Gizelly deixou sua cama quente e sua sonolenta Rafaella para voltar ao escritório às 2 da manhã. Ela pegou o Big Belly Burger no caminho e entrou no escritório, bocejando.
– Ei. – Ela cumprimentou.
Gustavo se virou, ele claramente não havia saído do escritório quando Gizelly saiu, ele estava tomando café e desesperado. Ela colocou a bolsa na frente dele.
– Manda ver, amigo. – Ele rasgou o embrulho e enfiou meio cheeseburger duplo na boca.
– Ah meundeus – Ele gemeu.
Gizelly sorriu e o deixou terminar sua comida antes que ela o indagasse por que ela estava lá.
– Então, eu estava saindo quando outro arquivo apareceu, de três anos atrás.
– Três anos?
Gustavo assentiu.
– Então, escrevi outro programa e coloquei todos os detalhes que sabemos até agora. Eu estabeleci as datas de 1980 até o ano passado.
Gizelly franziu a testa.
– Você acha que há mais?
– Muito mais. – Gustavo disse. – Então, sabemos sobre cerca de trinta meninas que foram levadas em 1993, nada de significativo aconteceu por mais quatro anos e, de repente, trinta novamente em 1997. Em 2001, outras trinta foram levadas, em 2005, outras trinta. E assim por diante, e assim por diante. – Gustavo terminou sua explicação e Gizelly percebeu o quão profundo isso era.
Ficou claro para ela agora porque elas nunca foram autorizadas a mostrar o rosto, ir ao hospital ou deixar a organização. Se seus nomes verdadeiros aparecessem em qualquer tipo de documento do governo, toda a operação seria arruinada. Restringir o acesso aos registros médicos e controlar todos os aspectos de suas vidas as manteve isoladas para que nunca sentissem que tinham liberdade ou capacidade de sobreviver por conta própria. Era outro exemplo do controle que eles tinham sobre as meninas.
"Era inteligente de uma maneira repugnante, tipo sequestrador de bebês."
– Como ninguém notou?
– Porque elas foram retiradas de países de todo o mundo. Não existe uma força-tarefa que cobre os casos de pessoas desaparecidas de vários países, e sabemos que as forças policiais locais não gostam de rescindir o controle. Ninguém encontrou a conexão porque ninguém estava procurando por essas crianças ao mesmo tempo.
Gizelly esfregou os olhos com as palmas das mãos.
– Eu também verifiquei os sites de pessoas desaparecidas, todas as pessoas que mencionaram qualquer uma dessas meninas tiveram suas postagens retiradas e suas contas desativadas.
Gizelly se sentiu tonta por um segundo depois do relato de Gustavo.
– Isso... eu não consigo.
Gizelly se levantou e foi para o corredor, respirou fundo algumas vezes e tentou se recompor. Imagens passaram por sua mente: o grupo de garotas mais recente seria três, elas ainda poderiam ser salvas. Os próximos seriam nove, quem sabe quantos ainda estavam vivos depois de terem sido jogados naquele lago gelado. O grupo em 1997 já teria passado pela última prova, permanentemente afetado pela tortura psicológica.
Gizelly pensou em todas essas coisas e então pensou em Rafaella tendo que sofrer com tudo isso. Seu estômago revirou e ela correu para o banheiro para esvaziá-lo, de joelhos com ânsia de vômito. Ela enxaguou a boca e jogou água no rosto, tentando se acalmar.
– Você está bem? – Gustavo disse quando ela se sentou.
– Você está? – Ela bebeu lentamente em uma garrafa de água.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Linha Tênue
FanfictionRafaella é uma assassina altamente qualificada enviada para matar a princesa Gizelly Abreu e futura rainha de Victory, mas ela irá continuar com isso? Esta história é uma mistura de ação, espionagem, reviravoltas, e uma dose de amor... Como duas ini...