𝑆𝑖𝑥𝑡𝑦-𝑒𝑖𝑔ℎ𝑡

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𝗘𝗦𝗧𝗘𝗙𝗔̂𝗡𝗜𝗔 𝗣𝗢𝗩

Entramos no carro e Saray acelerou em destino á casa de Santiago.

- Ele não é tão burro em se esconder em sua própria casa.

~ Ah, ele é sim! Mas a questão é que ele não quer realmente sequestrar Estrella, ele me quer...

Olhei para suas mãos que apertavam forte o volante, sendo possível de ver a ponta de seus dedos esbranquiçados, pela força que ela fazia. Podia sentir seu corpo pegar fogo de ódio.

- Saray, fica calma. A Estrella estará em casa antes do amanhecer. - digo e acaricio sua perna com a intenção de acalmá-la.

O carro está em alta velocidade, então Saray quase bate em outro carro. Porém rapidamente ela desvia.

~ Ô filho da puta, a contra mão!!! - ela grita pra fora da janela.

- Eu já imaginei nós duas como uma dupla de crime, eu gosto disso.

~ Tipo Bonnie e Clayde? - ela ri fraco.

- É.. Tipo isso. Só que melhor!

E enquanto Saray levava algumas multas, avançava sinais, eu só pensava em quanto tempo Estrella já estava com Santiago, se a menina estava bem.

Não demorou para chegarmos. Saray estacionou o carro e percebemos que a porta da frente estava escancarada.

Ela colocou uma pistola na cintura, e a outra ela deixava em sua mão. Eu estava apenas com uma.

Não que iríamos usar-las, talvez só para assustar Santiago e nos proteger. Mas do jeito que Vargas estava enraivessida, eu precisaria mante-la longe dessas armas ou seu ex iria se tornar uma peneira.

Saray entrou primeiro e eu vou logo atrás. As luzes estão ligadas, porém o silêncio domina o local.

~ Santiago seu desgraçado, apareça. - exclama a cigana.

Então a cigana continuou á procura de Santiago. Seus passos eram sigilosos e devagares, tentando manter tudo em segurança. Ela estava fazendo parecer tudo aquilo muito mais perigoso, e meu coração já estava á mil.

A luz branca de seu celular acende, e seu semblante muda no mesmo instante.

- O QUE FOI!!!???? - ai meu deus, não tenho coração para toda essa tensão.

~ Santiago acabou de me mandar um endereço, qualquer... Só isso. Mas deve ser a localização deles, vamos logo!!

- Mas ele é tão burro assim? - digo apressadamente, indo para o carro. - Por que faria uma coisa assim?...

~ Por que ele não quer Estrella, ele me quer.

Entramos no carro rapidamente e Saray o acelera... Ou pelo menos tenta.

- O que ouve com o carro?

~ Eu não sei! Porra!!! O carro morreu. - exclama angustiada. A despeja um soco forte no volante, com raiva.

O carro não morreu, ele foi enterrado! O carro não dava um sinal de vida. Tento o meu truque para ligar o carro, que aprendi com a experiência de roubar automóveis durante minha vida, mas não funciona.

- Vem cigana, sai do carro. - digo eufórica e sem pensar duas vezes, a cigana me obedece.

A forte chuva se inicia, para piorar nossa noite.

~ O que está fazendo? Vamos voltar!

Havia um carro preto na esquina e não penso duas vezes em pegar uma pedra do chão e arremessar contra o vidro. Abro a porta do motorista e entro. Logo, mexo na afiação do carro, facilmente consigo liga-lo.

- Vamos, entra.

~ Você é foda meu amor. - ela diz entrando pelo porta do motorista. Dou espaço para sentar no assento do passageiro.

O celular da cigana começa a tocar, e ela impaciente me entrega.

~ Toma, atende por favor. Não sei quem tá me ligando uma hora dessas! - ela resmunga.

- É a Zulema.

~ Coloca no viva voz.

LIGAÇÃO ON

- Oi?

~ E aí, cigana.

- É a Estefânia, ela está dirigindo não pode atender.

~ Onde vocês estão?

- Uhmmm... Indo para algum lugar que provavelmente vamos ser decepadas ou algo assim.

~ Como assim? Estão tendo uma noite a sós??

- Não, nós estamos em perigo, Estrella está com Santiago. Bem, é uma longa história e estamos um pouco aflitas no momento.

~ Meu alá! Puta merda... - a árabe resmunga ~ Me passa o endereço.

LIGAÇÃO OFF

[...]

Ela estaciona o carro roubado dentro do local mesmo, e descemos. Estava um completo breu e silêncio. O lugar era extenso, era um tipo de estacionamento abandonada, aqueles "subterrâneos".

Haviam pilastras por todo lado. Uma gota cai em meu olho, olho com nojo para cima e o teto gotejava, ainda chovia. No chão possuía algumas poças de água suja que quando pisávamos, espirravam em nossos calcanhares.

Nossos cabelos escorriam água e estávamos encharcadas por conta da chuva que pegamos.

Continuamos caminhando em silêncio, até que escutamos dois disparos rápidos.

- Que porra foi isso? - sussurro.

Nos olhamos assustadas e começamos a apressar o passo.

Quando mais andávamos, mais o estacionamento ficava iluminado. Até que nós tivemos a visão de uma cadeira com rodas. Ela estava virada de costas á nós. Ficamos ali, paradas, tentando assimilar o que estava acontecendo. Quando gotas de sangue caíam da cadeira ao chão, como se fossem goteiras de água.

Ao ver essa cena, Saray corre até a cadeira e a vira, tendo a visão de frente. Havia uma pessoa ali, um criança. Estrella.

~ NÃAAAO, MINHA ESTRELLA! - seu grito foi ensurdecedor, e o eco do local deixa seu grito mais alto. Era possível sentir a dor apenas por seu grito.

Ela joga a arma que estava em sua mão no chão.

Saray tampava minha visão de Estrella, então, corro até ela para enxergar. Tenho a visão da garotinha com muito sangue na região abdominal. A mulher estava desesperada ela tira sua blusa, ficando apenas com seu sutiã, estanca o sangue com ela.

~ Liga logo para a polícia, ambulância, sei lá! - clama em desespero.

- Não tem sinal aqui!

A Estrella apresentava-se cada vez mais perder a consciência, ela nem chorava. Tínhamos ela, mas não a sentíamos mais.

Provavelmente, sentia tanta dor que seu corpo anestesiou um pouco, mas sua expressão não era nada agradável. O desespero tomava conta de todas nós.

Assim, seus olhos fecharam lentamente e seu corpo relaxou.

𝐌𝐲 𝐅𝐚𝐯𝐨𝐫𝐢𝐭𝐞 𝐓𝐞𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora