Capítulo 10

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Janeiro de 1998

Blaise Zabini era, como sempre, decidido, aristocrático e charmoso. Ele se movia graciosamente e tinha uma figura imponente, com sua pele escura e roupas de corte caro; a menos, é claro, que você o conhecesse e também o tivesse visto esparramado no chão de seu dormitório vomitando em uma cesta de lixo depois de apostar com Theodore Nott que ele poderia engolir meia garrafa de uísque trouxa misturado com uma poção estimulante. Depois que Hermione teve a sorte de testemunhar essa visão adorável, seu comportamento elegante nunca mais poderia ser considerado intimidador novamente.

No entanto, quando Blaise entrou na sala comunal, com seus próprios olhos selvagens e sem se preocupar em manter a porta aberta para as garotas do segundo ano que saíram correndo de seu caminho assustadas, Hermione se sentiu nervosa.

- Ela está desaparecida - ele retrucou.

Hermione, que acabara de entrar e se despedir de Astoria, ambas cansadas de outra série de elaborados saltos de chave de portal no caminho de volta para Hogwarts, compartilhou um olhar confuso com Pansy e Theo enquanto Blaise andava perto deles, aparentemente incapaz de parar de se mover.

- Quem está desaparecida? - Pansy disse lentamente, como se estivesse falando com uma criança pequena. Hermione lançou um olhar furtivo para os recém-chegados do trem e lançou um silencioso muffliato ao redor dos quatro.

- Luna.

Seu coração pulou uma batida.

- O que você quer dizer com ela está desaparecida? Quer dizer que ela ainda não voltou ao castelo? - ela perguntou rapidamente.

Blaise balançou a cabeça para cima e para baixo.

- Não, e eu...

Sua gravata havia se soltado, e Blaise agarrou-a loucamente como se estivesse sufocando-o, arrancando-a do nó.

- Eu mandei uma coruja para ela, durante o feriado. Tínhamos combinado de nos encontrar e ela deveria me avisar onde ir buscá-la, mas nunca recebi uma resposta. Enviei a ela mais três corujas que ficaram sem resposta. Eu pensei que talvez ela estivesse com raiva de mim por algum motivo, mas a verdade é que Luna não é o tipo de pessoa que me deixaria preocupado assim, mesmo que ela estivesse chateada.

Ele afundou em uma cadeira como se o vento tivesse saído dele.

- Eu deveria ter feito alguma coisa. Eu fui um covarde. Achei que ela estaria aqui quando voltássemos, mas não está. Algo deve ter acontecido com ela - a voz de Blaise falhou e Hermione sentiu isso em seu próprio peito. - O que eu vou fazer? O que vou... a quem conto?

Houve um silêncio atordoado depois que ele parou de falar. Pansy pairava ao seu lado, parecendo insegura, mas Theo tinha uma expressão de devastação em seu rosto que Hermione pensou que refletia a dela.

- Eu... já volto - murmurou ela, levantando-se. Os outros olharam para ela com espanto, até mesmo Blaise, mas Hermione os ignorou e se virou e saiu correndo da sala comunal, pelo corredor até seu próprio dormitório. Ela fez uma oração silenciosa de agradecimento por Malfoy ainda não ter chegado e correu para o quarto, revirando a gaveta escondida da cômoda.

- Juro solenemente que não vou fazer nada de bom - ela sussurrou, batendo com a mão trêmula no Mapa do Maroto assim que finalmente o localizou.

Seus olhos examinaram o castelo, procurando primeiro a Torre da Corvinal, depois as cozinhas, o Salão Principal, a biblioteca, a casa de Hagrid, os terrenos e até a Torre de Astronomia, que a maioria evitava, mas onde ela sabia que Luna ainda adorava observar as estrelas.

Coisas Que Somos Jovens Demais Para Saber - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora