Capítulo 4 - Cada um tem seu próprio desastre

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Ela acorda desnorteada, sua cabeça ainda está doendo, mas não tanto quanto antes. Demora um pouco até que consiga pelo menos se sentar no colchão.

— A Amaya foi pegar remédio na casa de vocês... Então, doçura... — Renata diz e logo se senta ao lado dela — Eu conheço a irmã da Tereza, uma tabacuda nata, assim como ela... — Os olhos de Mar dilatam de tanto desespero — O que foi que essa filhas da puta fizeram com a minha irmã?

— Ah... Nada, só são meio chatinhas, mas são minhas amigas

— Mar — Mar. Não "Marzinho". — Não tenta mentir pra mentiroso, meu bem

— Não...

— Elas disseram algo de você? Do seu peso? Por isso você não quer comer?

Ela desaba em lágrimas e Renata segura sua mão com carinho. Mar se joga nos braços de Renata, permitindo que ela a abrace.

— Oi! — Quando comprimentei eles quando cheguei na sala, nenhum dos três respondeu, então só pensei "não devem ter escutado"

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— Oi! — Quando comprimentei eles quando cheguei na sala, nenhum dos três respondeu, então só pensei "não devem ter escutado".

Naquele dia não guardaram cadeira pra mim, isso é besteira, não devia me importar. Sentei lá na frente, enquanto eles estavam lá atrás.

Mas o problema mesmo começou no intervalo.

Eu tava procurando eles por tudo que é canto e não achava. Então só fui lanchar e esperar que aparecessem.

— Mariah...

— Mar

— Tá, desculpa... Você tá comendo muito hein, vai ficar gordinha

— Que? Mas eu só... É cachorro quente, tabacuda, é bom de mais

— É que tu come tudo, Mar, qualquer coisa que tiver na escola tu come, tá passando fome? — Dessa vez foi Diego que provocou

Eu comecei a me sentir mal dai, mas continuei comendo devagar. Eu tenho alguns gatilhos sobre isso a bastante tempo. Mas tentava me manter forte, cresci com dois exemplos de mulheres incríveis em casa, então sempre tentei ser que nem elas.

Até aquela filha da puta da Júlia começar.

Na sala, a gente ia ter que fazer um trabalho em grupo. Então a Joana começou a escolher o pessoal do grupo dela.

— Diego cara de maconheiro, Tereza cara de drogada e Mar...

Me recuso a dizer do que me chamaram.

Era um nome horrível, envolvia meu peso e até minha etnia. Eles simplesmente foram racistas comigo e... Todo mundo riu. A desculpa era que todo mundo tinha uma própria piada, mas aquilo não foi uma piada. Eu me sinto mal até hoje por que, eu não sei se tava errada.

 Eu me sinto mal até hoje por que, eu não sei se tava errada

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