S O L D A D O I N V E R N A L
Esse lugar me sufoca e isso é mais um dos sinais de que eu não estou normal.
Fui guiado pela guarda da base à um local onde eu poderia tomar ar fresco. Consegui achar uma sacada com vista para toda a paisagem do horizonte da ilha, a base é embutida na encosta de uma montanha na ilha, cercada pela mata densa, com céu claro e o mar ao longe.
Eu apoio minhas mãos no parapeito e fecho meus olhos respirando fundo.
Minha cabeça parece que vai implodir, eu não tenho controle do que eu penso ou sinto sobre o que eu vivo e vivi, do meu passado e presente. Eu sei que é por todos os meus lados estarem em conflito e eu não sei o que fazer. Eu sinto dor, mas eu sinto indiferença; eu penso nos Vingadores, mas eu penso na coleira mágica de Miranda sobre mim;
E porra, eu penso em Serena.
Como eu penso, eu penso muito nela.
Parece que quanto mais tempo eu passo com Miranda, mesmo sendo a imagem de Serena na minha frente, menos eu vejo a garota. Parece que a pequena bruxa só existe na minha cabeça, nas minhas lembranças. O conflito na minha cabeça me faz pensar que eu faria de tudo pra trazê-la de volta, mas uma coisa começa a me sufocar de dentro pra fora, como um arrepio ardente e horripilante percorrendo a minha pele que me leva a subserviência à Miranda.
Eu não passo de uma marionete.
Engulo em seco, e penso no que estou fazendo aqui, servindo como Soldado Invernal e no que aconteceu agora.
A voz da mulher chamou logo a minha atenção e eu sabia o que era, isso me assombra todo santo dia. A voz de Maria Stark.
Eles mostraram o vídeo do assassinato dos pais do Tony e Miranda teve a coragem de perguntar como ele conseguia olhar pra mim.
Stark perdoou o imperdoável, sendo que eu na maioria das vezes é que não consigo olhar pra mim. Eu me odeio. Me odiei por quem eu era e tudo que eu fiz durante muito tempo, tive que descer até o mais íntimo dos meus temores e traumas pra superar e me livrar de tudo isso, pra em um estalar de dedos eu estar de volta à essa posição de arma e soldado novamente, com esse jugo nos meus ombros novamente.
E eu sei que não deveria estar sentindo isso. Eu não sentia antes e agora eu sinto tudo, apenas não consigo fazer nada sobre.
Eu não sei o que vou fazer ou sentir quando tiver sangue nas minhas mãos de novo, e o pior, se eu tiver sangue dos Vingadores nas minhas mãos. Ela vai me quebrar pra sempre.
Me recosto sobre meus antebraços no parapeito de concreto e apenas olho para o nada, tentando desanuviar a minha mente. Um segundo que seja de paz já seria suficiente. Na verdade, eu preferia morrer.
Porque ela não podia só me matar? Seria muito melhor.
— Bucky? — A voz ressoa.
Que inferno.
Me viro no automático para a porta estreita dessa sacada e Miranda está nela me olhando curiosa.
— O que está fazendo? — A bruxa pergunta.
— Tomando ar. O que você está fazendo? Se precisava de mim era só mandar me chamar. — Eu falo no automático como um soldado obediente.
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Serena: A Nova Bruxa dos Vingadores
FanfictionEm uma missão de reconhecimento local, os Vingadores acabam achando uma tumba nas profundezas do Iraque, uma catacumba escondendo um tesouro. Uma mulher, presa em sono profundo por milênios. Agora, em posse de uma relíquia e segredo global, nossos...