Cap. 25

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Dominic narrando 

Acordo mais tarde que o normal. Ou melhor, levanto. Pois acordado já estou a tempos. O motivo de eu permanecer na cama mesmo estando acordado por horas, é o mesmo motivo de eu ter acordado tão cedo há horas atrás. 

Ela. 

Sempre ela. 

E não estou falando da Lily, a suposta mulher que estou saindo. Afinal, ela não existe. É patético, mas é verdade. 

Estou falando de Lola, a mulher pelo qual sou profunda e verdadeiramente apaixonado. E que me faz tomar muitas atitudes estúpidas, como inventar uma namorada, e eu não tive nem a capacidade de pensar em um nome que não tivesse a mesma inicial e quantidade de letras que Lola tem. 

Mas passou. Já fiz. Não vou desfazer. Ela pareceu acreditar e isso que me importa. 

Não tomei essa atitude para gerar ciúmes ou algo do tipo, não agiria de maneira tão infantil. Mas fiz por mim, eu precisava disso. Não de uma namorada falsa, não mesmo. Mas afastar Lola. 

Eu nunca a esqueci, nunca a superei ou deixei de sentir tudo que disse que sentia por ela na viagem para Bali anos atrás. Eu só precisava ficar longe e fingir. Funcionou por um tempo. Mas quando descobri que Alec estava doente e piorando cada vez mais, não pude abandonar meu amigo.

Mesmo que isso significasse conviver com a mulher que eu era - sou - apaixonado. Vendo-a todos os dias, casada e mãe, apaixonada por ele. 

Eu tinha outras prioridades na época. Meu melhor amigo estava morrendo. E independente de tudo que possa ter acontecido entre nós, eu sempre o amei como um irmão. Foi fácil lidar com Lola. Pois estava sendo muito difícil lidar com Alec partindo aos poucos. 

Quando tudo aconteceu. Ficamos por uns meses com Lola. Todos nós. Sophia, Gaby, Nicolas e eu. Mas uma hora a vida teve que andar e aos poucos nos afastamos dela. Eu fui o primeiro. Inventei muitos trabalhos e compromissos em NY e disse que precisava ir. Eu realmente tinha compromissos, mas não precisava ir. Todos os dias me arrependo de te-la deixado, mas estava sendo demais para eu aguentar. 

Eu simplesmente não tinha forças para aquilo tudo. Lola tão triste, depressiva e inconsolável. Eu espero que ninguém nunca, na vida, precise ver a pessoa que você mais se importa no mundo passando por tanta dor. E você simplesmente não poder fazer nada para ajudar. Nada. Eu era um ninguém ali. Um fraco, incapaz. Odeio me sentir assim. 

Precisei ir. Continuei dando suportes pelo celular. Mas cada vez menos.. eu sabia que ela não precisava de mim. Mas mesmo não estando presente, eu sempre fiz questão de fazer parte da vida de Lola. Sempre acompanhei tudo que ela fazia. Sua vida. Suas apresentações. Suas músicas. O crescimento da sua filha. 

ah, Faith... 

Eu sabia tudo da vida de Lola, menos que ela havia se mudado para a minha cidade. 

Quando a vi aquele dia.. parecia como um sonho. Ou uma cena de filme. Ou um livro de romance bem clichê e trágido, essas coisas. Eu simplesmente não sabia como agir. Eu já a havia visto desde quando estava no palco. Também não tinha como não nota-la. Estava deslumbrante, num vestido vermelho e seus cabelos ainda mais loiros e compridos, mas estava triste. Com um semblânte entristecido. Eu não fazia ideia de que data era até conversar com ela mais tarde no mesmo dia. 

Me lembro de descer desesperadamente do palco assim que o outro DJ apareceu e ir a procura dela, mas ela havia sumido. Meu coração se partiu em mil pedaços naquele momento. Eu não lembrava do quão importante ela era pra mim. Eu sabia, mas escondia. Como todos os meus sentimentos. 

Me sentei no bar e pedi uma cerveja. Frustado e extremamente entristecido. Mas ela voltou, não vi quando, nem como, foi parar ali no bar novamente. Mas ela estava ali, e me viu. Me reconheceu. E me chamou. Desde esse dia, eu fiz questão de não perder aquele rosto de vista, nunca mais. 

The Camp's GoneOnde histórias criam vida. Descubra agora