São Paulo 18 de Janeiro de 2010 — Capital Paulista ou conhecido por muitos como Paraisópolis a favela que se deve evitar.Akira
Viver bem e viver feliz pra mim é a mesma coisa se eu tiver meu avô Raul comigo.
Será que filha solo existe? se não existir criei agora, meu pai nunca conheci e minha mãe caiu no mundo depois que me teve, mas meu avô é tudo de melhor que posso ter.
Estudar eu adoro e meu avô falou que será a única coisa que ninguém nesse mundo vai tirar de mim, tudo bem que o ensino da minha escola não é dos melhores mais eu gosto, alô E.E.Prof Homero dos Santos Forte a Akira tá voltando.
Mesmo sendo pequena já assumi algumas responsabilidades dentro de casa, pra ajudar meu avô que não está bem de saúde.
Meu avô tinha um bar que servia almoço todos os dias, aprendi a cozinhar na marra, gosto ? não, mas cozinho muito bem por sinal e ajudo meu avô por amor.
— vô precisa comprar mais alho pra fazer o almoço — vi ele sentado na cozinha do bar.
Raul: Ô fia, pega na caixinha do guarda roupa. — ele murmurou para mim, passando a mão no rosto.
— Tá cansado né vô? — ele sempre foi uma fortaleza mas ultimamente não anda bem, nada bem.
Raul: Que nada fia, só descansando as perna pra colocar a mão nas panelas. — ele sorriu pra mim. — Pega dinheiro a mais e compra aquele chocolate que você gosta.
— Vô pode deixar eu cozinho hoje, fica lá no salão que aqui eu me viro muito bem, confia hoje é meu prato predileto carne de panela — sorri pra ele, eu odiava mas sorria por ele.
Raul: Anda logo menina teimosa. — ele deu risada, mexendo a mão para mim ir.
Eu não era mais uma criança sabia que a saúde dele tava sensível, meu avô tinha diabetes e problema cardíaco, ele passava no médico mas a saúde pública não é das melhores.
Fui na quitanda tranquila todos me conheciam meu avô era muito conhecido o bar dele tinha mais de 30 anos aqui em Paraisópolis.
Seu Raul mesmo com a condição não tão boa, já ajudou muita gente com marmitas em situações de rua, até mesmo pessoas que não eram de rua ele ajudou.
E agora nessa situação dele é triste ver que uma pessoa sequer, quis ou ajudou ele.
Demorei um pouco na quitanda, hoje foi dia de reposição de verduras e estava lotada.
Ele ia brigar comigo trouxe mais coisa do que devia, mas ele adorava melancia e tava bonita, por que não levar e fazer um belo suco pra ele.
— vô eu sei que fui pra comprar um alho, mas teve reposição e adivinha trouxe melancia — falei alto entrando no salão do bar.
Procuro ele com o olhar, não o vendo ali e o cheiro de algo queimando na cozinha.
— vô ficou assistindo os programas de esporte e deixou o arroz queimar foi seu Raul — falei indo pra cozinha.
A fumaça tava na cozinha inteira e meu avô encostado na mesa com a cabeça baixa.
— VÔ MEU DEUS — soltei as sacolas indo pra perto dele — SUA INSULINA — falei pegando a insulina dele aplicando nele — FALA COMIGO VÔ NÃO FAZ ISSO COMIGO — eu segurava a cabeça dele encostando na minha barriga e a lágrima dele escorreu pelo rosto.
A mão dele veio com dificuldade ao meu rosto e a última coisa que ouvi da boca dele foi a mesma que ele sempre dizia pra mim " Estuda, é a única coisa que não podem tirar de você, eu te amo Akira. "
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Ligados Pelo Destino [M]
Fanfic+16 | São Paulo, Paraisópolis. O meu destino nunca foi traçado em nenhum aspecto, mal eu sabia que era traçado do aspecto mais maluco dessa vida, traçado pelo aspecto do amor, aquele que eu só conheci uma vez.