Asas brancas, mas sujas...

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A família Sano era pequena, tinha o avô e quatro netos, pequena.

Os quatro eram bem diferentes, em suas personalidades. Emma era mais nova e também a mais calma e divertida, Manjirou era o do meio mais novo e era o brincalhão estressado da casa, Izana o do meio mais velho e era extremamente competitivo e teimoso, enquanto o mais velho era sensato e medroso.

Mas tinham apenas uma coisa em comum, Hanagaki Takemichi, o anjo da guarda deles.

O primeiro a conhecer o menor foi Shinichiro quando ele era um pirralho, e uma das coisas que lhe chamou a atenção eram os olhos azuis celestiais e as asas daquele anjo, mas sempre achou que fosse algo da sua cabeça e ignorava o máximo que conseguisse.

Até que o Manjirou o viu e enxergou o par de asas, dependendo do humor de um tamanho, como a calma que faziam suas asas serem pequenas, e a raiva que as deixava maiores que seu corpo.

Depois disso foi Emma e depois Izana, que viram o mesmo, mas ninguém mais via, nem o próprio citado, somente a família Sano viu e via as asas.

O Hanagaki era especial pra todos que o conheciam, ele era como o sol que espantava o pior dentro deles todos os dias, e claro ele também era o única que carregava uma energia tão boa e forte que não tinha ninguém que conseguisse falar ou fazer algo ruim na sua presença.

Quando o avô descobriu isso, lhes explicou que de vez enquando, os céus deixavam seus anjos descerem até a Terra com a condição deles protegerem alguém, e somente essa pessoa poderia de ver suas asas, nem mesmo o anjo a via.

O que era bom e ruim, pois ele recebia suas tristezas os protegendo, algumas vezes era como se vissem sangue na ponta daquelas lindas asas.

Asas que quando eles choravam os abraçava e protegia do mundo.

A família então decidiu e prometeu que ninguém machucaria o anjo deles, e assim foi, o Hanagaki os protegendo e eles protegendo o Hanagaki.

Só que no fim, não era isso que os céus queriam, quando todos estavam felizes com o moreno, os céus o levaram de volta.

Em uma noite de chuva, o Hanagaki levou um tiro e morreu nos trilhos de um trem, quando o acharam ele sorria com a boca suja de sangue e sem pulsação.

E desde aquele dia, sempre que o céu estrelado brilhava, algum dos Sano o via, sentado na beira de uma sacada, de um prédio ou de um caminhão, coisas do tipo, usando um kimono branco com detalhes em dourado, as asas grandes sujas de sangue nas pontas, um sorriso calmo e um olhar perdido enquanto mirava a lua.

E nenhum deles jamais superou o fato dele ter se sacrificado por eles, sem querer chorar.


{ Bem triste eu sei, mas eu tava com a história pronta na cabeça então postei 😀
Desculpa e eu não vou pagar terapia, posso m pagar a minha!
Obrigada por ler 💙 ʘ⁠‿⁠ʘ}

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