"E quando eu penso em te esquecer, o vento sopra sussurrando seu nome."
Rafael.
– Faremos isso, senhor.– Diz.
– Até amanhã, então.– Concluo.
Eu e Luan tínhamos o mesmo rosto, Anne costatou isso quando fui a padaria, sei que ela não vai se opr a me entregar as caixas, tinha que fazer isso pelo bem de Júlia, assim caso ela quisesse voltar eu diria que as caixas simplesmente sumiram, uma verdade daquelas, nos papéis daquelas caixas, acabaria com Júlia, o que não se sabe, não machuca.
Ao entrar no quarto a vejo sentada na cama, o roupão amarrado a seu corpo.
– Está tudo bem? – Questiono.
– Está, você vai tomar banho agora? – Indaga e faço que sim.– Então vou pedir algo pra gente comer.– Diz, ela vai até o telefone do quarto e liga para a recepção.
Eu entro no chuveiro deixando todas aquelas descobertas virem a minha mente, foi um choque pra mim e eu me deixo desabar, me deixo chorar, poderiamos ter tido um bebê na vida passada, podíamos ter sido felizes mas ao invés disso fizemos escolhas erradas e renascemos com todo esse rancor, culpa e dor.
Não visto nada mais que o roupão, assim como Júlia, lavei minhas roupas intimas, no caso a cueca e deixei estendida perto de uma janela ao lado do boxe do banheiro, amanhã cedo estaria seco.
A mesa pequena do quarto estava cheia de comida.
– Eu não sabia o que você gostava de comer então pedi algo bem bagunçado, um prato nada haver com o outro.
Eu concordo e me sento, arroz, feijão, macarrão, camarão, bife, suco e refrigerante, era uma mesa bem vasta.
Comemos praticamente em silêncio, um pouco constrangedor mas ainda sim, passa rápido.
Então me dou conta da cama, era de casal, mas estávamos apenas de roupão e eu não sabia o que se passava na mente dela.
– Talvez eu deva dormir no chão.– Afirmo.
– É uma cama bem grande e a culpa de estarmos em um quarto é minha, você quis pegar outro.– Admiti.
– Não quero te fazer sentir desconfortável.– Confesso.
– Vamos só dormir, não vamos passar disso então não vejo problema.– Conclui.Júlia.
Tudo estava estranho, tudo estava confuso.
Desde o momento que chegamos naquela padaria, desde o momento que ele passou mal já na entrada, depois tudo desandou ainda mais.
Agora, estávamos deitados lado a lado e tudo que eu pensava era naquelas caixas, os segredos que elas escondem, me dou conta que Rafael ficou sozinho com elas por alguns minutos.
– Você chegou a ver alguma coisa? – Questiono.
– O quê? – Ele se vira na cama e me olha.
– Nas caixas, você ficou sozinho com as caixas por um tempo, chegou a ver algo? – Repito.
– Não, eu não vi nada e sinceramente deveríamos deixar isso de lado por um tempo, não me faz bem remexer o que já aconteceu, eu voltei lá e você mesma viu que ei não fiquei bem, quem garante que você também não passe mal mexendo no passado de Laura? Talvez devêssemos esquecer.– Ele diz, parecia nervoso.
– Esquecer? O único jeito desses pesadelos pararem é descobrindo a verdade, o que Laura e Luan querem que nós desvendemos, então finalmente, teremoz paz.– Argumento.
– Não acho que o Luan queira voltar naquela padaria, EU não quero voltar lá, é um lugar cheio de lembranças, me faz mal.– Confessa e eu compreendo, ele ficou pálido só de chegarmos lá.
– Tudo bem, eu entendo, mas eu vou voltar, não amanhã, mas vou voltar daqui um tempo e se você não vier comigo, eu venho sozinha.– Afirmo.
Ele não responde, apenas se vira me dando as costas, eu fico imóvel, olhando o teto, era estranha a sensação de estar dormindo na cama com ela, quer dizer, esse passado foi o que nos uniu mas isso não quer dizer que nós nos conhecemos.
– Tem algo que ame e algo que odei no mundo? – Questiono.
Sinto ele se mexer um pouco mas continua de costas pra mim.
– Porque quer saber isso agora? – Indaga.
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Why don't you stay?
FanficWhy don't stay? (Porque você não fica?) Ano 1950. Luan e Laura eram prometidos um ao outro, ele, um homem comum, vendedor de pão, filho único. Laura tinha dois irmãos pequenos e junto com seus pais fazia o que dava para não morrerem de fome na po...