Por Que Deus?

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— Estou te esperando lá dentro — Meu tio disse enquanto saia do carro

Assim que entrei, guardei meu material, tomei um banho e vesti outra roupa. Não deu nem cinco minutos que eu tinha acabado de vestir a roupa eu senti meu tio atrás de mim. E pelo volume que senti em meus glúteos, ele estava nú e ereto.

Trinta minutos depois

Cá estou eu. Ensanguentada, com dores, hematomas e chorando neste chão gélido.

— Tome um banho e se vista. Quero que você faça o almoço hoje — Ouvi meu tio dizer

— Uhum — Foi o que consegui dizer, ou melhor, emitir

Tomei outro banho e troquei de roupa novamente, pois a que eu estava antes se perdeu em meio ao sangue no chão. Peguei alguns produtos e fui limpar o sangue que estava no chão e o cesto para por as roupas para lavar

Com tudo já limpo e sem um rastro, algo que meu tio me ensinou a fazer sempre que ele fizesse isso comigo, fui fazer o almoço.

Enquanto fazia o almoço, senti meu tio dar um tapa em minha bunda. Segurei o máximo do choro possível, apenas deixando escapar uma lágrima

— Se estiver ruim farei você de almoço — Após ele dizer isso, deu uma risada nasal

Terminei de fazer o almoço e coloquei os pratos na mesa. Durante o almoço todo, ele passava a mão por dentro da minha calça ou por dentro da minha blusa.

Assim que terminamos o almoço eu fui lavar a louça. E outra vez ele ficou colocando sua mão dentro da minha blusa. Quando isso irá parar Deus?

Quando terminei de lavar a louça, ele me puxou para seu quarto e lá dentro fez isso novamente.

Quando ele finalmente acabou, eu fui tomar outro banho, lavar outra roupa e vestir outra roupa.

— Irei sair. Não me espere — Como se eu fosse espera-lo.

Assim que ele saiu, me deitei na minha cama, tranquei a porta do quarto para ele não entrar, - o que não adiantaria pois ele tem a chave - e dormi. Dormi como se não dormisse a um mês, pois quando fui dormir eram 18:47 e só acordei às 05:30 com o despertador tocando. E ainda acordei com sono

Sai no quintal para pegar minhas roupas, e lá encontrei meu celular que ele destruiu quando descobriu que eu tentei denuncia-lo, e ainda esfregou na minha cara que eu não passava de uma puta que só satisfazia os desejos dele.

Peguei minhas roupas e fui tomar um banho. Já pronta peguei minha mochila e sai de casa, indo em direção à escola.

Pelo caminho encontrei uma delegacia a qual ele quase me matou quando chegamos em casa quando outra vez, tentei denuncia-lo.

Tenho medo dele pois mesmo com todas as provas, os policiais da minha cidade ainda aceitam dinheiro em troca da penitência.

Cheguei na escola e fui direto para minha sala, para não cruzar com Kamilla. Uma garota que tinha sua vida em fazer bullying comigo, apenas por eu ser lésbica.

— Bom dia turma — Sai de meus devaneios quando a professora de matemática adentrou a sala, e deu bom dia a todos

— Bom dia — A turma inteira responde em uníssono

Essa aula passou, e foi muito mais chato que imaginei

— Bom alunos, por hoje é só. Lembrem-se dever de casa é livro página 23 á 27. Bom final de semana — Ela disse e se retirou. Logo após ela sair entrou a professora de geografia. E eu queria chorar e gritar, mas não podia

— Bom dia turma. Hoje não teremos aula em escrita e nem em leitura. Hoje teremos aula de imagens e conversa — A professora disse e naquele momento eu só queria chorar mais

Aquela aula se passou, dolorosa e chata

— Bom dia 9º ano — A professora de inglês disse e entrou

Outra aula chata se passou e começou a aula de ciências. A que eu mais adoro

— Bom dia turma — A professora de Ciências disse e entrou na sala

Eu gosto da aula dela porque ela sempre conversa com os aulos. Ela é tipo uma psicóloga dentro dessa sala

Ela veio se aproximando de mim até chegar bem pertinho e disse:

— Heloà você está bem — Ela perguntou bem baixinho, para apenas eu e ela ouvirmos

Naquela hora eu queria correr, gritar, chorar, mas não podia. Por que deus?

Continua

Entre Mil Motivos Para Morrer, Meu Único Para ViverOnde histórias criam vida. Descubra agora