Capítulo 28

205 12 0
                                    

Renata

Me encostei no balcão esperando Igor e Adrian terminar de escolher o que eles queria, trouxe esses dois pra comprar roupa e tô vendo que vou sair pobre daqui. Talibã disse que era pra deixar eles comprar o que quisesse que depois ele passava aqui pra pagar, aí já sabe como é.

Igor: Pronto mãe. - veio com um monte de roupa na mão e depois voltou pra pegar os tênis, Adrian vinha mais atrás trazendo as coisa dele.

Renata: Beleza, é só isso mesmo? - eles se olharam, e depois pra prateleira de tênis.

Adrian: Pô tia, tem um tênis ali que eu gostei e queria levar, mas ele é muito caro. - falou envergonhado.

Renata: Que nada, pode pegar. Te preocupa com isso, não. - ele sorriu e foi pegar. Quando trouxe colocou lá em cima e a atendente começou botar tudo nas sacola, fazendo as conta.

Quando saí coloquei as coisa no banco e fui deixar na casa de Adrian e na minha. Coloquei o carro na garagem, fechando o portão e indo pra praça os meninos, chegou lá eles foram jogar bola e eu fui jogar sinuca no bar lá perto.

A mocréia ficou me palmeando de longe, não dei nem moral, continuei jogando. Formigão começou fumar e eu pedi um cigarro pra ele, que acendeu e me entregou.

Formigão: O mala do teu cunhado nunca deu as cara? - perguntou pra mim.

Renata: Rum, nem sinal. - ele girou a chave no dedo, apoiando o taco no chão.

Tive que dar um fim no corpo desse verme, Simone me disse que ele tentou bater nela e por isso ela fez isso. Levei pra cremar e joguei as cinza numa praia deserta, deixei nem rastro desse otário. Simone me disse que apanhava já fazia tempo, só não tinha coragem pra contar pq sabe que eu ia tirar satisfação com ele, mas tudo bem, agora ninguém mais vai triscar um dedo nela.

Meu pai pulou a cerca e acabou engravidando outra mulher na rua, aí quando Simone nasceu a mãe dela morreu, ela tinha problema no coração, tá ligado? Minha mãe continuou com ele e de quebra ainda adotou ela. Então nós se considera irmã da parte de mãe também.

Solange: Ah mas é só pq eu tenho medo mesmo de cara feia! - falou rindo, atrás de mim. - é né, mas essas mulherzinha de bandido são sempre assim... Só querem ser pq se dizem ter poder. Um bando de corna, todas elas! - falou bem alto e Formigão ficou só me olhando. Peguei a bola branca e virei, jogando na direção dela, a sorte foi que ela desviou.

A bola acertou num carro que tava estacionado na porta do bar, o alarme disparou e ela ficou me olhando assustada. Que pena que não acertou nela, pq o estrago ia ser lindo e de se admirar! Do grupinho dela não sobrou uma, saíram tudo correndo.

Renata: Dá o papo mermo, qual a tua? - ela engoliu seco toda sem jeito. - num entendi esse teu deboche. Pô cara, quer bater de frente então seja mulher, mas num fica de caô jogando indireta.

Solange: Tava falando pra ti não, mas foi mal se te ofendeu.

Renata: Não, num ofendeu pq cheiro de marmita estragada não faz nem cócegas no meu nariz. - ela continuou do mermo jeito que tava, não teve coragem nem pra me encarar. - presta bem atenção, só digo isso. - bati de leve no ombro dela e saí, indo falar com o dono do carro.

Raimundo: Ô Renata, mal terminei de pagar meu carro e tu me apronta uma dessa?!

Renata: Foi mal aí, juro pro senhor que não era pra pegar no carro. Mas pode mandar concertar que Talibã vai pagar.

Raimundo: E se for caro demais? Posso contar com tua palavra que ele vai pagar?

Renata: Pode confiar, se num tiver concerto ele compra outro do jeitinho que o senhor quiser. Fica tranquilo, morô? - ele concordou, fazendo toque comigo e me entregando a bola.

Voltei jogar e ninguém me disse nada, Formigão só ficou rindo e imitando as cara que a outra fazia.

Eu, o Morro e ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora