Talvez...?

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Angéle

Quase uma semana se passou e eu... eu estou aqui. Sou uma de quatro calouros.
Vim pra cá há três dias e essa escola é incrível, o alojamento é enorme e tudo é muito... calmo. Tem uma energia gostosa.
Megumi está me ignorando - ou sendo ele mesmo - desde que eu entrei aqui, percebo alguns olhares... mas nada é muito claro. Já Itadori... ele tem sido super gentil. Ele é fofo e engraçado.
Fushiguro é bonito, parece ser emo, sei lá, ele não é nenhum pouco receptivo e eu não insisto muito... Gojo até tenta forçar uma amizade entre nós, e funciona, já que nos juntamos pra encher o saco do Satoru até que ele desista. E é claro que Itadori sempre está do nosso lado, ele é o completo oposto, completamente receptivo.
Acredito fielmente que amizades tem que surgir, não é certo "forja-las". A minha amizade com Itadori já surgiu, mas não estou muito habituada, parece que ele comeu um dedo podre e agora ele tem uma maldição dentro dele.

Nossos dormitórios são bem próximos uns dos outros e às vezes, coloco uma música e canto gritando, é algo quase que inevitável. Talvez Megumi me odeie por isso, eu sei que Itadori gosta, já que ele é tão barulhento e caótico quanto eu.

Liguei um clássico: "Paranoid, black sabbath". Dessa vez eu não gritei... Fiquei desenhando algumas coisas, dentre elas, um cara esquisito que apareceu nos meus sonhos, peguei o lápis e não dava pra parar de pensar no quão nitido tudo foi eu me lembrava do seu rosto, do seu toque com uma riqueza de detalhes impressionante. Ele lembra o Fushiguro, mas tem uma cicatriz na boca e parece ser bem mais velho.
Ele era tão... bonito. Segurava uma espada, mas apesar de tê-lo encontrado fazendo um massacre, ele... ele correu pra me abraçar.

Foi inúmeras vezes mais vívido do que os meus sonhos... foi quase que como uma visão. Eu me lembro da sensação do abraço quentinho dele, dele limpando os resquícios de sangue do meu rosto.
Lembro de estar em pânico, não sei se era um pânico causado porque ele me dava medo, mas assim que ele me abraçou, eu me senti bem... Foi como se eu o amasse.
Essa sensação gostosa de abraçar ele, de sentir que estou abraçando alguém que eu amo foi a coisa mais viciante que eu já provei... Seu cheiro ficou impregnado nas minhas narinas, seu toque parece ter marcado minha alma...

Retorno pro mundo real ao ouvir batidas na porta... O Gojo? Não... ele é evasivo, ele abre a porta (ou tenta abrir). Desliguei a música e fui abrir a porta, minhas sobrancelhas levantaram... De surpresa. Era o Fushiguro.

- Atrapalho? - ele perguntou. O que esse emo faz aqui?

- Não... Quer entrar? - perguntei num impulso, e ele entrou. Meu quarto estava bagunçado. Completamente. Ele estava julgando, eu sabia.
Tinha pincéis e aquarela em cima da mesa, também tinha papéis no chão. Estava um completo caos. É que eu não me torno amiga dele...
As paredes tem posters de animações, bandas e artistas que eu gosto, desenhos meus, e algumas telas que eu tentei pintar.

Sinceramente, até agora a parte mais fácil foi o diretor, aquelas coisinhas fofinhas que ele faz ganharam meu coração. Quando disse que gostava de não me sentir esquizofrênica, eu fui aprovada.
As aulas daqui não são convencionais, e como uma boa sedentária, até minha alma está doendo por conta das lutas e dos milhares de exercícios físicos, corridas e tudo que uma escola que também ensina taijutsu oferece. E olha que só tive dois dias de prática.

- Seu quarto é... - ele pareceu pensar num adjetivo não ofensivo. Ele parece ser todo organizado.

- Um caos? - ele riu da forma com que eu completei sua frase.

- não é isso que eu ia dizer...Ele é bastante... - novamente, procurou as palavras certas. - você. - eu desviei o olhar, era constrangedor alguém que eu nem conheço direito ver meu quarto, meus desenhos, minhas poesias... Isso é quase que minha alma.

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⏰ Última atualização: Mar 09, 2023 ⏰

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Choices, baby - Satoru Gojo e Toji Fushiguro × reader [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora