CAPÍTULO 12

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MAYA CARRINGTON

Uma semana havia se passado desde todo o ocorrido com o meu avô. Depois de quatro dias, eles deram alta para ele e o diagnóstico dele havia saído. Não era um resultado bom, o que acabou ainda mais comigo, mas eu precisava ser forte por ele. O tumor era maligno e estava se desenvolvendo mais rápido que o esperado, então ele começou logo com os tratamentos, mas não precisou ficar no hospital para isso. Meu avô era sem dúvidas a pessoa mais forte que eu conheço, por isso eu coloquei toda a minha fé e esperança que ele vai sair dessa, e eu espero não me decepcionar. Ele mantinha o sorriso no rosto e a gentileza dele em dia, os resultados dos exames e tudo que os médicos falaram não parecia ter abalado ele nenhum pouco, já que ele estava levando a vida como se estivesse 100% bem, mas não estava.

Quando as crises atacavam era sempre a pior parte. Eu não durmo direito desde que saímos do hospital, não consigo relaxar, porque tenho medo de algo acontecer com ele e eu não ver, o que tem resultado em bastante olheiras e uma falta de disposição enorme. O café tem sido meu melhor amigo nos últimos dias, e eu mudei totalmente a minha opinião sobre o mesmo, era tão necessário quanto a água. Quando saímos do hospital, a conta não havia ficado barata. Mas a família Cameron me ajudou, bancando absolutamente tudo. Eu não me sinto confortável em aceitar, afinal, eu tinha que dar conta, mas como as coisas ainda estão apertadas, eu não tive muito para onde correr. Eles pagaram o tempo em que ele ficou no hospital e tudo o que ele iria precisar para os tratamentos, o que me surpreendeu bastante.

Mas eu não vou deixar ser de graça, eu vou devolver esse dinheiro a eles, por isso, nesse meio tempo, eu tive que arrumar outro emprego. Eu conversei com o senhor Cameron, e por conta dos últimos acontecimentos, nós chegamos em um consenso sobre os dias em que eu seria babá da Wheezie. Eu ficava com ela de segunda a quinta, e sexta, sábado e domingo, eu trabalhava no "bar" do avô do Topper. Aquele lugar era enorme, tinha praticamente o mundo lá dentro, mas eu ficava apenas no bar, anotando pedidos e servindo as mesas, e eles pagavam bem para isso, então eu não podia perder essa oportunidade. Hoje era sábado, um dos dias mais corridos para trabalhar lá, e eu não estava tão bem, já que não dormia e nem comia direito há dias, mas não podia me dar o luxo de não ir.

Eu tinha acabado de sair do banho e estava me trocando para ir trabalhar. Sábado era o dia em que eu pegava o turno da noite, ou seja, o que resultava em muitos kook's idiotas e que gostavam de falar e fazer gracinhas vez ou outra, o que era extremamente insuportável. Eu optei por usar uma calça skinny preta de cintura alta, uma regata cinza e meus coturnos pretos. Fui obrigada a passar um pouco de maquiagem, já que eu estava mais pálida que o normal e minhas olheiras estavam bem aparentes, então tentei esconder um pouco disso. Outer Banks não estava tão quente como de costume hoje, o clima estava agradável, até um pouco frio, para falar a verdade. Peguei uma jaqueta também preta e coloquei, pegando minha bolsa logo em seguida e indo em direção a sala.

Quando eu trabalhava no turno da noite, a mãe do Pope cuidava do meu avô até eu chegar, ela era uma pessoa incrível e tanto ela, quanto o senhor Heyward gostavam muito do meu avô e também estavam me ajudando bastante com ele. Meu avô estava na sala e ela também. Os dois estavam sentados no sofá conversando, e ela ria bastante das bobeiras que meu avô falava. Era impossível ficar triste ou entediado com ele, ele conseguia te alegrar até nos seus piores dias e eu me sinto muito sortuda por ter ele como avô e poder aproveitar ao máximo a companhia dele. Assim que eles percebem minha presença, voltam a atenção para mim.

— Já está de saída, pêssego? — meu avô pergunta, fazendo o mesmo drama de sempre quando eu precisava trabalhar a noite.

— Sim, vovô. Mas você está em ótimas mãos, nem vai sentir minha falta. — caminhei até eles, dando um beijo no topo de sua cabeça e cumprimentando a senhora Heyward.

PARADISE ON EARTH - Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora