Capítulo 4

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Sua perna balançava em sinal de nervosismo e ansiedade, enquanto suas mãos também estavam inquietas. A última vez que César pisou em um hospital foi quando perdeu sua mãe, depois disso, nem quando estava doente ou quando tinha fortes crises de pânico ele ousava pisar em um. Agora está completamente ansioso, tentava controlar sua respiração, mesmo que fosse quase impossível agora. 
Seu corpo já estava suando, mas não era de calor. Se levantou e andou até o banheiro no corredor, se sentiu aliviado por não ter ninguém.

"Respira, Kaiser" Afirmou para si mesmo na frente do espelho. Tirou seu suéter, permanecendo com uma camiseta preta básica. Ele começou a fazer um exercício de respiração, igual aos que viu na internet.
"Você parece um idiota fazendo isso" Parou, achando o que estava fazendo ridículo.

╴César Cohen? ╴Um enfermeiro abriu a porta do banheiro, procurando por alguém, o olhar do cabeludo foi atraído para o homem que o chamava. ╴É você?

╴Sim. ╴Balançou a cabeça.

╴A doutora quer falar com o senhor.

Kaiser nem pensou em vestir o suéter novamente, precisava saber como seu pai estava. Ele saiu apressado pela porta, e lá estava uma mulher relativamente alta, com cabelos longos e cacheados. No seu crachá está escrito, Dra. Marcela Geleerd.

╴E então, como meu pai tá? ╴Nem esperou chegar direito até a doutora e já perguntou. As fotos do acidente eram feias, temia o pior.

╴O quadro dele é estável. O senhor Christopher sofreu uma uma fratura no tronco devido ao impacto e  também teve algumas contusões, mas está fora de perigo. Ele foi submetido a uma cirurgia para reparar a fratura e está se recuperando bem. No entanto, devido à intensidade do acidente, ele sofreu algumas lesões internas e precisamos mantê-lo em observação por alguns dias para garantir que não haja complicações.

Explicou compassiva, notando o estado claro de preocupação do cabeludo. César sentiu um peso sair de seus ombros ao ouvir a notícia de que seu pai estava estável. Uma sensação de alívio misturada com preocupação ainda o dominava, mas agora havia esperança.

╴Posso vê-lo? ╴perguntou Kaiser, ansioso para vê-lo. Mesmo depois de tanto tempo separados e sua última interação com ele não ter sido agradável, isso não importava agora.

A Dra. Marcela assentiu gentilmente.

╴Sim, você pode, mas apenas por alguns minutos. Ele ainda está se recuperando da cirurgia e precisa descansar. Você deve ser cuidadoso e não sobrecarregá-lo emocionalmente.

O rapaz agradeceu e seguiu Marcela em direção ao quarto onde seu pai estava internado. Enquanto caminhava pelos corredores brancos e impessoais, uma mistura de emoções invadiu sua mente. Ele não conseguia evitar lembranças do passado e do momento em que perdeu sua mãe. A atmosfera do hospital parecia desencadear uma enxurrada de memórias dolorosas. Suas mãos estavam suando frio, de imediato tentou se desfazer destas lembranças, temendo ter uma crise.

Ao chegar ao quarto, César viu seu pai deitado na cama, conectado a alguns monitores e tubos intravenosos. Seu rosto estava pálido e havia sinais visíveis de ferimentos e curativos. Christopher abriu os olhos ao ouvir a porta se abrir e seu rosto se iluminou ao ver seu filho.

╴César... filho... Você tá aqui. ╴A voz de Christopher soava fraca, mas carregada de afeto e surpresa. O sorriso em seu rosto, por mais que fraco, transparecia o amor que sentia pelo seu garoto.

Kaiser um pouco hesitante se aproximou da cama hospitalar, ele tentava descarregar o nervosismo apertando o suéter em suas mãos.

╴Oi Chris… Como você tá se sentindo? ╴Ainda estava sem coragem de chamá-lo de pai.

╴Estou melhor agora que você está aqui. Foi um acidente assustador, mas estou recebendo bons cuidados. E você, como você tá?

César suspirou, sentindo a emoção borbulhar dentro dele.

╴Eu estou com medo, pai. Medo de perder você também. Eu não posso suportar perder mais alguém que eu amo. Mas estou aqui agora e vou estar ao seu lado durante todo o tempo. ╴Foi o que teve vontade de dizer, mas o que saiu da sua boca foi um simples… ╴Tô bem.

Em um quarto não tão distante dali, encontrava-se Arnaldo Fritz, assim como Christopher Cohen, seu amigo, ele também havia sido uma das vítimas da queda do avião. Infelizmente, a situação de Arnaldo era muito mais grave, e ele ainda não havia recobrado a consciência desde o acidente.

Arnaldo estava deitado em uma cama, ligado a diversos equipamentos e monitores que monitoram seus sinais vitais. Os médicos e enfermeiros estavam fazendo tudo o que podiam para promover sua recuperação, mas a situação ainda era incerta.

Enquanto Arnaldo Fritz permanecia inconsciente no quarto do hospital, a atmosfera ao seu redor parecia carregada de uma presença sombria e misteriosa. As sombras dançavam silenciosamente pelos cantos, observando-o atentamente, como se tivessem uma conexão com ele, ou como se apenas o conhecessem.

Essas sombras pareciam ter vida própria, movendo-se de forma sinuosa e fluída, como se estivessem em constante transformação. Elas se contorcem e se estendem, espalhando-se pelo ambiente, criando padrões inquietantes nas paredes e no teto.

Embora as sombras não tivessem uma forma física definida, ocasionalmente pareciam tomar a forma de sihuetas humanas, desvanecendo-se logo em seguida. A presença das sombras era silenciosa, mas palpável. Elas pareciam estar sussurrando segredos inaudíveis, enviando mensagens sutis ao subconsciente de Arnaldo. Era como se estivessem ligadas a algo maior, a uma entidade desconhecida e oculta nas sombras.

A vida de Arnaldo pendia em um fio, as sombras permanecem vigilantes, aguardando o desenrolar dos eventos. As cortinas esvoaçavam-se levemente, e a silhueta no canto do quarto era perceptível. Segurando uma bengala, a figura misteriosa permaneceu ali, apenas observando.

No quarto de Thiago Fritz, a atmosfera era de preocupação e amor, muito amor. Elizabeth Webber e Joui Jouki, seus amigos próximos, estavam sentados ao seu lado, mostrando apoio e tentando animá-lo durante sua recuperação. Tinham ido para o hospital o mais rápido que puderam, Joui até esqueceu a adrenalina que foi atravessar a cidade de São Paulo na garupa de Ivete.

Thiago, com um curativo no ouvido e com algumas partes do corpo enfaixadas, olhava para eles com gratidão em seus olhos. Embora sua audição tivesse sido afetada e sua dor física fosse evidente, ele parecia determinado a continuar afirmando que estava bem a cada vez que a cientista forense lhe perguntava.

Elizabeth e Thiago se conheciam a pouco mais de um ano e meio, quando em um caso em que ela estava investigando, o repórter intrometido se negava a deixar a cena de crime. Pode-se dizer que o Fritz praticamente perseguiu Webber por todos os cantos, na época ele só queria ser um destaque dentro do Jornal que trabalhava.

╴Isso aí tá feio hein queridão. ╴Ela disse depois de afastar um pouco a faixa que cobria seu ouvido e ter um visual do ferimento.

╴Você já viu coisa pior. ╴Respondeu afastando a mão curiosa da morena. Uma tosse profunda seguiu-se após sua indagação.

╴Eu falei pra você largar o cigarro, Thiago. ╴A mulher só não lhe deu um puxão de orelha por conta do seu estado crítico. Ele apenas deu de ombros.

╴Thiago-sensei, depois que você receber alta você pode ficar no apartamento da Liz, assim a gente consegue te ajudar. ╴O asiático sugeriu de forma animadora, Elizabeth assentiu, diferente do repórter.

╴Valeu Jojo, mas eu vou pra casa com meu pai. ╴Sorriu suavemente, sem nem imaginar o que o futuro reservava para o Fritz.

O som agudo do monitor ecoava pelo quarto, vazando para o corredor. Rapidamente a sala se encheu de médicos e enfermeiros, mas já era muito tarde para Arnaldo Fritz. Ele já sabia e havia aceitado o seu destino desde o momento em que entrou naquele avião.

Continua...

📝Notas do autor

E saiu a notícia que o mundo não acreditou.....!!!!!!
KNA (apelidei assim) atualizado é o milagre do século.

Me dêem um feedback do que estão achando da fanfic até agora, em quais pontos preciso melhorar e etc.

Até a próxima💜

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 05, 2023 ⏰

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