Único. :D

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Uma garota encontrava-se cansada, em cima da cama. Os roxos olhos, que olhavam a paisagem fria e nublada através da janela, desejavam descanso, fechando de vez em quando. O arrependimento de ter ficado no frio transbordava em seu corpo, assim como o resfriado.

Porém, ao ver o ruivo junto com a mesma, próximo a sua face, com os seus olhos no tom vinho encantando a garota, ela esquecera que estava gripada.

Ó, doce frio do inverno...
Por quê me afetou
Deixando-me gripada e,
Provavelmente, sonhadora também?

.
.
.

Já na cama, Kanao reenconstou a cabeça no travesseiro, soltando um suspiro cansado e leve. A garota acordara completamente cansada, sentindo o peso do resfriado pelo seu corpo. Um incômodo leve a atingiu no nariz e...

– Achoo! — espirrou Kanao, colocando as mãos na boca — Desculpe, Aoi...

– Sem problemas... Mas, puxa, Kanao! — resmungou, tirando a mão da testa da amiga — Febre... — sussurrou para si — É, você está doente mesmo. Eu avisei você e as meninas. O-ou melhor, a Shinobu nos avisou! 

Shinobu nos avisou..., pensou Tsuyuri.
Ela havia mesmo as avisado, dizendo:
"Não fiquem lá fora, meninas. Está um frio imenso e não quero ninguém doente!", acompanhado do sorriso gentil que sempre fizera.

Mas, Kanao sempre amou o frio. Não pôde resistir a vontade de ficar ao lado de fora, observando os flocos caírem do céu e o ar gelado tomar conta do seu corpo. A jovem sempre se encantou pela paisagem nublada, mesmo que no passado, o frio a machucava. Só de pensar na chuva fresca atingindo a terra, os flocos do inverno caindo e um chá quentinho em mãos...
Existe sensação mais calma?

Não.
Não para Kanao.

– Bem que a Shinobu poderia me dar uma ajudinha de vez em quando, né? — Aoi continuou a reclamar, abafando os pensamentos da 3° borboleta como pó em cômodos — Afinal, ela foi quem me ensinou como cuidar dos caçadores.

De repente, certa culpa entrou na consciência de Tsuyuri. A mesma baixou o olhar, insegura. Como se já não bastasse os outros caçadores estarem doentes, Kanao estava dando mais trabalho à Aoi.

– Portanto, você é quem está encarregada de cuidar de mim... Desculpe. — Kanao sussurrou.

Kanzaki se aquietou, fazendo a borboleta sentir seu olhar sobre ela. A insegurança a aprofundou na cama, encolhendo-se como Nezuko.

– Não. Tudo bem. É que esse é um dos deveres dela, Kanao. Foi da boca pra...

– Voltei! — a doce voz de Mitsuri ecoou pelo quarto, revelando seus cabelos rosados e suas pontas verdes como o mato. A mesma se aproximou das jovens com uma bandeja em mãos. Apontou uma xícara para a gripada  — Eu trouxe chá. Tome, Kanao.

Tsuyuri segurou a xícara e bebeu; o gosto do limão espalhando-se em sua boca. Agradecida, a mesma desviou o olhar da amiga e observou a forte chuva pela janela. As folhas das árvores balançavam com força, formando sons da natureza, enquanto os flocos ainda caíam sob a terra úmida.

– Ei, e para mim? Não tem? — Kanzaki questionou, levantando uma das sombracelhas de forma brincalhona.

– Claro! Eu trouxe um de Camomila pra você. Ouvi dizer que ajuda a acalmar os nervos. — Mitsuri soltou uma risada — Vou oferecer para o Inosuke mais tarde.

– Tanjiro agradece. E eu também! — Aoi afirmou, bebendo o chá calmamente — Hm... Aquele cabeça de javali inútil não deixa ninguém em paz até quando está doente!

Resfriado. - Tankana Onde histórias criam vida. Descubra agora