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𝐐uanto mais tempo você ficava naquela sala de aula, mais um sentimento de ódio crescia em seu peito. Você quase amassou aquele barro estúpido com as mãos, e então, se lembrou de respirar fundo. Assim como o seu irmão havia lhe ensinado anos atrás.
Você não poderia se descontrolar naquele momento, até porque, aquela turma era incrivelmente cheia de alunos, e você não queria que mais pessoas tivessem mais uma impressão ruim de você — por mais que você, de fato, não se importasse, alguma parte de você não queria ser ainda mais mal falada.
O Professor Maynor caminhava entre o pequeno espaço entre uma mesa e outra. Com a postura reta e a cabeça para frente, o homem analisava cada obra com sua familiar expressão arrogante no rosto. Ele revirava os olhos quando encontrava uma obra não finalizada e praticamente humilhava os alunos que não atingiam o nível de perfeição que ele exigia.
"idiota" você xingou mentalmente. A coisa que você mais odiava, eram pessoas com este semblante; Se achando melhores do que outras.
Maynor para em frente a sua bancada, encarando a escultura mal feita e o resto do barro espalhado por vários cantos distintos da mesa. Por um momento, você pensou que ele apenas passaria reto e observaria o trabalho dos outros alunos. E então se lembrou de que se tratava de Robert Maynor.
— Este é seu trabalho, Senhorita Violet? — Perguntou, quase como uma ironia.
— Não está pronto. — Você responde, se segurando ao máximo para não ser grosseira. Afinal, ele era o seu superior.
— E nem começado, como é notável. — O professor debocha, alisando as mechas do cabelo acinzentado para trás. Narcisista desgraçado.
— Isto é porque estamos trabalhando juntos. — uma voz familiar é dita. O seu tom era firme, quase como se o tal também estivesse se segurando para não ser grosseiro com o professor.
— Senhor Yeager. — Cumprimenta o professor com o seu tom arrogante de sempre — Tenho a certeza de que o senhor sabe muito bem que minhas notas serão individuais. Vocês não são uma dupla na minha aula.
— Bom, mas somos amigos. E estamos trabalhando juntos para melhorarmos em nossos respectivos projetos. — ele respondeu rispidamente — Não é porque o senhor não teve nenhum amigo durante a sua vida, que significa que ninguém desta sala também não deve ter.
Maynor fica vermelho de raiva.
— Yeager...
— Fique tranquilo, professor. Nós não estamos fazendo apenas uma obra. Eu tenho a minha caso não tenha percebido, e ela tem a dela. Estou apenas ajudando. Ou isso é proibido?
O professor endireitou sua postura e bufou. Maynor não se deu o trabalho de responder o universitário, apenas se virou de costas e voltou a andar; analisando as outras esculturas dos seus alunos.
