delegacia.

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- Quer me dizer mais alguma coisa? - Stenio disse, sério.

- Quer me perguntar mais alguma coisa? - Heloísa respondeu ríspida.

- Não.

- Então por agora é só isso. - Heloísa retrucou bruscamente.

- NÃO! - Stenio gritou alto, batendo sua mão contra a mesa, a voz rouca e os olhos queimando pela raiva do momento. Ele inclinou seu corpo. Encarando a delegada a centímetros do seu rosto.

Heloísa se assustou com o ato, seus olhos arregalados, demonstrando incredulidade pelo que acabara de presenciar, não estava esperando que ele fosse capaz de levantar a voz daquela maneira, especialmente ali, no território inteiro dela. Por um segundo, seu cérebro parou, tentava raciocinar.


HORAS ANTES:

A delegada tinha esperado muito por esse momento. A prisão de Moretti. O cliente mais fiel dele, seu ex marido. Se preparou pra chegada de ambos. Vestia uma roupa impecável, como sempre, vestida pra matar. Stenio e Moretti chegaram.

- Doutor.
🤝🏽
- Doutora.

E assim prosseguiram, Heloísa foi rápida, e Yone deixava o áudio pelo celular rolar, enquanto isso Moretti e Stenio pareciam confusos. Moretti se engasgou para falar e Heloísa, como o furacão que era, apenas anunciou sua prisão. Deixando assim Stenio a ver navios. Um ponto pra ela.


AGORA:

O ar no ambiente estava denso, dentro da sala da delegada se encontravam apenas os dois, as cortinas fechadas, deixando a sala dela um pouco escura, ambos perdidos em olhares mortais de ódio, raiva e tesão, muitoooo tesão. Afinal, ultimamente estavam tão insertos em problemas alheios, que mal tinham tempo de sequer se ver, mesmo que fosse pra brigar.

Heloísa ainda tentava processar a fala de seu ex marido, e enquanto se encontrava perdida no momento, sentiu uma mão grande adentrar seus cabelos, puxando sua nuca com uma força absurda. A delegada mal notou quando Stenio, em um ato brutalmente violento, grudou suas bocas, num desespero descomunal.

A delegada não teve nem tempo de reagir, sentia Stenio lhe segurando com uma força fora do normal, e qualquer tentativa dela de se desvencilhar dele seria em vão. O advogado pedia passagem para sua língua mas Heloísa resistia, ambos lutando por poder. O beijo simplesmente um ato tão desesperado no momento da raiva, que não se encaixava, ainda.

O corpo de Heloísa a traiu, e ela se odiou por isso, não queria entrar no joguinho de Stenio, não ali, não no momento que tudo estava a seu favor. E ela sabia que quando o assunto era ele - na cama - quem mandava era o mesmo.

A delegada exalava raiva, a tensão sexual era tanta, que qualquer pessoa há quilômetros dali poderia sentir. Ela grudou suas mãos na gola do terno cinza, puxando Stenio, que seguia do outro lado da mesa.

Na tentativa de se aproximar dele, e tendo sua mesa como empecilho no caminho, Helô simplesmente subiu em sua mesa, ficando de quatro, enquanto engatinhava em direção ao advogado. Seus lábios ainda colados. Stenio sentiu seu pau fisgar com aquela cena, e um gemido rouco saiu de sua garganta, fazendo Helô sorrir no beijo. Mais um ponto pra ela.

Ele conhecia muito bem a ex mulher, sabia dos seus métodos e trejeitos. Não iria deixar aquilo barato. Stenio se apoiou na mesa, ficando a altura dela, a encarava, os olhos entregando todo o misto de raiva, decepção, rancor, ódio, tesão, saudade.

Ele levou sua mão ao pescoço dela, apertando forte, assistindo enquanto os olhos dela rolavam com o toque. Ele a puxou pra cima, deixando ela ajoelhada sobre a mesa. Sem hesitar, afundou seu rosto pelo pescoço dela, inalando todo o perfume unicamente da mulher que tanto amava. Levou suas mãos ao decote, puxando bruscamente a blusa pelos ombros, abrindo espaço para os seios, já rígidos, ficarem a mostra.

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