As suas íris azul turquesa protagonizam os meus devaneios mais doces.
A reminiscência do toque gélido da ponta de seus dedos esguios na minha pele; o modo que a sua voz serena minha alma e a áurea da sua aura — sua imagem compõe o mais cativante dos enigmas, e a inocência do seu sorriso demonstra o quão ignorante você é sobre o efeito que causa em mim.
E, nos meus devaneios, incontáveis foram os cenários nos quais eu sentia seus lábios róseos juntos aos meus, a amabilidade dos nossos abraços ganhando um novo contexto, e todos aqueles que guardamos no coração diriam que nunca presenciaram um amor tão puro.
E diante de você, eu me questiono: o quão mais belo o teu olhar seria caso assumisse o brilho inebriante da paixão? O meu encanto se tornaria irreversível diante de tal visão e, ao mesmo tempo, esta ideia me atinge junto de um temor.
Porque eu nunca seria aquele a acender em você este sentimento, sentimento tão similar a se afogar — se afogar em um oceano de incertezas; utopias e contradições; se afogar nas tuas íris azul turquesa.
Eu sei, Dante. Eu sei que o espaço para tal emoção cativante se esvaiu há muito tempo de você. Qualquer pessoa a sua volta é atingida pelo amor que emana das suas palavras sobre ela, sobre um alguém que nunca realmente se foi, uma mulher cuja vida pulsa nas suas memórias doces.
No cenário mais belo, porém realista, meus lábios nos seus não representariam nada além de uma incógnita, um leve tropeço em uma amizade gentil e calorosa.
No cenário refletido nos pesadelos que me fazem despertar aos prantos, sua feição tão vívida — mesmo marcada pela Morte — se manteria distante do meu olhar culpado e a serenidade poética da sua voz desaparecia perante a mim.
A verdade é que em todos os cenários que possuem qualquer probabilidade de se concretizarem, não existe eu e você da maneira que meu coração implora para que sejamos.
E então, minha mente transforma as fantasias de nós dois em folclore — eu não posso ousar continuar sonhando com você.Eu me recusarei a me perder nas suas íris azul turquesa outra vez, quebrarei a amabilidade mútua dos nossos abraços, e as poucas pessoas amadas que nos restaram nunca irão ver o amor puro guardado a sete chaves no meu peito — porque o farei se dissolver no poço das minhas incontáveis decepções; porque nunca daria certo.
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azul turquesa | danthur
FanfictionArthur Cervero se sente incapaz de desviar o olhar das íris azul turquesa de Dante e, junto da paixão, uma realização vem em sua mente: aquelas belas íris azul turquesa nunca lhe olhariam da mesma forma.