Capitulo 1

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Todo o castelo desmoronava lentamente, os gritos da cidadela era terrível. Todos berravam, corriam para se salvar, mas nós 10 estávamos lá parados, admirando o nosso maior pesadelo cair aos nossos pés... nós teríamos feito o melhor roubo da história dos 3 reinos ja contados.

Estar no meio de milhares de ricos e vendedores já era uma coisa normal para mim, eu ia na feira de Sirius quase toda semana.
Roubar já tinha se tornado um hobby ou até mesmo um vício. Roubava sem parar.
No começo era só pra conseguir coisas básicas pra minha mãe, mas depois começou a ficar vicioso. Eu percebi que era boa naquilo e eu gostava daquilo, então logo me tornei umas das melhores.

Estava admirando minha próxima vítima. Ele era alto, tem um jeito meio desleixado e metido, seus cabelos cacheados e negros batiam a altura dos olhos. Os olhos verdes esmeralda
brilhavam, um olhar inocente, e uma boca muito vermelha, aparentemente carnuda.

Desvio o olhar, bosta, bosta, eu estava olhando pra ele, pra boca dele... Agora eu fui notada, DROGA!
Continuei em frente, não podia me distrair, o aniversário de Vicente estava chegando, teria que dar um presente minimamente bom.
O garoto  estava rodeado de guardas, provavelmente ele era rico, então, teria que causar uma distração, teria que atraí-lo para o beco.

Fogo, essa é a solução dos meu problemas. Eu causaria fogo assim todos entrariam em desespero, e logo os guardas teriam que o tirar dali.

Uma barraca de tecidos foi a vítima, um homem um pouco velho e careca já me olhava estranho, ele sabia que eu estava tramando algo. Logo acendi meu isqueiro, em pouco segundos o fogo se alastrou. Todo gritavam e corriam pra tentar parar o fogo.

Eu o perdi de vista, droga, droga!
Achei! sozinho... bestas. Como deixam o garoto sozinho ?

- Nem tente. - Ele estava de costa, como teria me visto ? - esse fogo vai causar prejuízo para meu pai.

- Eu não me importo! - Eu disse chegando mais perto. Seu cheiro era forte e doce...

- Por que fez isso ? - agora ele virará pra mim, seus olhos verdes esmeralda me analisavam.

- Dinheiro. Não é por isso que fazemos tudo o que fazemos ?

- Eu não faço nada por dinheiro. - Ele disse tão convencido que me deu ódio, não sei porque ainda me impressionava, ele só é mais um riquinho idiota.

- Claro, você já tem dinheiro demais - Meu sangue fervia, todos os ricos não se importavam com a gente, nos éramos os descartes deles. - vamos acelerar o processo... você me dá o que eu quero e eu vou embora.

- Não.

-Não ?

- Não.

- Como assim, não ? - Minha indignação era nítida.

- Eu não sei o que você quer. E você tá destruído minha querida ilha com seu fogo.

- Quem disse que fui eu?

- Parece que foi você - Um sorriso debochado saiu em seus lábios. - Por que eu te daria algo ?

- Porque estou pedindo educadamente - fiz uma leve reverência. Seus olhos me analisavam calmamente e atenciosamente.

- Certo! Te dou o que voce quer, mas terá um preso. - Seu sorriso agora era malicioso.

- Qual ? - Nem deu tempo dele pensar, saí correndo com todas as suas joias.
Eu disse que era uma excelente ladra.
Olhei pra trás, ele parecia surpreso, desapontado... mostrei suas joias, a raiva tomou sua expressão.

Virei a rua do Porto, meu navio ficava meio afastado dos outros, ele era grande, mas nem tanto, o bastante para fazer altas festas. Ele estava meio acabado, sua tinta estava saindo e as letras falhas diziam "Infinito e Além"

- Onde estava ? - Vicente estava deitado no chão do navio.

O cheiro de peixe me atordoava, mas o cheiro de cigarro que Vicente fumava tirou um pouco do cheiro de peixe.

- Na Feira. - Joguei o bracelete de ouro no seu colo.

- Mais um visitante ? - Seus olhos mel brilhavam enquanto olhava para o bracelete

- Éh, mais um riquinho idiota. - Vicente me analisou, surpreso.

- Estranho... Fiquei sabendo que tem alguém novo na ilha. - Vicente e suas fofocas...

- Sério ?

- O nome dele é Steve, parece que a família dele é lorde de alguma ilha no norte de Alnitaka.

- Steve ? Ele está no castelo ?

- Aham. - Ele ainda analisava atentamente o bracelete.

- Viu a Zoe ?

- Não. Ela me disse que teria que ficar no bar hoje.

- Certo... tenta não perder, da pra fazer muita coisa com ele. - eu disse saindo

A ilha é particularmente grande, então o bar da família da Zoe fica em torno de uns 3km do Porto.

O cheiro lá dentro era forte, um cheiro amadeirado e trigo. O cheiro de cerveja predominava.
O lugar era particularmente sujo, mas muito bem organizado, seu formato era um "Z" de "Zoe".

- Oi - ela me olhava atentamente

- Oi, vim te pedir desculpas... - Me sentei na mesa onde ela está limpando - Não deveria ter gritado e te xingado ontem.

- Eh, não mesmo.  Você foi bem escrota, Elle.

- Desculpa.

- Tá. - Ela me olhava meio tristonha - Eu te perdoo desta vez. - um leve sorriso saiu em seu rosto.

Um barulho fez eu me assustar.
Alguns guardas entraram e logo foram se sentando, Zoe foi atende-los. Eles gritavam e cheiravam muito mal... algo como fumaça.

- Os maiores lordes estão vindo pra cá - Disse um deles - Algo estranho aconteceu no Castelo.

- Ouvi falar que um ovo de dragão foi achado. - O outro disse - Na parte de baixo do castelo, onde a antiga rainha ficava...

- A rainha Meriti ? Ela não era louca ?

- Ela era! Foi por ela que começou os boatos de dragões, ela dizia que tinha dragões. - Todos riram

-Falam que realmente existiu e que ela e os dragões queimaram os tres reinos - O mais magro disse com um olhar assustado

- Cale a boca - Um deles disse - Óbvio que é mentira, dragões não existem e nunca existiram. Ela era louca - Ele disse como se tentasse se convencer daquilo

- E o ovo que acharam ?

- Provavelmente uma pedra que ela mesmo fez, para alimentar sua esquizofrenia. Aliás se for um ovo de dragão mesmo, ele já morreu, Meriti viveu a mais de mil anos atras.

Eu ouvia tudo atenciosa mente. A história de Meriti me fascinava...

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