Capítulo 2

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Merle D.


Faz mais o menos dois dias que eu saí da cadeia, dessa vez fui preso por agressão, mas não foi por conta de nenhuma droga ou briga da bar.
Tinha saído a mais o menos três meses,tinha acabado de sair da cadeia, que fui preso e nem me lembro pelo que, mas enfim eu estava de boa, não tava me drogando e nem entrando em brigas, fiquei limpo por um mês caralho, isso foi até Leo chegar machucada da escola.

Eleonor é minha irmã mais nova, ela junto com o Daryl são minha família, e ninguém meche com a família de um Dixon sem ser um Dixon, assim que ela pisou em casa e eu vi sua bochecha inchada, seu olho roxo e um pedaço de papel toalha no nariz para estancar o sangue,senti uma raiva fora do normal, eu apaguei, só tenho flechas de lembranças estar em cima de um menino loiro com cara de mimado mais o menos na idade da leo, o garoto tava com a cara roxa e cheia de cortes, me lembro da minha mão doer a cada soco que eu dava nele, até senti alguém me puxar de cima dele e logo depois quando fui recobrar a consideração já estava dentro da viatura novamente com minhas mão totalmente fudidas e algemadas.

O resto foi como todas as outras vezes, eu ficava um ou dois meses, no máximo três preso, aí vinha o Daryl com a fiança e me liberavam, não sabia de onde ele tirava aquele dinheiro e nem me importava.

Mas dessa vez eu tomei do cu, Daryl e Eleonor brigaram feio comigo, me chamaram de irresponsável e tudo mais, e eu não tiro a razão deles, eu sei que sou, eu deveria ser o exemplo para os dois, mas o que posso fazer? Sou Merle Dixon, o merda dos merdas, mas dessa vez eu tenho que mudar pelos dois, a Leo tá quase de maior e não vai ser bom eu perder mais anos da vida da caçula da família.

Mas logo depois desse sermão, a Leo teve que ir para a escola, então eu e Daryl pegamos algumas cervejas e entramos na floresta para caçar e relaxar.

-„-

Estamos no meio da floresta, aqui é tranquilo, não tem barulho além do canto dos pássaros, e isso me relaxava. Eu ainda estava sóbrio, mas já podia ver a cara do Daryl meio rosada, nada fora do normal, continuamos a caçar mesmo quando a cerveja acabou,viramos a noite e quando vimos já era de manhã,pegamos 12 esquilos e 6 coelhos, hoje a cassada da fraca então decidimos que tava na hora voltar, quando estamos na mata não conversamos muito para não espantar a caça então eu apenas amarrei os animais pela pata com uma linha de náilon fina e joguei mas costas.

Estávamos voltando quando do nada sinto uma dor dos infernos na minha barriga,pensando que era por conta da cerveja quente e a falta de comida olhei para trás para falar com Daryl e vejo o desgraçado caído e a Crossbow sem a flecha, olho para meu estômago e vejo a bendita cravada ali, o sangue quente sujando minha blusa favorita e uma dor insuportável , olho de novo para Daryl que estava me olhando igual uma mariquinha.

—Caralh..—Desse momento eu já não me lembro de muito, eu tava perdendo a consciência pela dor, caralho que ódio,que sorte da porra em Merle.

Recobrei a consciência em alguns pontos do caminho, mas já estava bem acordado quando chegamos na entrada do hospital, devia ser entorno das 6 da manhã pois o sol não estava tão quente quando entrou em contato com a pele do meu rosto quando Daryl me tirou da camionete e me levou a entrada.

Daryl me apoia até a recepção, e enquanto ele gritava com uma enfermeira baixinha com cabelo marrom eu estava quase desmaiando de novo quando uma mulher com a roupa dos médicos do hospital e a pele bronze chega, ela devia ser médica pela forma que estava agindo tão autoritária, isso a deixava bem sexy mesmo sendo o completo oposto das mulheres que eu costumava pegar.

Daryl me ajuda a me sentar na maca que ela havia o levado e lá estava eu, mal para caralho sendo tratado por uma médica gostosa pra porra. Ela perguntou meus dados para o Daryl e o filho da puta esqueceu meu tipo sanguíneo.

—Negativo,eu sou B-.— Ela volta a anotar na prancheta como se eu não estivesse desfalecendo aqui na frente dela.— Porra da para me costurar logo caralho?.— Eu não queria ser grosso com ela, mas puta que pariu, tem um homem sangrado aqui caralho.

Encosto minha cabeça no travesseiro fechando os olhos e logo sinto alguém tocar em mim, abro os olhos para olhar ela, e já tirando minha blusa ela diz.

—Com licença senhor Dixon— Mesmo sendo fria pra caralho ela estava tomando cuidado para não me machucar mais enquanto cortava minha blusa, eu tentei me segurar mas não me aguentei.

—Ce'for uma gata que nem você pode fazer o que quiser comigo.— Disse num tom com malícia mas fui completamente ignorado, pelo visto achei a rainha do gelo.

O resto foi até tranquilo, mas eu não podia perder a oportunidade de encher o saco do Daryl, fiquei reclamando dele e ele ficou ali com aquela cara de cachorro chorão, quase chorou quando viu a flecha ser cerrada pela doutora.

—Senh..

—Assim ce' me faz me sentir velho Doc —Falo com uma mão no peito num falso tom ofendido, mas sou ignorado, mas mesmo ela sendo fria gosto tentar irritar a caixinhos negros.

—Como eu dizia, senhor Dixon, o senho deve trocar o curativo duas vezes por dia e na próxima semana o senhor deve voltar para uma avaliação.—Ela arranca o atestado com tudo e me entrega.— E não se esqueça de lavar com soro e nada de se esforçar muito, pode soltar os ponto, e se isso acontecer volte para fazê-los de novo.

Em quanto ela falava isso eu não pude perde a oportunidade de olhar essa beldade. Cheguei a algumas conclusões, tenho certeza absoluta que ela é estrangeira, é branca, mas tem a pele bem bronzeada de sol, tem os cabelos cacheados pretos mas não dá para ver o tamanho já que tá num coque meio rabo de cavalo, ela tem o rosto um pouco arredondado mas não gordo, sua feição é toda delicada, ela era baixinha, estaria sendo generoso se desse 1,65 para ela,tenho certeza que seria facilmente confundida com uma adolescente se não estivesse com o uniforme do hospital.

Mas saio dos meus devaneios quando percebo ela me olhar também, e logo virar o rosto ficando corada.

—(Hum,fofa)— Dou uma risada anasalada pensando enquanto ela já estava saindo meio envergonhada, mas como já tenho alta segundo a doc... Porra esqueci o nome dela, vou perguntar assim que chegar na recepção.

Daryl me ajuda a me levantar e me levar na recepção para assinar alguns papéis, assim que termino Daryl vai do outro lado pagar, nessa porra de país nada é de graça, mas eu não perco a oportunidade e já chamo a enfermeira que Daryl tava' gritando mais cedo, ela chega perto relutante.

—É Esther né?— ela confirma meu chute—Esther pode me dizer o nome daquela médica que me atendeu? —Ela fica com uma cara de confusa mas logo percebe de quem eu estava falando.

—A Gonzalez não é médica, ela está no último semestre de medicina,ela é interna.— fiz com que entendi e ela continuou.— O nome dela é Amabell Gonzalez Rebeiro.—Ela faz uma pausa olha do para os lado vendo o enfermeiro que estava com ela atendendo meu irmão, então se vira para mim e sussurra.— E se estiver curioso ela está solteira.—Ela me deu um sorriso e eu retribui agradeço.

—Obrigado Esther, e desculpa meu irmãozinho por mais cedo ele só tava' preocupado.— Ela me dá outro sorriso e logo Daryl chega perto e encerramos a conversa, vamos para o carro, assim que saio pelas portas do hospital percebo que lá dentro era frio pra caralho, e dali vamos direto para casa.

Chegando em casa não fico muito, Daryl foi dormir e eu logo peguei a chave da camionete e uma camisa e fui para a escola da Leo buscar ela,ela nem deve ter sentido nossa falta ontem de noite pois saiu me abraçando forte, eu reclamo por conta da dor.

—Preocupa não, foi o marica do nosso irmãozinho que sem querer atirou em mim, e antes que surte já fui costurado.—Corteu ela de vez antes que comece o showzinho.

No caminho de volta paro no supermercado e compro um fardo de cerveja,e sem enrolar muito já estamos em casa, eu saio da garagem enquanto Leo pega a bolsa e a maquete dela, paro na varanda de frente para a porta e me sinto observado, olho para o lado e vejo a Doc ali me olhando surpresa, a logo fica vermelha e entra as pressas.

—(Como nunca reparei que a minha unica vizinha é uma tremenda gostosa?, Puta que pariu isso facilita muito minha vida)— Penso já entrando dentro de casa e pondo a cerveja na geladeira, vou direto para o sofá e menos de um minuto eu apago pensando na morena.

Entre Dixon's - {Merle Dixon}•Reescrevendo•Onde histórias criam vida. Descubra agora