem um pau ou uma boceta ai!

 Disse estressado — Bora lá! — Começou a ler o que tinha escrito na pesquisa — O jeito mais fácil de identificar o gênero de um grifo é pelo seu tamanho ou pela cor de suas penas, machos são maiores e tem as penas com mais contraste já que usam a ...

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Disse estressado — Bora lá! — Começou a ler o que tinha escrito na pesquisa — O jeito mais fácil de identificar o gênero de um grifo é pelo seu tamanho ou pela cor de suas penas, machos são maiores e tem as penas com mais contraste já que usam a sua "beleza" para atrair suas parceiras, já as fêmeas são de menor porte com penas pouco chamativas mas quando são filhotes, ambos possuem o mesmo tamanho e padrão de penas, apenas os olhos que os diferenciam, machos quando filhotes possuem olhos completamente negros sem íris, ao contrário das fêmeas que as destacam, não importa a cor, sempre que tiver íris é fêmea. Hm... Interessante... 

O loiro se aproximou do animal e o tomou nas mãos de novo e olhou os olhos dourados do pequeno.

— Hm... Temos uma mocinha aqui. — Ele disse pensando em nomes bons para a pequena que se acomodava nas coxas do loiro enquanto ele olhava para a janela de seu quarto repensando nós vários nomes que vinham em sua mente — Mirai? — O animal ficou quieto sem reação, como se não tivesse ligado — Akane? Aruna? Nina? — A pequena não respondia aos seus chamados — Aiko? — Ela se levantou e apoiou as garrinhas em sua blusa — An? Aiko? — A pequena guinchou em aprovação — Ok... Seu nome vai ser Aiko, só assim você me responde né!

Colocou Aiko na cama e decidiu fazer testes.

— Fique aqui tá? — Ele colocou o animal novamente na cama e desceu as escadas correndo e parou no meio da sala — AIKO! — Berrou de onde estava e o grifo desceu animadamente, balançando o rabo de um lado para o outro, gostando da "brincadeira", mas quase capotou a escada todinha se o loiro não tivesse pego ela antes — Aiko? — Ele chamou e ela  o olhou mostrando que estava prestando atenção — Você não pode passar por aqui! — Apontou para o chão em frente aos seus pés e se afastou ficando do lado do sofá — Vem Aiko! — Aiko deu a volta pelo lugar onde Katsuki tinha apontado e parou sentada boa pés do loiro com o bico aperto e a língua de lado como um cão animado. — Boa menina! — Afagou as penas da cabeça dela e voltou a comandar ela.

Mas quando Katsuki escutou a máquina de lavar apitar, chamou o filhote que o seguiu até quando o loiro foi colocar a roupa no varal, que as vezes se distraia com Aiko que corria atrás de borboletas ou se intrigava com o gato da vizinha que insistia em correr atrás dos lagartos que passavam pelo muro.

Quando terminou de colocar a roupa no varal, o loiro foi para a cozinha fazer o almoço e pegar uma cenoura para Aiko que dessa vez, nem se quer tocou na cenoura que Bakugou tinha estendido a Aiko.

— Ah qual é? — Reclamou quando ela recusou o alimento — Vai me dizer que você não gosta mais de cenoura? Tsc! — Guardou a cenoura e entregou um pedaço de laranja descascada — Aqui. — O bicho recusou novamente, e Katsuki lembrou que os gaviões gostam de carne, assim como os leões. — Deixa eu ver... Aqui. — Pegou um pequeno pedaço do peito de frango que havia separado num pote, que no caso iria usá-lo para fazer o almoço. — Eu não posso ficar te sustentando de carne não tá? Carne é caro, espero que aprenda a caçar logo! — Disse entregando o pedaço para Aiko que foi abocanhado antes que atingisse o chão e sujasse o mesmo.

O loiro foi até o armário e pegou alho e um tempero picante e deixou do lado da tábua de corte e começou a cortar o filé em cubinhos mas logo parou quando viu as garras do grifo pendurado no balcão tentando subir.

— Não, não, não! Não pode! — Deu dois tapinhas  nas garrinhas fazendo o bixin cair no chão e choramingar e o loiro se sentiu um pouco culpado, mas quando estava corrigindo, não podia desmanchar a postura.

Mas acontece que Aiko não queria os pedaços de frango que estavam na tábua de corte, ela queria ver o loiro cozinhar, mas ele não deixou ela subir no balcão então ela apenas subiu na cadeira e ficou olhando ali.

— A partir do dia que eu passar a te dar banho, eu permito que você fique no balcão, isso não é nada higiênico. — O loiro disse voltando a atenção para a carne — E sem comer nada sem a minha permissão ouviu? — Ela guinchou e lambeu as penas do peito parecendo que havia concordado com o loiro — Que bom... Pera você concordou comigo!? — Aiko o olhou confusa — Ah, é coisa da minha mente... Ficar sozinho tem me deixado um pouco maluco sabe?  — Ela cantou como um passarinho e ele sorriu — É bom ter alguém, ou algum animal por perto pra me distrair, estar sozinho é muito ruim...

Aiko sabia o que ele sentia, mesmo que por dois dias, a solidão quase a matou, ela percebia que Katsuki necessitava de companhia, e era o que ela podia lhe oferecer.

O loiro podia não admitir, mas tinha adorado a ideia do grifo ter ficado com ele, mas né... Era um grifo, tinha grandes responsabilidades.


𝔘𝔪𝔞 𝔠𝔬𝔦𝔰𝔞 𝔠𝔞𝔦𝔲 𝔫𝔬 𝔪𝔢𝔲 𝔱𝔢𝔩𝔥𝔞𝔡𝔬.Onde histórias criam vida. Descubra agora