ᴏɴᴇꜱʜᴏᴛ - ʟɪᴛᴛʟᴇ ᴅᴇᴍᴏɴ

❦ 𝙋𝘼𝙍𝙏𝙀 𝙐𝙈 ❦

Pete estava assistindo uma série de ação ao lado dos amigos guarda-costas Arm e Pol juntamente com seu chefe ThanKun que gritava sem parar, dialogando calmamente com o personagem...

-   POR AI NÃO SEU IDIOTA! - Gritou o chefe se segurando em uma almofada fazendo os três seguranças que o olhavam rir de toda aquela cena

-   AHHHHH, seu...!!!! POR AI NÃO ANIMAL AHHH - gritava Thankun como um louco fazendo movimentos com as mãos

Pete olhava para a tela da televisão sentindo alegria pelo personagem não ser capaz de ouvir os gritos do chefe. Mas ele mesmo estava ficando meio estressado com a situação, ficava contando os segundos para o término da série já que Kun não queria terminá-la no outro dia, e após longos 30 minutos o fim finalmente veio.

-   Finalmente acabou - disse Kun estressado deitando a cabeça no ombro de Arm - Eu estava a ponto de invadir a tela da TV e avançar naquele estúpido paspalho....

-   O senhor deveria se acalmar, ele no fim acabou morrendo mesmo.. - Arm disse olhando para o chefe batendo a mão esquerda calmamente em suas costas

-   Por isso mesmo seu idiota...ele morreu!! MORREU!!! Como o protagonista simplesmente morre....!!! PELO AMOR! Eu disse pra ele morrer, mas não de verdade - respondeu Kun levantando do sofá chorando e gritando como um bebê

-   Sabe chefe, eu acho que o personagem mereceu..ele era meio bobão - Pol disse nem um pouco preocupado em como Kun reagiria, ninguém poderia falar mal personagem além dele, ah claramente não. O mesmo o olhou raivoso a ponto de ter uma crise de gritos começando a chutá-lo e xingá-lo de nomes que nem mesmo sequer devem existir. Pete e Arm precisaram intervir antes que o chefe mandasse Pol para o hospital. Esse era um evento comum na rotina deles, Kun era assim, doido, meio paranoico, exagerado e afins, mas os guardas gostavam dele, Kun gostava dos três também e os tratava como amigos, queria levá-los pra cima e pra baixo com ele, amava que eles se divertissem ao invés de serem sérios e parecessem estatuas como os guarda-costas do irmão Kinn.

Mais tarde, naquele mesmo dia haveria uma reunião não programada das famílias, para discutir sobre os assuntos da empresa.

Porsche era um guarda-costas novato, fazia uma semana que estava trabalhando como segurança de Kinn, e ainda não tinha tido a oportunidade de saber mais sobre a questão de haver "duas famílias". Ele estava de prontidão a porta da frente da mansão Theerapanyakul juntamente a Pete, os dois eram colegas de quarto e com o temperamento de ambos sendo tranquilo fizeram amizade rapidamente. Falavam sobre tudo, até mesmo sobre coisas intimas.

-  Por que terá essa reunião hoje? - perguntou Porsche observando ao redor

-   Não sei. Eles não nos comunicaram lembra? - Pete respondeu fumando um cigarro, de maneira bem sexy aliás

-   Verdade. Esqueço como as regras aqui são estranhas.

-   Você trabalha pra uma família de mafiosos, não haveria nada de normal aqui – respondeu com vontade de rir

-   Sei sei..mas sério...qual o sentido de se ter essa divisão de famílias?? Não são todos do mesmo sangue, merda?

-   Não é porque são todos do mesmo sangue que vão ficar de paparico e fingindo se gostar. Essa divisão existe por uma boa causa, e também não é da nossa conta questionar isso.

-   Claro...com certeza isso faz sentido...

-   Pense apenas que você protege o Sr. Kinn da main family. É isso!

-   Qual a diferença das duas? Tipo...no geral

-   A Main family é mais confiável...e a minor family é sorrateira - explicou abaixando um pouco o tom da voz

-   Hum..saquei... - se encostou na parede continuando - Mas ainda não faz sentido..

-   Porshe, só cala a boca e fica de prontidão!! - disse o jovem jogando o cigarro no chão.

Não demorou muito para que dois carros pudessem ser vistos adentrando os portões, era a minor family que havia chegado para a reunião. Os guardas da Main sempre ficavam aguçados quando recebiam a visita deles, eram instruídos a ficarem com os olhos bem abertos e não confiar em nenhum deles.

Kan foi o primeiro a sair do carro da frente. Líder da Minor e o mais interesseiro dentre ele e seu irmão Korn, sempre com o ego avantajado, se achando o maioral, olhava os guardas de cima a baixo como se os menospreza-se. Ele andou até o saguão da casa e subiu primeiro cercado por oito guarda-costas. No carro de atrás saiu a beldade da família menor. Vegas Theerapanyakul. O filho mais velho de Kan. O jovem arrancava suspiros de qualquer um, mas não se engane, ele era convidativo demais e se aventurar com ele era problema.

Vegas usava uma blusa preta simples e por cima uma jaqueta de couro de mesma cor, calça jeans rasgada, com os cabelos pra trás, acompanhado de colares, pulseiras e brincos, a própria tentação. Exalava um cheiro maravilhoso de perfume doce, mas ao mesmo tempo forte. Ele andou em direção a porta seguido de dois seguranças. e ao passar por Pete e Porsche deu um sorriso de canto maquiavélico, sexy e amedrontador seguido de uma piscada, os dois observaram a cena sem falar nada, vendo-o adentrar no saguão e subir para a reunião. Porsche não havia entendido nada daquela cena, começou a olhar pra Pete pensativo, demorou um pouco até que ele dissesse

-   Que merda foi essa?

-   O que?

-   Essa encarada ai, o que foi isso?

-   Não sei - respondeu Pete colocando a mão nos bolsos

-   Quem é ele?

-   É o Sr. Vegas, filho mais velho do Sr. Kan, que foi o primeiro a entrar

-   E ele costuma fazer isso sempre? Parecer um devorador de almas com um olhar demoníaco?

-   Ás vezes...é o jeito dele

-   Cara louco. E por que daquela piscada macabra? - disse tentando imitar a expressão, o que o fez parecer um maluco de marca maior

-   Como que eu vou saber isso Porsche? - retrucou Pete rindo desviando o olhar da janela do carro que encarava a um tempo

-   Hummm, será que ele estava te achando bonito?? - cutucou o ombro do amigo

-   Com certeza estava Porsche... - respondeu Pete rindo de canto arqueando as sobrancelhas