Good Intentions - Karlena / supercorp

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Lena Luthor pov

Arrumo a saia lápis ao meu corpo, enquanto tento me blindar emocionalmente para um dia de tortura tendo Danvers como chefe. Sinceramente, ainda me pergunto as razões de estar trabalhando com ela, eu poderia simplesmente desistir do emprego, buscar por outro e por um tempo até tentei, mas nunca recebi respostas. Olho para porta do meu quarto a tempo de ver um garotinha de fios negros com grossos cachos nas pontas, Lara se aproximou coçando o olhinho com uma mão, enquanto na outra segurava seu coelhinho de pelúcia.

— Mama... — Falou manhosa, sorrio para menina que segurou minha perna com um braço. — Mama, fica.

— A mamãe não pode, meu amor. Hoje não. — Pego a garotinha no colo, sinto o impacto de seu olhar tão intenso. A reação era sempre a mesma, Lara conseguia me impactar com apenas um olhar. — O que acha de cereal e frutas?

— Gostoso...

Não gosto que Lara faça o consumo de alimentos industrializados, sua lancheira para escola é sempre saudável, tudo natural e preparado por mim, mas as vezes acabo cedendo a alguns pedidos dela, principalmente quando acorda manhosa. Mesmo com a pouca idade, Lara compreende a importância de uma alimentação saudável, ela nunca come algo sem pedir permissão primeiro e quando sua babá burla alguma regra, ela dedura sem se importar com o possível esporro.

Como em todas as manhãs, tomamos café da manhã juntas, arrumei Lara para ir a escola e deixamos o nosso pequeno apartamento, a pequena ainda agarrada a seu coelhinho de pelúcia. Ela tinha um apego ao coelhinho dado por mim, só dormia agarrada a bichinho e o carregava para cima e para baixo pela casa.

Após deixar minha filha na escola, dirigi o mais depressa para empresa onde trabalho, ao passar pela recepção cumprimento alguns colegas de trabalho e vou direto para o elevador. Observo meu reflexo no espelho, o batom vermelho escuro, a blusa social preta e a saia lápis, estava impecável como em todas as manhãs. Caminho em direção a minha mesa assim que as portas se abrem, tento ignorar o olhar da mulher sentada sobre a madeira, Sam sempre tinha um ótimo humor pela manhã.

Diferente de mim.

Mas como ter bom humor se sou secretária da mulher com quem transei anos atrás e hoje age como um carrasco? Claramente impossível.

— Bom dia, Lena! — Seu tom animado me fez revirar os olhos.

— Bom dia, Arias.

— Como sempre de mal humor, ainda acho que seja tesão acumulado. — A atingi com um tapa. — Ai, sua idiota! Não tenho culpa se sente tesão pela chefe, deveria parar de se fazer de difícil e dar para ela logo.

— Samantha! — Rosno já perdendo a paciência. O som do elevador fez Sam se levantar, respiro fundo pedindo paciência aos deuses ou qualquer divindade existente.

A mulher loira deixou o elevador com sua expressão séria de sempre, os fios loiros totalmente soltos e com cachos nas pontas, o óculos de grau inseparável e um terno feminino na cor preta, bem sensual. Kara é uma mulher atraente, sempre foi, chega a ser torturante trabalhar com ela e lembrar do nosso passado, mas a tortura maior vinha ao longo do dia. Quando ela agia feito uma escrota com sua secretária, vulgo eu.

A mulher passou direto por nossa mesa, ignorando o cumprimento saudoso de Samantha, já que eu nem mesmo me prestei ao trabalho de cumprimentar ela, nunca me presto a isso. Não vale a pena. Ergo a mão mostrando meus cinco dedos para Sam, encarando os olhos castanhos de minha amiga vou descendo dedo por dedo até restar apenas dois dedos.

— Hoje ela foi mais rápida. — Debocho, Sam solta uma baixa risada.

Atendo o telefone em minha mesa, ouço a voz rouca da mulher mandando eu ir até sua sala, respiro fundo uma segunda vez, pego o tablet e vou em direção a sala, ouvindo Sam desejar boa sorte. Vou precisar e muita. Antes de entrar dou duas batidas na porta, Kara autorizou a minha entrada, seus olhos azuis estavam presos em um documento.