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Odeio tempestades, eu deveria estar em casa e não no meio dessa estrada. Droga!Relâmpagos e trovões surgiam em meio aquela escuridão, o farol do meu carro me dava a visibilidade que eu precisava, mas a chuva estava intensa e eu precisava dirigir com cuidado.

Eu estava tremendo, mas não era pelo frio e sim as lembranças que aquela situação me fazia recordar. Foi exatamente numa noite assim que tudo mudou na minha vida. Eu nunca mais fui o mesmo depois daquela noite.

Diminuir a velocidade do carro por causa da curva, o parabrisa trabalhava sem parar. Fiz a curva com cuidado e acelerei um pouco mais, não custaria a chegar em casa. Olhei para o banco do carona e percebi meu celular tocando, era Yoongi, meu irmão.
Peguei o celular e logo atendi, mas a ligação estava muito ruim.

— O que você quer, Yoongi?

— Graças a Deus você atendeu, eu estava preocupado aqui, imaginando ter acontecido alguma coisa. — eu olhava para frente — Você já chegou em casa?

— Não, estou na estrada. E se quer saber, a culpa disso é sua. Eu não deveria ter ido até a empresa. Eu deveria ter ficado em casa Yoongi.

— Hoseok, foi preciso. Não me culpe por isso.

— Grande irmão você é. Tirando o meu cargo na empresa. — Ouvir o seu suspiro.

—Eu não vou discutir sobre isso com você, nesse momento, principalmente com você dirigindo, mas você sabe muito bem porque fizemos isso. —  Ouvir aquelas palavras me fez ficar com ainda mais raiva e eu acelerei mais o carro.

— Eu preciso desligar.

— Hoseok, amanhã vamos na sua casa e conversamos.

— Yoongi eu não quero falar com você. Aliás eu não quero falar com ninguém faz tempo.

— Você não precisa se isolar desse jeito, você tem a mim, nossos irmãos, nos deixe te ajudar.

— Eu não preciso da ajuda de ninguém, tchau Yoongi. — desliguei a ligação e joguei o celular de volta ao banco do carona.

Se existe alguém culpado por eu estar assim é eu mesmo. Faz meses que minha vida está uma completa escuridão, tudo o que eu consigo sentir é dor e amargura. E ninguém pode me salvar, esse é o meu destino. Eu desviei o olhar ao ouvir meu celular tocando novamente. Eu não iria atender. Yoongi pode ser insistente, mas eu não vou atender. Peguei o telefone e desliguei. Quando voltei a olhar para a para estrada, eu vi uma pessoa.

Eu pisei no freio com tudo e o carro derrapou na pista, por um momento eu pensei que o carro ia capotar, mas felizmente o carro parou, tirei minhas mãos do volante, tremendo e respirei fundo.

Olhei para a pista e resolvi sair do carro, o farol do carro continuava iluminando parte da pista, foi quando eu vi a pessoa no chão. Corri até lá e seu cheiro de omega invadiu minha narina.

— Me ajuda por favor, meu bebê.. —  ele falou com cara de dor.

— Você está machucado? — eu perguntei pegando seu rosto.

— Não, eu me assustei e caí, me ajuda, meu filho vai nascer. — ele pegou na barriga.

— Calma! — eu me desesperei sem saber o que fazer.

— Ai tá doendo...por favor. — ele reclamou.

Essa criança não pode nascer no meio da estrada e debaixo dessa chuva. Fui até meu carro e abrir a porta do carona, ajeitei o banco, depois corri até o ômega e peguei ele nos meus braços.

— Calma, respira fundo... tudo vai ficar bem

Ele era pesado, mas eu consegui levar até o carro, coloquei ele no banco do bando do carona e rapidamente entrei no carro, liguei novamente e fui dirigindo rumo a minha casa.

Amor Que Cura. °ABO°Onde histórias criam vida. Descubra agora