Capítulo 17

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Talibã

Olhei dos pés à cabeça pra Renata e, cé louco mermão, que mulher linda! Ela tava terminado de se maquiar e eu já tinha me arrumado faz tempo, agora tô só esperando a dondoca. Ela passou mais um pouco de perfume e se olhou no espelho, depois virou de frente pra mim.

Renata: Vem amor, deixa eu fazer a vistoria. - joguei a cabeça pro lado, um pouco sem vontade de levantar e ela me puxou de uma vez só.

Talibã: Pô cara, qual a necessidade? - perguntei rindo enquanto ela cheirava minha camisa. Pai tá trajado, gostoso, cheiroso... E aí, precisa mermo fazer vistoria? Mas ela insiste em dizer que se não ter certeza se tá tudo certo eu saio de casa parecendo "um filho sem dono".

Renata: Hum, tá tudo certo! - arrumou a correntinha no meu pescoço.

O baile vai ser na rua mermo pq toda vez que faz na quadra rola algum barraco e nós fica num aperto só. Coloquei a glock na cintura e saí dali. Igor tava no quarto dele, paguei uma mina pra ficar com ele enquanto nós num volta, sempre quando preciso ela vem pra cá e às vezes até leva ele pra lá.

Talibã: Aí guri, cadê meu celular?

Igor: Tá aqui ó. - parou de jogar e me entregou. Beijei a cabeça dele e saí.

...

Baile tava a todo vapor! Eu já tava no quinto copão de cerveja e Renata perdi até as contas de quantas vezes ela emborcou garrafa na boca. Eu tô firme e forte, mas meus mano já tão tudo no mundo da lua.

Renata: Vou comprar cigarro. - falou alto no meu ouvido por causa do som.

Talibã: Tá, já é. Traz um pra mim. - ela me deu um beijo rápido e foi andando, logo sumindo no meio do povo.

De longe avistei a mulher que fica me cercando todo tempo, achei até que tava demorando. Fingi que nem vi mas num adiantou pq logo ele veio encher meu saco.

--- E aí. - chegou falando comigo e tentando me abraçar, empurrei ela, que logo sorriu toda debochada. Na moral, não sei qual é dessa doida, do nada brotou aqui no morro com uma obsessão sem fim por mim, todo tempo fica se jogando, já num tô entendendo legal essa parada. - qual é, Talibã? Pq fica te fazendo de difícil, em?

Talibã: Sai daqui, maluca. Tá me tirando? Sei nem teu nome. Só fica nessa perseguição aí, parece coisa de doido. - ela fechou a cara, cruzando os braço, se afastando de mim. Euem, fica nessa agonia me secando noite e dia. Tá repreendido!

Renata tá demorando pá caramba, isso sim. Tô começando me preocupar, mas vou esperar mais um pouco talvez ela deve ter encontrado alguém pra bater papo com ela e por isso ainda não veio.

Tava me lembrando de Adrian, o moleque é mó firmeza. Não vi ele em canto nenhum hoje mais cedo, talvez não saiu de casa. Qualquer dia desses vou convidar ele pra brotar na minha base, se a avó dele deixar né, tem isso. Se pá que ela deixa aí eu levo ele pra dar um rolê com meu menor.

Eu, o Morro e ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora