CAPÍTULO UM (PILOTO)

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🚩 ALERTA DE GATILHO🚩
Não recomendado para pessoas sensíveis!

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Ignorava aquele zumbido irritante que o atordoava, indo cada vez mais para o interior da instalação. Havia se metido em uma enrascada do caralho e pra piorar, sem ninguém para lhe dar apoio.


Jake fazia uma patrulha rotineira em torno do perímetro do recife com Bob, seu ikran, quando decidiu parar para descansar um pouco em uma ilha de um arquipélago distante. A ilha tinha uma mata mais densa, similar à da floresta, com altas árvores. Bob bebia um pouco de água na beira de um pequeno lago quando algo brilhante se aproximou de Jake pelo ar. De início pensou ser apenas um kenten, mas quando deu maior atenção à coisa, percebeu que era uma atokirina, uma semente da Árvore das Almas.

Aquilo flutuava ao seu redor de forma graciosa. Estendeu a mão, oferecendo para que ela pousasse em si, mas ela recuou rapidamente, indo para o meio das árvores. Jake se sentia hipnotizado por aquilo. Seguiu a semente até às árvores, vendo que havia mais de uma. Havia dezenas, formando um caminho entre a mata. Seus olhos brilhavam, suas orelhas estavam de pé e sua cauda balançava de maneira curiosa, seguindo o caminho. Aquilo parecia lhe enfeitiçar. Saiu de seu transe quando o som de galhos quebrados e folhas assadas lhe chamou a atenção. Olhou para o lado, logo à frente, dando de cara com um palulukan. O animal lhe encarava nos olhos, parado. Jake baixou suas orelhas e recuou um passo, prestes a sacar sua arma quando a fera abaixou sua cabeça e recuou um passo, como se fizesse uma reverência. Com as orelhas voltando a ficar em pé, e ainda em posição, começou a caminhar pela trilha brilhante outra vez, sem virar as costas para o palulukan. Se assustou quando viu mais alguns animais na beira da trilha. Um grupo de nantangs, um fwampop, yeriks, angtsik, todos com suas cabeças baixas.

Passava por todos eles com cautela, vendo-os se levantar e seguir seus rumos assim que passava por eles, até que todos foram embora.

— Eywa...? — sussurrou para si mesmo.

Definitivamente era Eywa. Não havia outra explicação para tudo isso.

— "Mas... por quê?" — pensou.
Assim que chegou ao fim da trilha, viu um grande prédio há pouco menos de 1 quilômetro de onde estava. Pensou em recuar, voltar para a vila Metkayina, avisar Tonowari e Ronal, talvez...

Outra atokirina.

Dessa vez, ela posou em seu ombro. E outra, agora em seu braço. E outra. E mais outra. E cada vez mais. Quando se deu conta, estava cheio delas pelo corpo. Exatamente como da primeira vez que se encontrou com Neytiri há muitos anos.

— Tá legal... — as atokirinas se dispersaram. Olhou para a instalação à sua frente. — Já entendi...


Agora, no meio dos tiros, se perguntava como poderia ter sido tão imprudente! Parecia que havia voltado para a adolescência!

Conseguiu despistar os Avatares atrás de si, mas sabia que não era por muito tempo. Estava trancado dentro de um prédio em uma ilha no meio de um arquipélago que mal sabia da existência. Se perguntava como conseguiram erguer um prédio daquele tamanho tão rápido. Não haviam voltado para Pandora há tempo suficiente para isso.

Deixando as perguntas de lado, Jake levantou as orelhas quando um soldado em forma humana gritou no final do corredor, atirando. Atirou de volta, acertando o soldado e correndo outra vez. Entrou em algum tipo de depósito, se escondendo entre as naves, vendo soldados correndo de um lado para o outro até que conseguiu sair do local, indo para a área externa da instalação. Voltou a correr assim que deu de cara com um soldado. Mais a frente havia outro prédio, um pouco menor que o outro. Entrou nele e percorreu um extenso corredor, escutando os passos e gritos de soldados logo atrás. Assim que fez uma curva, viu mais soldados no final do corredor, de costas para Jake. Recuou, se escondendo e percebendo que estava encurralado. Uma porta ao seu lado se abriu, saindo de lá um Avatar. Antes que pudesse reagir, Jake cobriu a boca do soldado e envolveu o braço em seu pescoço, fazendo um mata leão até que o homem apagasse. Arrastou o corpo do estranho para dentro do quarto outra vez. Fechou a porta, tentando recuperar o fôlego. Ouviu os soldados passarem correndo pela porta onde se escondeu, gritando uns com os outros, se perguntando para onde Jake foi.

Ao amanhecer (Avatar 2: O Caminho Da Água)Onde histórias criam vida. Descubra agora