Capítulo 1

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Pov: Regulus

Estava no jardim de minha casa a ler um livro enquanto bebia uma chávena de café.
É bom sair um pouco da realidade que vivemos e sonhar com algo melhor. O Órion (meu pai) estava na empresa a tratar de algumas burocracias, ou a explorar mais algum empregado.
A Walburga devia estar em alguma loja ou fazer reclamações em locais de trabalho ela adora, é o hobbie favorito dela. Sinto pena das pessoas que cruzarem o seu caminho.

Os meus tios não eram melhores.
Querem marcar um jantar em família para arranjarem pretendes para as minhas primas, eles querem ter a certeza que os negócios e o futuro da família vão permanecer da mesma maneira que esteve sempre.
Falei com Andromeda, queria saber a sua opinião e o seu ponto de vista no meio disto tudo.

Ela olhou para mim com a aquele sorriso gentil que só ela sabe dar e disse: "Não há muito para dizer, sabes como eles são, só se importam com a continuidade da importância da família." --- Levantou-se e começou a olhar para o céu através da janela. --- A Bella já tentou argumentar que não precisa de homem nenhum para continuar fazer o que eles querem. Tu sabes o que acabou por acontecer depois disso, não sabes?

Fiz que sim com a cabeça. Sim, eu sabia perfeitamente o que tinha acontecido. Os meus pais também não me dão opção de escolha. É o que eles querem ou sessão intensiva de insultos e tortura.
Entendo que a Andromeda não queria abrir a boca na presença deles depois do que aconteceu com Bellatrix. Andromeda não queria que acontecesse mais alguma coisa com ela ou mesmo Narcisa. As três irmãs eram muito unidas. Se uma queria fazer alguma coisa pensava logo se isso também era benefício para as outras duas. Se houvesse chance de machucar ou entristecer já não o faziam. Protegiam-se umas às outras. Então, depois de tudo o que já aconteceu nesta família de horrores, percebia perfeitamente porque Andromeda não falava sobre o assunto há alguns dias.

Não por ela, é claro. Pelas irmãs. A Andromeda iria pôr sempre as irmãs em primeiro lugar. Ela não se importa de mexerem com ela, agora se for com as irmãs ela fica uma fera.

--- Tu és uma boa irmã, Andy.--- E de facto era. Não só uma boa irmã. Uma ótima amiga. Eu a considerava a minha melhor amiga. Estava sempre lá quando eu precisava. Às vezes gostaria de ser um pouco como ela. Trazer um pouco de luz na vida das pessoas.

--- Reggie...--- Olhei com um pequeno sorriso para Andromeda. Desde pequena que ela me tratava por esse apelido. No começo odiava, mas depois acostumei-me. A serenidade com que a Andy o dizia deixava-o melhor. Eu adorava ouvir o meu apelido a sair da voz dela. Claro, Andromeda era a única pessoa que o podia pronunciar. Não gostava da maneira casual e talvez um pouco rude, quando saía da boca de outras pessoas. Toda a gente que eu conhecia já sabia que não podia pronunciar o meu apelido, senão o que recebiam em troca era um olhar mortal, insultos e em último caso amaldiçoava. Aquele apelido era exclusivamente de Andy.

--- Sim, Andy?--- questionei olhando para ela. Considerava Andromeda a mais bonita das irmãs. De aparência e alma.

--- Eu sei que nunca quiseste tocar no assunto desde aquele dia, mas não posso deixar de me preocupar.--- Sabia o que viria a seguir. Dei sinal a Andromeda para prosseguir com a sua pergunta, mesmo já sabendo que pergunta era.

--- Tu estás bem? Sei que foi difícil para ti o que aconteceu naquele dia. Sabes que podes confiar em mim, Regulus. Irei ouvir-te sem questionar.--- Confiava em Andy. Sabia que ela não iria contar a ninguém o que saísse da minha boca. As confissões que trocamos sempre iriam ficar entre nós. --- Sentes a falta dele, certo? Tu podes não o demostrar, mas sei o quanto ele era importante para ti.

Dei uma volta pelo o quarto e sentei-me na cama de Andromeda. Olhei em volta. Era incrível como cada pedaço daquele quarto cheirava a Andy. Facilmente poderia dizer que aquele era o meu porto seguro. Andromeda aproximou-se e sentou-se também aos pés da cama, olhando para mim com doçura nos olhos, esperando a minha resposta. Pensei na pergunta. Sabia perfeitamente de quem Andy se referia. Sirius, meu irmão mais velho (um ano). Voltei a lembrar-me do dia em que o vi pela última vez.

In the middle of the darkOnde histórias criam vida. Descubra agora